Darth Vader em Fortnite gera polêmica com uso de IA: SAG-AFTRA acusa Epic Games de prejudicar trabalhadores
O lançamento do patch v35.10 de Fortnite, em 16 de maio, trouxe de volta a temática de Star Wars com a minitemporada “Batalha Galáctica” — mas o destaque da atualização rapidamente se tornou fonte de controvérsia. A adição de um Darth Vader com inteligência artificial, que funciona como um NPC interativo e falante, gerou críticas severas da SAG-AFTRA, o sindicato que representa atores e artistas nos EUA.
A polêmica ganhou força após a revelação de que a Epic Games utilizou IA para replicar a voz de James Earl Jones, ator icônico por trás de Darth Vader, em vez de contratar dubladores humanos ou técnicos de programação sindicalizados para construir o personagem. A decisão, segundo o sindicato, representa uma prática trabalhista injusta, motivando uma ação legal contra a Llama Productions, empresa signatária que atua no desenvolvimento de Fortnite.
Sindicato denuncia substituição de empregos humanos por IA
A SAG-AFTRA argumenta que, ao não dialogar com o sindicato antes de lançar o novo NPC, a Epic recusou-se a negociar os termos de uso de inteligência artificial, desrespeitando acordos coletivos. Mesmo com a permissão da família de James Earl Jones para uso de sua voz por IA, o sindicato afirma que isso não justifica a decisão de não contratar trabalhadores humanos.
“O uso de IA pode ser eficiente, mas também é uma ferramenta que, quando mal utilizada, amplia a exclusão de profissionais e compromete direitos trabalhistas”, declarou uma fonte ligada à ação.
Jogadores divididos: entre o entusiasmo e o incômodo
Inicialmente, a comunidade de Fortnite celebrou o retorno de Vader, especialmente como o primeiro companheiro falante do jogo. Porém, essa empolgação foi abalada por dois fatores: o uso ético da IA e os abusos cometidos por jogadores e streamers, que forçaram o personagem a pronunciar frases inapropriadas, colocando a Epic em outra linha de fogo — desta vez, sobre moderação de conteúdo e responsabilidade com ferramentas de IA.
Discussão sobre IA cresce no setor de games
A repercussão do caso reacende o debate sobre o uso de inteligência artificial na indústria do entretenimento. À medida que ferramentas automatizadas substituem profissionais criativos, sindicatos como a SAG-AFTRA se mobilizam para proteger direitos e manter empregos diante da transformação digital.
Enquanto isso, o público se divide: muitos celebram a evolução tecnológica e o realismo proporcionado pela IA, enquanto outros se perguntam a que custo humano essas inovações estão sendo implementadas.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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