O cantor Paul McCartney relembrou, em seu novo livro “Wings: The Story of a Band on the Run”, o momento exato em que soube da morte de seu ex-companheiro de Beatles, John Lennon (1940-1980). Quase 45 anos após o assassinato que chocou o mundo, o artista descreveu a notícia como “inacreditável” e confessou que, até hoje, não conseguiu processar totalmente a perda.
No trecho, divulgado esta semana, McCartney compara o choque ao que sentiu durante o assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963.
O “momento horrível” e a ida ao estúdio
McCartney conta no livro que recebeu a notícia por meio de seu empresário, logo no início da manhã de 8 de dezembro de 1980. “Foi simplesmente inacreditável”, afirmou ele, que disse que sua visão ficou toda “embaçada”.
“Não dava para assimilar. Eu ainda não consegui. E nem quero”, desabafou o músico.
Ele também revelou qual foi a reação imediata dele e dos outros ex-Beatles. Em vez de ficarem em casa, ele, Ringo Starr e George Harrison decidiram se encontrar e trabalhar. “Todos nós tínhamos que ir trabalhar e estar com pessoas que conhecíamos. Simplesmente tinha que continuar”, afirmou.
O crime que chocou o mundo
O assassinato de John Lennon permanece como um dos eventos mais brutais da história da cultura pop. O músico, então com 40 anos, foi morto a tiros por Mark David Chapman, um segurança de 25 anos, na entrada do Edifício Dakota, em Nova York, onde Lennon morava com a esposa, Yoko Ono.
Chapman, que nutria uma obsessão doentia pelo artista, havia encontrado Lennon horas antes do crime e pedido que ele autografasse uma cópia do álbum Double Fantasy.
À noite, quando Lennon e Yoko voltaram para casa, Chapman, que ainda estava no local, sacou um revólver calibre 38 e disparou cinco vezes contra o músico, acertando quatro tiros em suas costas. O porteiro do prédio desarmou Chapman, que, em vez de fugir, sentou-se calmamente na calçada para esperar a polícia.
John Lennon foi levado ao hospital, mas declarado morto às 23h07, devido à hemorragia maciça causada pelos ferimentos. Seu corpo foi cremado dois dias depois, e as cinzas foram entregues a Yoko Ono, que optou por não realizar um funeral, pedindo ao mundo que se unisse em uma vigília de silêncio.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
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