A Capcom traz mais uma coletânea de clássicos portados para a nova geração de videogames, desta vez trata dos icônicos jogos que ela fez em parceria com a Marvel ao longo dos anos. Em um estilo parecido O jogo Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics traz sete incríveis jogos, sendo seis deles do gênero de luta e um beat’em up. Vamos começar falando sobre as características do port em si.
Inovando clássicos
O jogo traz um layout muito parecido com a coletânea que comemorava os 35 anos de Street Fighter, o Street Fighter 35th Anniversary Collection, que vinha com todos os jogos da franquia Street Fighter desde o primeiro jogo de 1985 ao Street Fighter III: 3rd Strike de 1999, totalizando 25 jogos (contando com todas as versões alternativas e expansões do II, Alpha e III).
Ao revisitar os clássicos na nova coletânea, o jogador pode alterar o modo de exibição. Colocando na tela um fundo que lembra uma espécie de moldura que pode ser editada com imagens que o jogo disponibiliza com o tema dos jogos em questão. As artes são feitas para lembrar a pintura das máquinas de arcade.
É possível deixar também a tela em wide, os jogos ficam incríveis em tela cheia, certamente houve um retoque considerável para deixá-los com imagem bonita em alta definição sem sacrificar muito de como os jogos eram visualmente décadas atrás. A estética foi devidamente preservada.
Além disso há uma galeria chamada de “museu”, onde o jogador pode ver as artes conceituais e materiais promocionais de cada jogo presente na coletânea, além de ter também a opção de escutar a ótima trilha sonora de cada um dos títulos.
Os jogos de luta daquela época podem ser desafiadores para os jogadores casuais dos dias de hoje. Pensando nisso, a Capcom coloca certas opções de acessibilidade que fazem dessa coletânea superior a outras lançadas anteriormente neste aspecto específico, como a de Street Fighter que citei anteriormente. O jogador pode escolher um modo de comandos mais simples, baseado no modo especial de Street Fighter 6 que simplifica o gameplay. Além disso é oferecida a opção de editar a dificuldade, incluindo aí a dificuldade 0, onde é possível terminar o jogo praticamente sem problema algum.
O jogo ainda dispõe de um modo online, onde o jogador pode testar suas habilidades contra outros jogadores. Dito isso, vamos dar uma olhada em cada um dos jogos presentes nessa coletânea.
X-Men: Children of the Atom (1994)
Este foi o primeiro jogo que a Capcom fez em parceria com a Capcom. A febre dos jogos de luta estava no auge, com a popularidade crescente de Street Fighter II e outros clássicos como Mortal Kombat. Existia também outra febre referente aos mutantes da Marvel, os X-Men que tinham tido uma ótima fase nos quadrinhos com Chris Claremont que durou de 1976-1991, colocando os mutantes como maiores carros chefes nos quadrinhos da Marvel. Ainda havia a excelente animação lançada em 1992.
A Capcom não poderia deixar a oportunidade passar e fez um jogo de luta com estes personagens emblemáticos. É interessante ver como a variedade de personagens é colocada e como cada habilidade conferida a eles reflete o modo que eles são retratados nos quadrinhos. Wolverine, por exemplo, é um personagem pequeno e seus golpes não tem muito alcance. Porém ele é rápido e pode encurtar a distância com o oponente em um piscar de olhos, desferindo combos magníficos com suas garras de adamantium.
Cíclope se garante a distância com suas poderosas rajadas ópticas. Colosso por sua vez é de tipo tanque podendo ativar uma habilidade que o faz enrijecer o corpo e ignorar os ataques. Para citar alguns personagens, temos outros disponíveis, como Tempestade, Jean Gray e Homem de Gelo, cada um com seus poderes e habilidades especiais. Outra coisa que impressiona são os cenários, muitos com interações diferentes ao longo deles, com partes que podem ser destruídas e que se alternam ao longo dos rounds.
Marvel Super Heroes (1995)
Seguindo o sucesso de X-Men: Children of the Atom, a Capcom agora lança um jogo de luta que abrange ainda mais personagens da editora conhecida como “Casa das Ideias”. O jogo é levemente baseado na saga do infinito dos quadrinhos, onde o principal vilão é Thanos,o titã louco, que busca as joias do infinito.
