Mattson Tomlin, o roteirista responsável pela aguardada sequência The Batman: Parte II, entrou no debate sobre a “fadiga de super-heróis” e ofereceu um diagnóstico preciso sobre a crise que o gênero enfrenta. Em uma publicação nas redes sociais, ele argumentou que o problema não é o cansaço do público com os heróis em si, mas sim a insistência dos estúdios em produzir filmes que não se justificam. “A verdade é que nem todo personagem precisa de um filme”, afirmou.

A declaração de Tomlin, feita em resposta a um fã no Twitter, gerou grande repercussão por vir de um profissional que está atualmente trabalhando em um dos projetos mais importantes do gênero. “Um filme precisa justificar sua existência, seja ele de super-herói ou não”, completou o roteirista, em uma clara crítica ao modelo de produção em massa que marcou a última década.

O paradoxo de 2025 e o pico de ‘Ultimato’

A análise de Tomlin dialoga diretamente com o cenário atual das bilheterias. Embora o termo “fadiga de super-heróis” seja usado há anos para explicar alguns fracassos, 2025 provou que o público ainda tem apetite pelo gênero. Os recentes sucessos de Superman, da DC, e Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, da Marvel, que atraíram grandes públicos aos cinemas, mostram que ainda há interesse.

No entanto, é inegável que o cenário mudou. Nenhum desses lançamentos chegou perto dos números astronômicos vistos no auge do gênero, como a arrecadação de mais de US$ 2,7 bilhões de Vingadores: Ultimato (2019). O público parece estar mais seletivo, exatamente como aponta o roteirista: eles aparecem para os grandes eventos, para os filmes que “justificam sua existência”.

O caso do Batman: um herói à prova de fadiga?

Curiosamente, o personagem no qual Tomlin está trabalhando, o Batman, parece ser uma exceção a essa regra, sendo historicamente uma das figuras mais populares e consistentemente bem-sucedidas do cinema. Desde a aclamada trilogia de Christopher Nolan até o sucesso de Matt Reeves com The Batman (2022), o Cavaleiro das Trevas sempre provou ser um grande atrativo de bilheteria.

A expectativa para The Batman: Parte II, que reunirá o diretor Matt Reeves e o astro Robert Pattinson, é altíssima. O filme tem estreia marcada para 1º de outubro de 2027.

A fala de Mattson Tomlin, portanto, serve como um alerta para a indústria, vindo de dentro. Sua filosofia de que a qualidade e a relevância de uma história devem vir antes da simples necessidade de preencher um calendário de lançamentos é um recado direto aos estúdios. Para os fãs, é um sinal promissor de que a próxima aventura do Homem-Morcego está sendo criada com a ambição de ser mais do que apenas “mais um filme de super-herói”.

Mostrar menosContinuar lendo