Review | Shadow of the Erdtree é a expansão dos sonhos dos fãs de Elden Ring

Elden Ring: Shadow of the Erdtree já está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, PC, Xbox One e Xbox Series X|S.
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Bandai Namco

É bem curioso notar a acuidade da FromSoftware para o lançamento de Elden Ring. Em 2022, o jogo se tornou o fenômeno que foi muito por causa do cenário catastrófico de lançamentos na época, além de, claro, sua qualidade inquestionável. Agora em 2024, a trama se repete. Um ano mais fraco de lançamentos em um mês praticamente deserto, temos a aguardada chegada de Shadow of the Erdtree, a expansão muito desejada de Elden Ring. 

Curiosamente, o diretor Hidetaka Miyazaki preparou surpresas ao anunciar que a expansão era menor do que realmente é. Na verdade, Shadow of the Erdtree pode ser considerada um jogo completo, possuindo sua própria linha narrativa, um território gigantesco e diversos segredos para serem descobertos. 

Uma sombra linear, mas nem tanto

Que jogou o jogo base de Elden Ring sabe bem que é fácil ficar perdido pelas poucas dicas sobre qual caminho seguir e o que realmente fazer para completar os objetivos. O uso de um guia é praticamente obrigatório. Coisa que felizmente não é tão necessária assim com Shadow of the Erdtree. 

Miyazaki torna a experiência mais linear que a de outrora, oferecendo mais NPCs que ajudam a detalhar a história. Na expansão, o foco é conseguir encontrar o paradeiro de Miquella, aparentemente aprisionado por causa de uma maldição sombria.

Para conseguir encerrar a história do jogo, o Maculado terá que enfrentar três poderosos chefes que guardam o caminho e os itens necessários para libertar Miquella do aprisionamento. 

Ao longo da jornada, o Maculado também vai descobrir Cruzes espalhadas pelo próprio Miquella, indicando um futuro incerto para o personagem. Dessa vez, Miyazaki é mais claro na história do jogo, mas é necessário que o jogador tenha sim entendimento da lore do jogo, do passado dos semideuses e também do papel de Radahn e Mohg nesse contexto.

Afinal, para acessar o conteúdo da expansão, é necessário ter derrotado esses dois inimigos. 

A conclusão é bem surpreendente e deve contar com reações bem exasperadas da comunidade. Ainda assim, é uma história que valeu a pena conhecer e aprofundar mais a complexidade desses personagens. Apenas lamento que Malenia ainda siga pouco explorada. Principalmente pela oportunidade da apresentação de Messmer. 

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De zero a Maculado (de novo) 

A primeira coisa que os jogadores vão notar é que Shadow of the Erdtree é difícil. Estupidamente difícil. Se superar Radahn é Mohg já não são tarefas fáceis, prepare-se para apanhar e muito assim que pisar nas Terras Sombrias. Miyazaki fez um design que obriga novatos e veteranos a se reinventarem por completo. 

Builds, magias, armas e armaduras terão que ser analisadas mais uma vez. E ainda assim, não será o suficiente. Embora a expansão seja mais linear, ela te obriga a explorar o vasto território para encontrar dois itens que serão essenciais para facilitar a sua permanência no Reino Sombrio: os Fragmentos da Umbrárvore e as Cinzas Espirituais Reverenciadas. 

Esses itens são necessários para aumentar as bênçãos que só funcionam no novo território. A função delas é aumentar tanto o dano causado quanto diminuir o dano recebido de inimigos. Logo, embora a história seja curta e possa ser finalizada em poucas horas (em teoria), você será obrigado a explorar a vastidão do mapa para tornar a aventura um pouco mais fácil. 

Com diversos novos inimigos e chefes, a FromSoftware foi além do costume e chega bem perto de tornar a experiência injusta. Logo, não se desespere ao tomar dois tapões na cara e já morrer. É capaz que até mesmo com um golpe de algum inimigo aleatório, você já vá morrer sem ter tempo de reagir. 

Então toda a mecânica nova envolve mesmo explorar e procurar esses benditos fragmentos e cinzas espirituais. As novidades também não param por aí. As estratégias clássicas de soulslike também não são eficazes contra alguns inimigos que agora são ágeis e pulam bastante. 

