The Witcher 4 quer que você sofra… e se sinta recompensado por isso
A CD Projekt Red revelou novos detalhes sobre o que os jogadores podem esperar em The Witcher 4, especialmente no que diz respeito a uma das marcas registradas da franquia: as escolhas morais complexas e suas consequências imprevisíveis. Durante uma entrevista à IGN em comemoração aos 10 anos de The Witcher 3: Wild Hunt, o diretor do novo jogo, Sebastian Kalemba, detalhou como a equipe pretende elevar ainda mais a autonomia do jogador, sem aliviar o peso emocional das decisões difíceis.
“Seja qual for a escolha e a consequência, queremos que os jogadores se sintam recompensados, mesmo que a emoção final seja tristeza”, afirmou Kalemba. Para o diretor, o objetivo é que as decisões sejam coerentes com a jornada emocional do jogador, criando um sentimento de aceitação mesmo diante de desfechos trágicos. Ele deixou claro: se você esperava um jogo mais leve nesse sentido, vai ter que se preparar — as decisões difíceis continuarão sendo o núcleo da experiência.
Liberdade com peso narrativo
Kalemba foi enfático ao dizer que o novo jogo quer colocar a autonomia do jogador no centro da experiência, oferecendo mais ferramentas e oportunidades de interação com o mundo e os personagens. “Queremos que o jogador sinta que ‘sou eu quem está moldando essa história’”, explicou. Essa ênfase reflete a evolução da CD Projekt desde The Witcher 2, conhecido por seus caminhos narrativos radicalmente distintos, e The Witcher 3, que refinou o equilíbrio entre liberdade e narrativa.
O designer de missões Paweł Gąska reforçou essa ideia ao destacar que nem sempre uma boa escolha leva a um bom resultado, e vice-versa. “Queremos que o jogador perceba que mesmo uma boa escolha pode ter consequências ruins, e que uma escolha ruim ainda pode ser justificada por algo em que você se concentrou”, disse. Para Gąska, o poder do jogo está em entregar dilemas morais com camadas — e a execução dessas cenas cabe aos roteiristas, animadores e equipe de cinemática, que trabalham para garantir que o impacto emocional seja genuíno.
Mais do que escolhas binárias
Ao que tudo indica, The Witcher 4 não será um RPG de escolhas “certas ou erradas”, mas sim uma experiência construída em tons de cinza, onde até a decisão mais bem-intencionada pode sair pela culatra. E isso é exatamente o que a CD Projekt quer: um mundo que reaja às suas ações de maneira crua, realista e emocionalmente intensa.
Ainda sem data de lançamento, The Witcher 4 foi anunciado oficialmente durante o The Game Awards 2024 com um trailer misterioso que confirmou o retorno ao universo de bruxos e monstros — mas agora com novos protagonistas e novas histórias. Se depender das ambições da equipe, a saga está prestes a entrar em uma nova era de decisões implacáveis.