A reestruturação na recém-formada Paramount Skydance começou, e de forma drástica. A gigante da mídia iniciará nesta semana uma grande rodada de demissões, com o corte de aproximadamente 1.000 empregos nos Estados Unidos já na próxima quarta-feira, 29 de outubro. A informação foi confirmada pela revista Variety.

Este é apenas o primeiro passo de um plano maior. Fontes familiarizadas com a situação afirmam que a empresa, agora liderada por David Ellison, pretende eliminar um total de 2.000 postos de trabalho nos EUA, com cortes adicionais ocorrendo internacionalmente em uma data posterior. As demissões são parte do objetivo declarado de cortar mais de US$ 2 bilhões em custos após a fusão.

Cortes já eram esperados após a fusão bilionária

As demissões em massa não são uma surpresa total. Mesmo antes da conclusão da fusão de US$ 8 bilhões entre a Skydance Media e a Paramount Global, em agosto, a nova liderança já havia sinalizado que cortes profundos seriam necessários para otimizar a operação e atingir a meta de economia de US$ 2 bilhões.

Jeff Shell, ex-CEO da NBCUniversal e agora presidente da Paramount Skydance, havia prometido em agosto que os cortes seriam feitos “o mais rápido possível” e detalhados até o relatório financeiro do terceiro trimestre, que será divulgado em 10 de novembro.

As ambições de Ellison e os desafios da indústria

O novo presidente e CEO, David Ellison (fundador da Skydance e filho do bilionário Larry Ellison), tem ambições grandiosas para a empresa. Ele já demonstrou interesse em uma possível segunda fusão, desta vez com a Warner Bros. Discovery, para criar um conglomerado capaz de competir com gigantes como Netflix, Apple e Amazon.

Desde que assumiu o comando, Ellison abriu a carteira, fechando um acordo de US$ 7 bilhões pelos direitos do UFC e contratando os criadores de Stranger Things, os irmãos Duffer, com um pacto de exclusividade. No entanto, algumas de suas decisões, como a compra do site de direita The Free Press e a nomeação de sua fundadora para a chefia da CBS News, geraram controvérsia.

Apesar da agressividade de Ellison, a Paramount Skydance enfrenta os mesmos desafios que assolam toda a indústria de mídia tradicional: a queda nas receitas de TV a cabo e aberta, devido à migração do público para o streaming, e um mercado de cinema que ainda não se recuperou totalmente dos impactos da pandemia. As demissões em massa são um reflexo dessa dura realidade e da necessidade de enxugar a estrutura para enfrentar a nova era do entretenimento.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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