O lendário diretor Ridley Scott, a mente por trás de clássicos como Alien, Blade Runner e Gladiador, não está nada satisfeito com o estado atual do cinema. Em uma nova e contundente declaração, o cineasta de 87 anos afirmou que a indústria está “se afogando na mediocridade” e que a maioria dos filmes de hoje são “uma porcaria”.
E qual a solução que ele encontrou para fugir da falta de qualidade? Assistir à própria filmografia. Em um comentário autoconfiante e bem-humorado, Scott admitiu que tem revisitado seus próprios filmes porque, em sua opinião, “eles são realmente muito bons”.
‘Estamos nos afogando na mediocridade’
A declaração foi feita durante um evento no BFI Southbank, em Londres. Scott explicou que, embora assista a muitos filmes para descobrir novos talentos, a experiência tem sido “um pouco cansativa”.
“Bem, agora estou encontrando a mediocridade, estamos nos afogando na mediocridade”, disse ele. “A quantidade de filmes feitos hoje (…) é de milhões, e a maior parte é uma porcaria.” Segundo o diretor, o principal problema é a falta de bons roteiros, com os estúdios tentando salvar histórias fracas com efeitos digitais caros. “O que eles não têm é um ótimo roteiro no papel primeiro. Coloque-o no papel”, aconselhou.
‘Meus filmes são realmente muito bons e não envelhecem’
Diante da suposta falta de qualidade, Scott revelou sua solução inusitada. “Então o que eu faço — e é uma coisa horrível — é que comecei a assistir meus próprios filmes, e eles são realmente muito bons”, disse, arrancando risos da plateia. “E também, eles não envelhecem.”
Ele contou que reviu recentemente Falcão Negro em Perigo (2001) e ficou impressionado com o próprio trabalho. “Eu pensei: ‘Como diabos eu fiz isso?’”, maravilhou-se.
A lembrança tensa da produção de ‘Alien’
A atitude de confronto e a confiança inabalável na própria visão são marcas registradas de Ridley Scott desde o início de sua carreira. Ele relembrou a produção tensa de seu clássico de 1979, Alien – O Oitavo Passageiro, e os constantes atritos com os produtores.
“Entre os meus produtores, todos tinham uma opinião, e eu não estava acostumado a opiniões. (…) Tive que literalmente traçar um limite e dizer: ‘Cai fora. Me veja fazer isso, ok?’. Então, não foi uma boa experiência”, contou, mostrando que a defesa de sua visão artística sempre foi sua prioridade.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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