A fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira (8), sinalizando ao mundo a eleição de Leão XIV como novo líder da Igreja Católica. Nascido Robert Francis Prevost, o novo pontífice sucede o Papa Francisco, falecido aos 88 anos na segunda-feira de Páscoa (22 de abril), e assume o cargo com uma trajetória marcada por anos de missão pastoral no Peru e forte ligação com a Igreja nos Estados Unidos.

No entanto, junto da celebração que tomou conta do Vaticano e das comunidades católicas ao redor do mundo, ressurgiu uma antiga profecia que lança um olhar sombrio sobre o futuro da Igreja — e, possivelmente, da própria humanidade.

A inquietante “Profecia dos Papas”

Segundo um texto atribuído a São Malaquias, bispo do século XII, haveria apenas 112 papas após seu tempo, sendo o último identificado como “Pedro, o Romano”, que governaria durante tempos de grandes tribulações até a destruição de Roma e o Juízo Final.

“Pedro, o Romano, que apascentará suas ovelhas em muitas tribulações, e quando estas coisas estiverem consumadas, a cidade das sete colinas será destruída, e o terrível juiz julgará seu povo. Fim.”

Como o Papa Francisco foi identificado como o 111º da lista, Leão XIV seria, teoricamente, o 112º e derradeiro pontífice segundo a contagem da profecia.

Um nome que não encaixa no mito

Apesar do burburinho, o novo papa não se chama Pedro, nem é romano. Seu nome de batismo não faz qualquer referência ao nome citado na profecia, e sua dupla cidadania americana e peruana reforça ainda mais o descompasso com a previsão. O próprio Papa Francisco, quando eleito, foi alvo de teorias semelhantes, mas essas ligações foram amplamente descartadas por estudiosos e líderes da Igreja.

Ceticismo e prioridades

A maioria dos especialistas e teólogos vê a “Profecia dos Papas” como um texto apócrifo ou forjado, que só ganhou notoriedade séculos após a morte de São Malaquias. A Igreja Católica nunca reconheceu sua autenticidade.

“Não sei como se pode conectar Pedro, o Romano, ao Papa Francisco”, disse Josh Canning, do Newman Centre, em 2013. O mesmo ceticismo se aplica agora a Leão XIV.

Enquanto isso, o novo pontífice tem questões muito mais urgentes em mãos — como a reestruturação da Cúria Romana, o fortalecimento do diálogo inter-religioso e a condução da Igreja em meio a um mundo polarizado.

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