Em 2024, o Palmeiras enfrentou um ano de altos e baixos sob o comando de Abel Ferreira, com uma série de fatores contribuindo para o desempenho abaixo do esperado. O principal problema foram as lesões que afetaram significativamente o elenco. O lateral esquerdo titular, Matías Viña (Piquerez), sofreu uma grave lesão no joelho no meio do ano, tirando-o de ação até o fim da temporada. Bruno Rodrigues, atacante que começou bem a temporada, também foi vítima de lesões no joelho, enquanto Estêvão, principal nome do time, perdeu os dois jogos das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Flamengo e esteve longe de 100% contra o Botafogo na Libertadores. A situação do zagueiro Murilo, com problemas nas coxas e tornozelos, agravou ainda mais a escassez de opções no setor defensivo.
Além das lesões, a arbitragem também desempenhou um papel crucial nos revéses do Palmeiras. No confronto contra o Flamengo pela Copa do Brasil, uma jogada que parecia destinada a ser um gol de empate para o Verdão foi anulada por um impedimento milimétrico. O mesmo aconteceu contra o Botafogo na Libertadores, quando um toque de mão de Gustavo Gómez impediu que o time decidisse a vaga nos pênaltis. Estes pequenos detalhes acabaram fazendo a diferença em jogos decisivos.
Um ano de desafios: Lesões, desempenho fora do Allianz Parque e falta de eficácia marcaram a temporada do Palmeiras.
Outro aspecto que complicou a trajetória do Palmeiras foi a incapacidade de atuar no Allianz Parque em algumas ocasiões. Abel Ferreira ressaltou que uma das causas do declínio foi a falta de jogos no estádio que é um dos cartões de visita do clube. A equipe teve duas derrotas em jogos no Brasileirão realizados na Arena Barueri devido à ausência do Allianz Parque, que passou por uma reforma no gramado no início da temporada. “Quando faço o resumo da época toda, este não foi o aspecto [falta de eficácia]. Eu te digo qual foi: este foi o ano que mais vezes o Palmeiras jogou fora do Allianz Parque. Sabias disso? Esse foi um dos nossos problemas este ano”, declarou o treinador após a vitória contra o Cruzeiro.
A falta de eficácia também foi um ponto crítico. Apesar de ser a equipe com maior média de finalizações do Brasileirão, o Palmeiras teve dificuldades em converter chances claras de gol. A questão foi abordada desde a derrota na Supercopa contra o São Paulo em fevereiro até o revés contra o Corinthians na reta final do Brasileirão. A falta de precisão na hora de finalizar foi um desafio recorrente para o time ao longo do ano.
Por fim, os reforços, que somaram quase R$ 200 milhões em investimentos, não corresponderam às expectativas. Felipe Anderson, com mais de 10 anos de experiência no futebol europeu, foi visto como a grande aposta para a temporada, mas teve um desempenho modesto com apenas dois gols e duas assistências em 24 jogos. Lázaro, contratado por empréstimo com opção de compra milionária, também não teve um impacto positivo, enquanto Caio Paulista, escolhido para substituir Piquerez na lateral esquerda, não conseguiu mostrar um desempenho convincente. Esses fatores contribuíram para o pior ano de Abel Ferreira à frente do Palmeiras, com apenas a conquista do Campeonato Paulista como ponto positivo na temporada.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
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