Patrick McKay compara a queda de Khazad-dûm às mudanças climáticas
O showrunner de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder, Patrick McKay, fez uma comparação polêmica entre a destruição de Khazad-dûm e as mudanças climáticas durante uma entrevista ao The Hollywood Reporter. Ao discutir a narrativa da série, McKay destacou que a queda de Khazad-dûm não é um evento isolado, mas sim um processo gradual de corrupção, refletindo a ideia de que sociedades, como a de Khazad-dûm, não caem de uma só vez, mas por meio de uma série de desastres ao longo do tempo.
Mudanças climáticas como metáfora
McKay declarou: “Se você quiser usar a mudança climática como uma metáfora, a mudança climática não é um evento. É um processo que flui e reflui, sempre indo em uma direção sombria.” Ele enfatizou que um reino tão grandioso quanto Khazad-dûm não poderia simplesmente desmoronar instantaneamente; a narrativa precisa de complexidade e profundidade. Segundo ele, “A queda é o produto de muitos desastres ao longo do tempo”, e a história de Khazad-dûm se torna mais rica quando se considera esse aspecto.
Reação e críticas
Contudo, essa comparação gerou críticas, com muitos fãs da obra de J.R.R. Tolkien argumentando que a visão de McKay ignora o legado e a essência das histórias de Tolkien. A destruição de Khazad-dûm, como narrado em O Silmarillion e nos apêndices de O Senhor dos Anéis, é retratada como um evento catastrófico causado pelo Balrog, que emerge após os Anões cavarem fundo em busca de mithril. Essa interpretação do enredo é vista por críticos como uma simplificação excessiva e uma tentativa de inserir uma agenda política na obra, desviando-se da rica mitologia criada por Tolkien.
Reflexões sobre a indústria cinematográfica
A crítica se estende à própria indústria cinematográfica, que, segundo alguns comentaristas, prioriza agendas políticas em detrimento da fidelidade ao material original. Isaac Young, um romancista, expressou essa ideia ao afirmar que Hollywood busca recompensar aliados e punir inimigos, usando suas produções para veicular mensagens que refletem essas intenções. Essa dinâmica levanta questões sobre a capacidade da indústria de contar histórias de maneira que honre as obras clássicas, como as de Tolkien, sem as distorcer para atender a agendas contemporâneas.
A reação à comparação de McKay destaca a divisão entre a visão criativa de adaptação e o respeito pelo material de origem, levantando um debate sobre o que constitui uma adaptação fiel em tempos de crescente pressão para incorporar temas e narrativas contemporâneas nas histórias tradicionais.