Um acidente ocorrido durante o desfile da Estação Primeira de Mangueira no carnaval de 2024 resultou em uma ação judicial contra a escola de samba e a LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba). Cleia Aparecida Gonçalves, de 47 anos, trancista e passista, entrou com processo na 7ª Vara Cível da Regional de Campo Grande, no Rio de Janeiro, alegando negligência que culminou em sua queda de 12 metros de altura.

O acidente

O incidente ocorreu no dia 13 de fevereiro de 2024, ao final do desfile da Mangueira. Cleia, que estava em um carro alegórico junto com a cantora Alcione, sofreu a queda após a desmontagem apressada da estrutura, segundo a advogada Vanessa Guerra.

“Quase todos os componentes foram retirados, menos ela e outra senhora. A desmontagem da estrutura levou à queda de ambas”, explicou Guerra em entrevista ao portal LeoDias.

Cleia sofreu três fraturas no braço direito e luxação no cotovelo, além de uma cicatriz significativa. Desde o acidente, ela afirma que não recebeu assistência financeira ou médica por parte da Mangueira ou da LIESA.

Pedidos judiciais

A vítima solicita uma indenização que ultrapassa R$ 100 mil, distribuída em:

  • R$ 40 mil por danos estéticos;
  • R$ 60 mil por danos morais;
  • R$ 417,94 por danos materiais referentes ao custo da fantasia usada no desfile.

Além disso, Cleia pede uma pensão mensal de R$ 3.600, devido à sua incapacidade de continuar trabalhando como trancista.

Posição da Mangueira e da LIESA

A Mangueira respondeu à reportagem do portal LeoDias, afirmando que prestou socorro imediato à vítima e destacou um diretor para acompanhar o caso, com o objetivo de garantir assistência integral.

“Desde então, a escola empenhou todos os seus esforços na busca de uma solução amigável, sempre com o compromisso de respeito e solidariedade”, disse a escola em nota oficial.

Já a LIESA informou que, até o momento da publicação, seu departamento jurídico não foi notificado oficialmente sobre o caso.

Impacto na vida da vítima

O acidente deixou marcas físicas e emocionais em Cleia. Além das cicatrizes, ela ficou impossibilitada de realizar sua profissão, o que comprometeu seu sustento. “Era uma noite de festa, um dia de realização, que se transformou em um pesadelo por falha humana”, desabafou a passista.

Próximos passos

O processo está em fase inicial e ainda depende da tramitação na Justiça fluminense. Enquanto isso, Cleia e sua equipe jurídica aguardam um posicionamento formal das partes envolvidas.

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