A Relação Entre Drew Barrymore e Steven Spielberg: Uma História de Afeto e Superação
Como o diretor de E.T. – O Extraterrestre tornou-se uma figura paternal em meio à conturbada infância da atriz Drew Barrymore
O legado de E.T. – O Extraterrestre
Lançado em 1982, E.T. – O Extraterrestre, dirigido por Steven Spielberg, não apenas conquistou o público com sua história emocionante, mas também se tornou um dos filmes mais icônicos da década de 1980. A trama acompanha a amizade entre um garoto, Elliot (Henry Thomas), e um alienígena perdido na Terra, o E.T., enquanto eles tentam ajudá-lo a retornar ao seu planeta natal.
Para Spielberg, no entanto, o filme carrega uma carga emocional profunda, especialmente por causa de sua relação com Drew Barrymore, que interpretou Gertie, a irmã mais nova de Elliot. A atriz tinha apenas sete anos na época, mas sua vida fora das telas já era marcada por desafios intensos.
Drew Barrymore: infância conturbada e busca por proteção
Drew Barrymore nasceu em uma das famílias mais conhecidas de Hollywood, mas sua infância esteve longe de ser um conto de fadas. Filha de John Drew Barrymore, ator que lutava contra o alcoolismo e comportamentos abusivos, Drew cresceu em um ambiente disfuncional. Aos 10 anos, ela já fazia uso de substâncias ilícitas, e aos 13 anos foi internada em uma clínica de reabilitação após uma tentativa de tirar a própria vida.
Durante as filmagens de E.T., Spielberg se tornou uma figura central em sua vida, oferecendo um porto seguro em meio ao caos. “Ela pediu para que eu fosse seu pai”, lembrou Spielberg em uma entrevista. Embora não tenha assumido legalmente esse papel, ele aceitou ser seu padrinho e fez o possível para proteger a jovem atriz durante as gravações.
Spielberg como mentor e conselheiro
Spielberg tentou preservar a inocência de Barrymore no set de E.T., alimentando sua crença de que o alienígena era real. Quando ela descobriu que o personagem era operado por uma equipe de manipuladores, Spielberg fez questão de manter a ilusão viva. “Eu disse a ela que E.T. era tão especial que precisava de oito assistentes”, contou o diretor, que via na pequena Drew uma menina vulnerável precisando de afeto e orientação.
Apesar de seus esforços, Spielberg admite sentir-se impotente diante das dificuldades de Barrymore fora do set. “Eu só podia ser um consigliere para ela”, disse ele, refletindo sobre a infância que, segundo ele, foi roubada da atriz.
Laços que perduram
Hoje, Barrymore e Spielberg mantêm uma relação próxima. Em um perfil publicado pela Vulture, a atriz o descreveu como “a única figura parental” constante em sua vida. Emancipada aos 14 anos, Barrymore superou seus problemas e se reergueu, conquistando uma carreira de sucesso que inclui papéis marcantes no cinema e a condução de seu próprio talk show, The Drew Barrymore Show.
Barrymore também conseguiu superar seus vícios e está sóbria há vários anos. Sua jornada de superação é um testemunho do impacto positivo de Spielberg em sua vida, mesmo em momentos em que ele sentia que poderia fazer pouco para ajudá-la.
O impacto cultural de E.T.
Além das histórias pessoais, E.T. permanece como um marco do cinema, simbolizando amizade, resiliência e empatia. Para muitos, é um clássico que encapsula o espírito da década de 1980, enquanto para Barrymore e Spielberg, representa um capítulo importante em suas vidas.
A relação entre ambos é uma prova de que os laços formados em circunstâncias difíceis podem durar uma vida inteira, transformando-se em uma fonte de força e inspiração.
