O cinema, definitivamente, mudou nas últimas décadas. Afinal de contas, o último quarto de século nos presenteou com alguns dos épicos históricos mais impressionantes e imersivos que já vimos. Enquanto muitos ainda se lembram de clássicos como Ben-Hur ou Lawrence of Arabia, é inegável que o gênero se tornou ainda mais grandioso graças às técnicas de filmagem modernas, que permitiram a criação de visuais antes inimagináveis.

Seja por meio de atuações poderosas em adaptações de Shakespeare ou por representações de tirar o fôlego de conflitos e guerras, o épico histórico permanece como um gênero atemporal, que continua a demonstrar a capacidade do cinema de cativar audiências. Na verdade, o cinema mudou bastante nos últimos 100 anos, no entanto, o épico histórico continua sendo o padrão de excelência para a melhor produção cinematográfica.


1. 1917 (2019)

É preciso dizer que poucos filmes de guerra fazem você se sentir tão presente no campo de batalha como 1917. A princípio, o diretor Sam Mendes utilizou um estilo de edição único, apresentando o filme como se fosse um único plano-sequência, o que nos leva, portanto, a uma jornada incrível pelas linhas de frente da Primeira Guerra Mundial, ao passo que dois soldados se esforçam para entregar uma mensagem crucial e evitar um ataque fatal. Com efeito, 1917 é incrivelmente impressionante do ponto de vista técnico, mas sua verdadeira força emocional reside nas atuações de George MacKay e Dean-Charles Chapman, porque eles conseguem transmitir de forma visceral o medo e a exaustão dos soldados. Em suma, como um filme caracterizado pela sua urgência, 1917 demonstrou uma nova maneira de retratar a guerra na tela.


2. O Último Duelo (2021)

O diretor Ridley Scott é, sem dúvida, um cineasta versátil, com obras icônicas como Alien e Blade Runner em seu nome. Apesar de seus trabalhos mais recentes terem tido altos e baixos, o subestimado O Último Duelo se destaca como um de seus melhores filmes e merece muito mais atenção do público. A partir da influência da narrativa multiperspectiva de Rashomon, de Akira Kurosawa, O Último Duelo explora questões extremamente atuais de poder e violência contra a mulher na França do século XIV. Todavia, apesar da atuação espetacular de Jodie Comer como Marguerite de Carrouges, a crítica a essa misoginia sistêmica voou completamente sob o radar durante a pandemia.


3. Silêncio (2016)

Embora Martin Scorsese tenha feito seu nome com clássicos de gângster como Caminhos Perigosos e Os Bons Companheiros, foi com Silêncio que ele entregou um dos maiores épicos históricos de todos os tempos. Como um diretor que sempre tratou de questões de fé, esta história, sobre padres jesuítas que difundem o cristianismo no Japão, é consequentemente uma declaração poderosa sobre a crença. Ao mesmo tempo, Silêncio parece a culminação da busca de Scorsese por significado e, dessa maneira, se apresenta como uma contemplação emocionante sobre fazer as pazes com o silêncio de Deus. Ainda que os fãs dos filmes de crime mais dinâmicos de Scorsese possam considerá-lo um desafio, no entanto, para aqueles dispostos a se aprofundar, a experiência é profundamente recompensadora.


4. Dunkirk (2017)

Christopher Nolan entrelaçou diferentes linhas do tempo no ar, na terra e no mar para produzir um épico histórico que narra a evacuação de Dunkirk durante a Segunda Guerra Mundial. Ao passo que é uma representação realista de uma situação de guerra angustiante, a força de Dunkirk está em seu foco em pessoas comuns e na sobrevivência, em vez de batalhas e derramamento de sangue. Por conseguinte, há uma urgência palpável em Dunkirk, e seu uso eficaz de som contribui demais para sua intensidade de tirar o fôlego. Em suma, como uma obra de arte cinematográfica que é melhor vivenciada em IMAX, Dunkirk fica ao lado de épicos anteriores como Ben-Hur como uma experiência cinematográfica realmente inspiradora.


5. All Quiet on the Western Front (2022)

O épico antiguerra Nada de Novo no Front nos dá um vislumbre perturbador do impacto desumanizador da Primeira Guerra Mundial em um jovem soldado chamado Paul Bäumer. Ainda que já tenha sido adaptado com grande sucesso em 1930 e 1979, a versão de 2022 revitalizou a história com um realismo visceral e técnicas cinematográficas modernas. Ao enfatizar a futilidade da guerra, Nada de Novo no Front aborda o impacto alienante do conflito, de fato, e mostra que, em tempos de guerra, só há perdedores. Ademais, tanto do ponto de vista psicológico quanto físico, o filme expõe o sofrimento implacável e a erosão moral que os soldados enfrentam em batalha.


6. Master and Commander: The Far Side of the World (2003)

Uma das maiores tragédias cinematográficas dos tempos modernos é que Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo teve um desempenho tão ruim nas bilheterias, visto que esta história épica náutica poderia ter sido o início de uma grande franquia. No entanto, o que tivemos foi um filme excelente, que adaptou a série Aubrey–Maturin do autor Patrick O’Brian. Com Russell Crowe como o capitão Jack Aubrey do HMS Surprise, esta foi uma história de resiliência e determinação em meio às Guerras Napoleônicas. Como um filme de escopo épico e indicado a dez Oscars, Mestre dos Mares inclui ação, aventura, personagens convincentes e, portanto, praticamente tudo o que se pode desejar de um épico histórico.


7. Gladiador (2000)

Apesar de ter sido lançado logo no início do milênio, Gladiador continua sendo o melhor épico histórico do século 21. Vindo do diretor Ridley Scott, Russell Crowe entregou uma atuação que definiu sua carreira como Maximus Decimus Meridius nesta história de vingança na era do Império Romano.

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Patrícia Tiveron

Apaixonada por explorar os universos do cinema, jogos e séries. Mergulho nas histórias que nos fazem rir, chorar e sonhar, e escrevo sobre o que encontro.

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