“Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” marca uma nova era para a Rocksteady e a WB Games, trazendo uma abordagem ousada ao universo DC, onde os infames vilões da Força Tarefa X tomam o centro do palco. Este lançamento era altamente antecipado, especialmente devido ao legado dos aclamados jogos da série Batman Arkham. A premissa de controlar personagens notoriamente vilanescos enfrentando ícones da cultura pop como a Liga da Justiça instigou a curiosidade e elevou as expectativas dos fãs e críticos.

À primeira vista, a transição da Rocksteady da sombria Gotham para a vibrante Metropolis, habitada pelos personagens do Esquadrão Suicida, prometia uma revolução. No entanto, o resultado final traz à tona uma sensação de déjà vu, remetendo aos jogadores às experiências anteriores com jogos como “Avengers” da Crystal Dynamics e “Anthem” da Bioware, ambos recebidos com críticas mistas. Esses títulos, assim como “Esquadrão Suicida”, foram tentativas de estúdios consagrados de explorar novos territórios de gameplay, com foco em elementos de looter shooter e ação RPG, mas não alcançaram o sucesso esperado.

Apesar dessas comparações, “Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” traz elementos inovadores, especialmente na introdução de seus personagens jogáveis: Tubarão-Rei, Pistoleiro, Capitão Bumerangue e Arlequina. Cada um destes personagens é dotado de habilidades únicas que enriquecem a exploração do vasto mapa de Metropolis. Arlequina, com seu gancho reminiscente do arsenal do Batman, pode se lançar pelos ares em uma dança aérea que evoca as acrobacias do Homem-Aranha. Capitão Bumerangue, por sua vez, emprega uma tecnologia que emula a força de aceleração dos velocistas da DC, permitindo-lhe se mover com uma agilidade surpreendente.

Review | Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça afunda Rocksteady em um limbo cruel graças ao bom histórico do estúdio

Tubarão-Rei e Pistoleiro oferecem contrastes interessantes em mobilidade e estilo de combate. Tubarão utiliza sua força bruta para saltos monumentais que o permitem navegar pelo cenário e causar estragos significativos, enquanto Pistoleiro se vale de seu jetpack para uma abordagem mais aérea, reminiscente do Senhor das Estrelas em “Guardiões da Galáxia”. Essa diversidade na travessia é um dos pilares do gameplay, desafiando os jogadores a dominar as peculiaridades de cada personagem.

A progressão do jogo se dá através de missões que recompensam os jogadores com novos armamentos, seguindo a fórmula consagrada dos looter shooters, onde a potência das armas é diferenciada por um sistema de cores. A personalização e aprimoramento do arsenal é facilitada pela presença de Oswald Cobblepot, o Pinguim, que serve como um aliado improvável fornecendo armas e modificações.

O combate no jogo se destaca pela liberdade tática oferecida aos jogadores, permitindo uma variedade de abordagens contra as forças de Brainiac. Entre disparos, explosivos, combate corpo a corpo e finalizações silenciosas, o jogo incentiva a experimentação e adaptação, diferenciando-se significativamente do sistema de combate dos títulos anteriores da Rocksteady. Este aspecto, embora distinto do esperado pelos fãs do universo Arkham, se alinha à proposta de um título live service, prometendo uma experiência dinâmica e repleta de ação.

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Distanciando-se do legado de Arkham, o jogo apresenta um gameplay que muitos podem considerar básico e monótono, reminiscente de títulos como “Avengers” da Crystal Dynamics e “Anthem” da Bioware. Esses jogos, também de estúdios renomados que buscaram explorar novos territórios de gênero, acabaram não atingindo a recepção esperada. Ainda assim, “Esquadrão Suicida” incorpora elementos inovadores, especialmente nas mecânicas individuais dos quatro personagens jogáveis: Tubarão-Rei, Pistoleiro, Bumerangue e Arlequina. Cada um traz habilidades únicas para a navegação no vasto cenário de Metropolis, desde o gancho da Arlequina até o jetpack do Pistoleiro, oferecendo um sistema de travessia que destaca o gameplay.

O jogo também se aprofunda na personalização e no arsenal dos personagens, permitindo a modificação e a aquisição de novas armas através do Pinguim. O combate oferece liberdade tática, incentivando o jogador a experimentar diferentes estratégias frente aos desafios impostos pelas hordas do Brainiac.

Contudo, “Esquadrão Suicida” enfrenta problemas significativos de poluição visual, com uma interface carregada e um campo de batalha frequentemente caótico, dificultando a compreensão do que acontece durante os confrontos. A repetitividade das missões e a semelhança entre combates contra super-heróis como Flash e Superman também são pontos de crítica.

Por outro lado, o jogo brilha em seus momentos de enfrentamento com personagens icônicos, especialmente nas batalhas contra Batman e Lanterna Verde, que se destacam pela criatividade e pelo desafio. A trama do jogo, embora não seja inovadora, é valorizada pelas atuações sólidas e pelo humor bem-executado, elementos que enriquecem a experiência.

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Warner

A história, ambientada no mesmo universo de Batman Arkham, traz controvérsias, especialmente em torno da morte de Batman, deixando brechas para desenvolvimentos futuros em um modelo de live service. A localização brasileira, com vozes reconhecidas de dubladores como Guilherme Briggs e Maurício Berger, é um toque de familiaridade para os fãs da DC.

Em conclusão, “Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” pode não ter atendido plenamente às altas expectativas geradas pelo histórico da Rocksteady, mas ainda se posiciona como uma adição funcional e ocasionalmente divertida ao gênero looter shooter. Resta saber se futuras atualizações e temporadas enriquecerão a experiência, satisfazendo tanto os fãs quanto os críticos. A esperança é que a Rocksteady possa reencontrar sua essência em projetos futuros, talvez retornando ao formato single-player que consagrou seu nome na indústria dos videogames.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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