Até os chefes estão com movesets mais agressivos, com combos excedendo facilmente oito golpes em sequência. Além de também pularem bastante e aplicarem dano contínuo em área. Messmer, por exemplo, e o Leão Dançante, certamente darão trabalho para os jogadores. 

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Existem também golens de fogo espalhados pelo mapa que são verdadeiras esponjas de dano. Cada batalha vai consumir muito tempo e paciência, mas as recompensas são boas e valem o esforço. 

Outro ponto nitidamente melhor reforçado aqui são as masmorras, tão criticadas no jogo base. O level design melhorou bastante, trazendo quebra cabeças mais elaborados, armadilhas, monstros prontos para te encurralar a cada esquina e até mesmo inimigos únicos.  O único ponto que pode ser melhorado é a recompensa. 

Diversas torres, castelos e masmorras não oferecem boas recompensas, havendo um excesso de livros de receitas e pedras de forja nos baús.

Entretanto, um ponto que o talento do Miyazaki excede ainda mais o trabalho exímio feito no mapa original das terras Intermédias, é no level design em geral. Como a exploração possui grande ênfase na verticalidade, o jogador também vai quebrar a cabeça para encontrar os caminhos corretos que levam aos outros biomas do território. 

Acredite, para chegar em certas áreas, como o Abismo, por exemplo, é preciso estar atento à dicas de NPCs que estão praticamente do outro lado do mapa. Por um lado, é bem legal notar como tudo é integrado.

Por outro, a experiência de frustração em não encontrar o caminho correto segue inalterada. Recomendo o uso de guias para não ficar tão perdido, principalmente quando se dedicar a encontrar todas as cinco partes do vasto mapa. 

Lições não aprendidas

Desde o lançamento, particularmente no PC, Elden Ring sofreu com muitos patches para estabilizar a experiência que nunca foi excepcional. Era esperado que a FromSoftware não fosse sofrer tanto com Shadow of the Erdtree após o lançamento fantástico de Armored Core VI (um dos melhores jogos do ano passado). 

Entretanto, não é o caso. Shadow of the Erdtree remete bastante o estado complicado que Elden Ring chegou nos PCs em 2022. Mesmo com uma RTX 4090, um i5 12600K e 64 GB de RAM, o jogo sofre com problemas inexplicáveis de performance (ainda mais inexplicáveis com as minhas configurações). 

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O jogo sofre com quedas de frames drásticas, independente da resolução e preset gráfico, chegando até mesmo a sofrer com congelamentos e engasgos. As áreas de transição como elevadores são as mais afetadas, demorando um pouco para o jogo voltar ao normal. 

Infelizmente, as quedas de frames também afetam a experiência durante alguns combates. Na luta contra o Leão Dançante e o chefe final, ambas repletas de efeitos de partículas expressivos, os frames caem abaixo de 30, pela metade, comprometendo tempo de resposta aos golpes incessantes do inimigo. 

Aliás, me surpreende negativamente que nessa oportunidade gigante de aperfeiçoar o jogo no PC, a produtora não priorizou apresentar um modo 120fps e introduzir as tecnologias de geração de quadros como DLSS 3 e FSR 3. A introdução desses modos já mitigariam bastante os problemas técnicos que a expansão apresenta. 

Então, apesar da expansão ser massiva e muito boa, é bom estar ciente que a performance no PC está um tanto precária.

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Bandai Namco

Shadow of the Erdtree é exemplo de como expansões devem ser feitas

Desde The Witcher 3, com Blood and Wine, que a comunidade gamer não é agraciada com uma expansão tão generosa e interessante. A FromSoftware traz um território diverso, belíssimo, apontando que a direção de arte e noção estética estão tão afloradas como nunca. 

Shadow of the Erdtree, além de encher os olhos com a beleza exuberante de um mundo moribundo, conta com uma trilha musical soberba que traz temas marcantes para cada novo chefe dificílimo que apresenta.

Não há dúvidas, se trata de uma das melhores expansões da história dos games, além de ser a melhor já produzida pela FromSoftware. Horas de diversão garantidas. 

Agradecemos a Bandai Namco pela cópia gentilmente cedida para a realização desta análise.

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Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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