O foco desse jogo seria ainda em batalhas individuais. O jogo traz de volta alguns personagens como Wolverine, cujo gameplay é praticamente idêntico ao do jogo anterior e também novos personagens, como Capitão América, Homem-Aranha, Hulk e Homem de Ferro.
Durante o combate, o jogador poderia fazer uso dos poderes das joias do infinito que poderiam trazer a vantagem em combate durante os rounds. Os gráficos ainda impressionam pela sua qualidade, com sprites bem detalhados e animações fluidas e a memorável trilha sonora contribui para a atmosfera do jogo.
X-men vs. Street Fighter (1996)
Esse é o primeiro crossover entre uma franquia da Marvel com uma da Capcom. Os personagens de Street Fighter estão com seu visual da série Alpha que estava em andamento na época. Já os personagens do lado X-Men vieram em sua maioria de X-Men: Children of the Atom.
Esse jogo foi inovador por apresentar o sistema de assistências que adiciona uma camada estratégica aos combates e marcou toda a franquia Marvel vs. Capcom. É possível escolher dois personagens que podem ser alternados durante a partida e é possível jogar em modo cooperativo com cada um jogando com um destes lutadores. No final da campanha, há uma partida entre os dois personagens escolhidos, decidindo quem será o final desbloqueado.
Marvel Super Heroes vs. Street Fighter (1997)
Na sequência, continua o gameplay de tags em que o jogador pode invocar assistências e alternar entre personagens. Agora os mais variados herois da Marvel enfrentam os personagens do universo de Street Fighter em combates épicos. O jogo é bem similar ao anterior mas traz uma mecânica de assistências mais aprimoradas e gráficos mais refinados.
Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes (1998)
Esse é o primeiro jogo com o título Marvel vs. Capcom, de fato, é o primeiro a trazer também personagens de fora da série Street Fighter do lado da Capcom, como Megaman, Morrigan (Darkstalkers) e Strider Shiriu. Mais uma vez o sistema de assistências é aprimorado, o jogador agora pode invocar um terceiro personagem que ficaria encarregado de assistências. Sem dúvidas é um deleite revisitar esse clássico na coletânea.
Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes (2000)
Depois do sucesso do primeiro Marvel vs. Capcom, quem achou que não tinha como melhorar, se enganou absurdamente. Estamos falando agora de um dos jogos de luta mais influentes de todos os tempos e que muitos consideram o auge da franquia. Agora o roster conta com nada mais, nada menos que 50 personagens jogáveis, cada um com suas habilidades especiais, conferindo horas de gameplay.
Os cenários agora possuem elementos 3D, e são 3 personagens selecionáveis e alternáveis durante a partida, que também podem fornecer assistência.As mecânicas, os gráficos, praticamente tudo é melhorado. O jogo estabelece um novo padrão para jogos de luta 2D. As mecânicas, os gráficos, praticamente tudo é melhorado.
The Punisher (1993)
Esse é o jogo mais diferente da coletânea, por não se tratar de um jogo de luta em si, mas de um beat’em up e um baita jogo dentro de seu gênero! A Capcom já tinha revolucionado os jogos de luta com Street Fighter e fez o mesmo com os beat’em ups com Final Fight e ela traz essa experiência para trazer uma das melhores versões de Frank Castle nos videogames.
O jogo retrata bem o personagem que pode utilizar diversas armas em seu arsenal para combater as hordas de criminosos. A ação no jogo é frenética e Castle dispõe de uma gama de combos fluidos. A ambientação sombria e violenta reflete bem as características das histórias em quadrinhos do personagem.
Conclusão
Os fãs de jogos de luta não poderiam ficar mais agradecidos de poder revisitar esses clássicos de uma forma melhor, um verdadeiro presente! A diversidade de Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics garante horas de diversão com alguns dos melhores jogos de luta (e beat’em ups) já feitos. O bônus foi a Capcom não ter excluído os jogadores casuais mais novos, sendo os jogos também acessíveis a eles. Esses jogos ganham também uma nova vitalidade com os modos online que os colocam dentro do cenário competitivo.