Um mês após passar por uma cirurgia bariátrica, a dançarina e influenciadora Thais Carla, de 32 anos, falou pela primeira vez sobre sua decisão, sua recuperação e os desafios que a levaram a buscar uma mudança drástica em sua vida. Em uma entrevista reveladora, a artista, que se tornou um dos maiores símbolos do movimento corpo livre no Brasil, desabafou sobre a exaustão causada pela gordofobia e pelo ódio que recebia nas redes sociais.
A jornada de peso e a decisão pela cirurgia
Thais Carla contou que chegou a pesar 200 kg. Para se submeter ao procedimento cirúrgico com segurança, ela precisou passar por um processo de emagrecimento prévio, perdendo 30 kg. Agora, um mês após a bariátrica, ela já eliminou mais 15 kg, totalizando uma perda de 45 kg e pesando atualmente cerca de 155 kg.
A decisão, segundo ela, foi motivada por uma busca por mais qualidade de vida. “Minha decisão foi pela saúde e principalmente pelas minhas filhas”, afirmou categoricamente. A dançarina é mãe de duas meninas, Eva e Maria, fruto de seu relacionamento com o fotógrafo Israel Reis.
O fardo da gordofobia estrutural e o ódio online
Durante a conversa, Thais desabafou sobre o peso emocional de ser uma figura pública gorda no Brasil. “Fui uma pessoa que lutava muito só, tudo caía sobre mim. Se eu botasse uma foto minha, falavam do meu peso. Tudo estava errado”, relatou. Ela confessou o cansaço de ter que lidar com comentários de ódio constantes. “Muitas vezes eu ficava triste porque havia comentários de gente dizendo que eu tinha que morrer queimada, por exemplo.”
Além da violência virtual, ela destacou os desafios práticos impostos pela gordofobia estrutural da sociedade. “Ia viajar, tinha que me preocupar com assento, eu estava exausta”, disse, explicando que a necessidade de se preocupar com detalhes que para outras pessoas são triviais a deixava esgotada.
Uma mensagem para o público que a via como referência
Consciente de sua posição como um ícone do movimento de aceitação corporal, Thais Carla também se dirigiu aos seguidores que podem ter se sentido decepcionados com sua decisão de operar. Ela pediu desculpas, mas reforçou que sua mensagem de empoderamento permanece.
“Acho que nós, como seres humanos, sempre estamos em evolução”, ponderou. “Pessoas gordas me viam e pensavam serem capazes, e era isso que eu queria mostrar: um corpo gordo também é capaz.” Sua fala sugere que a cirurgia não anula sua trajetória de ativismo, mas representa um novo capítulo em sua busca pessoal por saúde e bem-estar.