A PlayStation não tem planos de mudar sua estratégia para o serviço de assinatura PlayStation Plus e não seguirá o modelo de sua principal concorrente, a Xbox. Em uma nova entrevista ao site Game File, o vice-presidente de serviços globais da empresa, Nick Maguire, confirmou que a Sony não irá adicionar seus grandes lançamentos first-party (de seus próprios estúdios) ao catálogo no dia do lançamento, mantendo a janela de vendas premium como pilar de seu negócio.

A declaração põe fim às especulações de que a Sony poderia adotar uma abordagem semelhante à do Xbox Game Pass, que disponibiliza todos os seus títulos exclusivos para os assinantes no primeiro dia. Maguire foi enfático ao defender o modelo atual da PlayStation, que ele considera um sucesso. “Nos mantivemos fiéis à nossa estratégia em todos os aspectos, onde não buscamos lançar jogos no mesmo dia”, explicou.

O “equilíbrio” que funciona para a Sony

Segundo o executivo, a estratégia da PlayStation se baseia em um “equilíbrio” que tem se provado eficaz. Em vez de colocar seus blockbusters no serviço imediatamente, a empresa prefere adicioná-los ao catálogo após um período de 12 a 18 meses, ou mais, após o lançamento original nas lojas.

Para agregar valor e novidade ao serviço, a Sony aposta em outro tipo de lançamento “day one”: os jogos independentes e de estúdios parceiros (third-party). “Nossa estratégia de encontrar quatro ou cinco títulos independentes no mesmo dia – e usar isso para complementar nossa estratégia de lançar jogos [first-party] mais tarde – esse equilíbrio está funcionando muito bem para nós em toda a plataforma”, afirmou Maguire. Títulos como Stray, Dave the Diver e Animal Well são exemplos de sucesso dessa abordagem, chegando ao serviço no lançamento e se tornando grandes sucessos.

O passado e o futuro do catálogo

Apesar da política atual ser firme, a Sony já fez exceções no passado. O jogo Resogun foi um título de lançamento do PS4 no PS Plus, e Destruction All-Stars chegou ao PS5 da mesma forma em 2021. No entanto, desde então, a empresa consolidou sua estratégia atual.

Maguire também comentou sobre outros aspectos do serviço. Ele revelou que a meta para o catálogo de Clássicos do PlayStation, disponível no nível Premium, é adicionar “no mínimo, um por mês”. Questionado sobre a recente remoção de jogos first-party mais antigos, como títulos das franquias Resistance e Infamous, o executivo explicou que isso faz parte de um rodízio para manter o catálogo “atualizado e interessante”. “Temos 80 coleções de jogos no catálogo. […] Às vezes, isso significa lançar alguns jogos ao mesmo tempo para manter a proposta interessante e ajudar as pessoas a encontrarem novos jogos também”, concluiu.

A posição da Sony é clara: o valor de seus grandes lançamentos será preservado com uma janela de exclusividade nas vendas, e o PlayStation Plus continuará a ser uma plataforma de descoberta, com um fluxo constante de jogos de catálogo e lançamentos independentes selecionados.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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