Sean ‘Diddy’ Combs: júri entrega veredito final sobre acusações contra rapper

O júri no julgamento de Sean ‘Diddy’ Combs chegou a um veredito misto. O rapper foi absolvido das acusações mais graves de tráfico sexual e associação criminosa
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O júri do julgamento de Sean “Diddy” Combs chegou a um veredito misto e complexo na tarde desta quarta-feira (2), em Nova York. O magnata do hip-hop, de 55 anos, foi inocentado das acusações mais graves que enfrentava, incluindo a de liderar uma associação criminosa (crime organizado, ou “racketeering”) e a de tráfico sexual. No entanto, ele foi considerado culpado em duas acusações de transporte para fins de prostituição.

A decisão encerra um julgamento de quase dois meses que expôs detalhes sórdidos da vida do artista e contou com depoimentos de 34 testemunhas da acusação. Diddy, que se declarou inocente de todas as acusações, pode enfrentar uma pena de prisão significativa pelas condenações, embora tenha escapado da prisão perpétua que a acusação de associação criminosa poderia acarretar.

O veredito misto e a deliberação do júri

O júri, composto por oito homens e quatro mulheres, deliberou por três dias. Na terça-feira, eles haviam informado ao juiz Arun Subramanian que tinham chegado a um acordo em quatro das cinco acusações, mas estavam em um impasse sobre a acusação principal, a de associação criminosa. Após serem instruídos a continuar deliberando, eles finalmente chegaram a um consenso na tarde desta quarta.

O veredito final foi o seguinte:

  • Acusação 1 (Associação Criminosa): Inocente
  • Acusação 2 (Tráfico Sexual de Casandra Ventura): Inocente
  • Acusação 3 (Transporte para Prostituição – relacionada a Ventura): Culpado
  • Acusação 4 (Tráfico Sexual de “Jane”): Inocente
  • Acusação 5 (Transporte para Prostituição – relacionada a “Jane”): Culpado

Ao entrar no tribunal para ouvir a decisão, Diddy, que não depôs durante o julgamento, sorriu brevemente para sua família e depois sentou-se de cabeça baixa.

A batalha de narrativas no tribunal

O veredito reflete a complexa batalha de narrativas que marcou as alegações finais. A defesa, liderada pelo advogado Marc Agnifilo, pintou um retrato de Diddy como um “empreendedor negro bem-sucedido” e adepto de um “estilo de vida swinger” consensual, admitindo a violência doméstica contra a ex-namorada Cassie Ventura, mas desassociando-a das festas sexuais. A estratégia da defesa foi não chamar nenhuma testemunha, focando em minar a credibilidade das acusadoras e argumentando que a promotoria não conseguiu provar suas alegações.

A promotoria, por sua vez, descreveu Diddy como um “general” de uma organização criminosa que se sentia “intocável” e que usou seu poder e fortuna para abusar de mulheres por duas décadas. A promotora Maurene Comey, em sua fala final, foi enfática: “O réu não é um Deus. […] É hora de responsabilizá-lo”.

O júri, ao que parece, encontrou um meio-termo. Eles não compraram a tese da promotoria de que Diddy liderava uma organização criminosa nos moldes da máfia, nem que houve coerção para caracterizar o tráfico sexual. No entanto, consideraram que as provas eram suficientes para condená-lo por ter facilitado o transporte interestadual de mulheres para fins de prostituição. A sentença do rapper será definida pelo juiz em uma data futura.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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