Protagonista mudo em Dragon Quest realista seria uma ideia “idiota”, diz criador

Dragon Quest, com sua rica história e legado, enfrenta um ponto de inflexão em sua evolução. A Square Enix está diante do desafio
Protagonista mudo em Dragon Quest realista seria uma ideia "idiota", diz criador Protagonista mudo em Dragon Quest realista seria uma ideia "idiota", diz criador
Square Enix

Desafios da evolução tecnológica: o futuro da franquia Dragon Quest

Dragon Quest é uma das franquias mais antigas e respeitadas da indústria de jogos, celebrando mais de 30 anos de história. A série acompanhou de perto a evolução tecnológica, com inúmeros títulos lançados ao longo das décadas. No entanto, essa evolução apresenta desafios significativos para os desenvolvedores da Square Enix, especialmente no que diz respeito à representação de um protagonista mudo em um jogo cada vez mais realista.

A série Dragon Quest mantém suas raízes firmemente plantadas na tradição dos JRPGs (Japanese Role-Playing Games) das décadas passadas, com uma abordagem que se destaca pela ausência de dublagem em muitos diálogos, limitando a voz dos personagens principais a cenas cruciais. Essa técnica, amplamente utilizada em jogos criados entre as décadas de 1990 e 2000, buscava colocar o jogador em uma posição de observador silencioso da narrativa.

LEIA TAMBÉM  Avowed: Obsidian aposta em liberdade e personalização para iniciar missões do RPG

O desafio de um protagonista mudo em tempos de realismo gráfico

Yuji Horii, o criador da franquia, destacou em entrevista recente que a essência de Dragon Quest reside na interação com os habitantes do mundo do jogo, com a história se desenrolando através de diálogos ricos. “Dragon Quest consiste basicamente em diálogos com os habitantes da cidade, com muito pouco em termos de narração”, afirma Horii. “A história é criada dentro do diálogo. É isso que é divertido”.

Entretanto, com o avanço tecnológico e o aumento do realismo gráfico, o conceito de um protagonista mudo se torna problemático. “À medida que os gráficos dos jogos evoluem e se tornam cada vez mais realistas, se você criar um protagonista que apenas fica parado, ele parecerá um idiota”, observa Horii. Esse é um dos desafios atuais enfrentados pela Square Enix, que busca equilibrar a tradição da série com as expectativas modernas de narrativa interativa.

LEIA TAMBÉM  Taxação sobre compras internacionais reduz importações em 40%

A Evolução dos JRPGs e o Futuro de Dragon Quest

A questão do protagonista mudo é uma característica comum em muitos JRPGs clássicos, como Chrono Cross, Legend of Legaia, Suikoden, Breath of Fire, e Wild Arms. Esses jogos, apesar das limitações tecnológicas da época, conseguiam transmitir emoções e reações dos personagens de maneira eficaz, mesmo sem diálogos falados.

Em Dragon Quest XI: Echoes of an Elusive Age, lançado em 2017, o contraste entre o estilo tradicional da série e as expectativas modernas já é perceptível. Ver o protagonista permanecer em silêncio enquanto o mundo ao seu redor ganha vida com gráficos detalhados e personagens expressivos pode parecer estranho para os jogadores acostumados com narrativas mais dinâmicas e interativas.

LEIA TAMBÉM  Star Wars Outlaws não terá viagem livre pelo espaço

O futuro da franquia Dragon Quest pode seguir caminhos semelhantes aos de Final Fantasy, que passou por uma reformulação significativa nos últimos anos, adotando narrativas mais cinematográficas e interativas. Se Dragon Quest seguirá essa tendência, apenas o tempo dirá. O desafio será encontrar um equilíbrio entre preservar a essência que tornou a série tão querida e adaptar-se às novas possibilidades oferecidas pela tecnologia.

Dragon Quest, com sua rica história e legado, enfrenta um ponto de inflexão em sua evolução. A Square Enix está diante do desafio de manter a essência tradicional da série enquanto navega pelas expectativas de um mercado cada vez mais voltado para o realismo e a interatividade.

Add a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

Ler posts desse autor