Um balão de ar quente com 15 pessoas a bordo realizou um pouso não programado em Sorocaba, no interior de São Paulo, na manhã deste sábado (21), causando apreensão em moradores que registraram a descida repentina da aeronave. O incidente, que terminou sem feridos, ocorreu em um campo aberto no bairro do Éden. Embora a Polícia Militar tenha classificado a ocorrência como um pouso de emergência, o piloto responsável pelo voo e a Confederação Brasileira de Balonismo (CBB) afirmam que a manobra foi um procedimento de segurança controlado e previsto.

A aeronave havia decolado de Boituva, cidade vizinha e conhecida como um polo nacional de paraquedismo e balonismo. A bordo estavam dez paraquedistas e cinco de seus familiares. Segundo fontes, o plano de voo foi alterado após os paraquedistas realizarem seus saltos normalmente sobre a cidade de origem. Com a diminuição do peso, o balão ficou mais suscetível a uma forte corrente de vento, que o arrastou na direção de Sorocaba.

O voo desviado pelo vento

Diante da mudança de rota imposta pelo vento, o piloto tomou a decisão de procurar uma área segura para aterrissar em Sorocaba, por volta das 8h40. Vídeos gravados por moradores mostram a aeronave descendo de forma rápida, mas controlada. O piloto relatou que o cesto tocou o solo de maneira estável e só tombou quando todos os passageiros já haviam desembarcado em segurança. O equipamento foi posteriormente recolhido e levado de volta para Boituva.

Nenhum dos cinco passageiros que permaneceram no balão após os saltos se feriu. O pouso em uma área aberta e sem obstáculos foi fundamental para o sucesso da manobra, que, apesar de ter assustado quem via de longe, terminou da melhor forma possível.

Pouso de emergência ou manobra de segurança?

A principal divergência sobre o ocorrido está na terminologia. Enquanto as autoridades policiais que atenderam ao chamado trataram o caso como uma “emergência”, o piloto fez questão de esclarecer que a situação esteve sob controle o tempo todo. “Foi uma decisão minha pousar naquele local, e não houve qualquer situação de emergência”, afirmou ele em entrevista a uma emissora local, defendendo que agiu de forma preventiva para garantir a segurança de todos.

Essa visão é corroborada por Johnny Alvarez, presidente da Confederação Brasileira de Balonismo. Ele explicou que desvios de rota por conta de ventos são comuns na prática do esporte e que os pilotos são treinados para realizar pousos em locais alternativos. “O procedimento é seguro e pode ser feito em pé ou deitado”, destacou, validando a manobra do piloto como um procedimento padrão de segurança. 

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