A atriz Sydney Sweeney pode estar a caminho de sua primeira indicação ao Oscar. Sua performance transformadora como a boxeadora Christy Martin na cinebiografia Christy foi recebida com uma longa ovação de pé na estreia do filme, na tarde de sexta-feira (5), no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A recepção calorosa, somada ao anúncio de uma data de lançamento estratégica para a temporada de premiações, coloca a estrela de Euphoria como uma forte candidata na corrida de 2026.
No filme, Sweeney interpreta a pioneira do boxe feminino em sua ascensão à fama no final dos anos 80, ao mesmo tempo em que sobrevive a um casamento abusivo e a uma tentativa de assassinato por parte do marido.
Uma transformação física e emocional
Para viver a atleta nas telas, Sydney Sweeney passou por uma preparação intensa que durou meses. Ela contou ao público do festival que treinou boxe de duas a três vezes por dia, todos os dias, inclusive durante as filmagens. O processo também incluiu o trabalho com preparadores físicos e uma nutricionista.
Com bom humor, o diretor David Michôd acrescentou que a dieta também “teve muito Chick-fil-A”, o que a atriz confirmou, adicionando “muitos milkshakes”. “Mas foi incrível poder encarnar completamente uma mulher tão poderosa”, concluiu Sweeney.
A aprovação da Christy Martin da vida real
A dedicação da atriz foi recompensada com o elogio da própria Christy Martin, que estava presente na exibição e atuou como consultora do filme. Ela se disse impressionada com a capacidade de Sydney Sweeney de capturar as duas facetas de sua personalidade: a pública e a privada.
“A Christy boxeadora era apenas a persona, muito bombástica e egoísta, mas não é quem eu sou”, disse a atleta. “Acho que é por isso que Sydney Sweeney faz esse trabalho incrível. (…) Ela não era a linda e sexy Sydney. Ela era a Christy durona e robusta neste filme.” Martin espera que o filme sirva de inspiração para outras pessoas, cumprindo uma promessa que fez a Deus no hospital após sobreviver ao ataque.
A responsabilidade de contar uma história real
O diretor do longa, David Michôd, conhecido por filmes como Reino Animal (2010) e O Rei (2019), admitiu que sentiu o peso da responsabilidade ao ter a verdadeira Christy no set. “De repente pensei: ‘Porra, preciso ter muito cuidado com isso’. Eu tinha a responsabilidade de fazer isso direito”, contou.
O trabalho parece ter valido a pena. O filme foi tão bem recebido que o estúdio já anunciou sua estreia nos cinemas dos EUA para 7 de novembro, uma data privilegiada para filmes que buscam reconhecimento no Oscar.