TMZ é criticado por divulgar imagem de Liam Payne após sua morte trágica

O site de notícias de celebridades TMZ está sob intenso escrutínio por ter publicado uma imagem que supostamente mostrava o corpo de Liam Payne, ex-integrante da banda One Direction, após sua trágica morte na quarta-feira. A imagem cortada, que foi posteriormente removida do site, exibia partes tatuadas do corpo, o que gerou uma onda de indignação nas redes sociais e entre especialistas em ética da mídia.

De acordo com o TMZ, a foto teria sido tirada no deck de um hotel em Buenos Aires, onde Payne, de 31 anos, teria caído da sacada de seu quarto no terceiro andar. A imagem foi reconhecida pelas tatuagens características do cantor, o que teria ajudado o site a confirmar sua identidade. No entanto, a publicação da foto provocou um grande protesto online, levando o site a removê-la.

Reações e críticas

Personalidades e jornalistas condenaram fortemente o TMZ pela publicação da imagem. Zing Tsjeng, ex-editor-chefe da Vice, classificou a decisão como “indefensável”, enquanto a cantora Alessia Cara chamou a ação de “nojenta”. O jornalista da BBC, Shayan Sardarizadeh, criticou o TMZ por “tentar obter cliques e dinheiro de anúncios” com o corpo de Payne. Para muitos, a publicação da foto foi uma violação do respeito à família do cantor, já que a notícia da sua morte ainda estava se desenrolando.

O crítico de TV Scott Bryan também destacou a necessidade de o TMZ lembrar que “as pessoas sobre as quais eles relatam são humanas — o filho de alguém, o pai de alguém”. O incidente levantou novamente questões sobre a ética jornalística, com muitos argumentando que o TMZ ultrapassou os limites ao publicar a imagem, mesmo que parcialmente editada.

Discussão sobre a ética na publicação de imagens

Paul Lashmar, acadêmico especializado em ética da mídia na City University of London, afirmou que existem raros casos em que a publicação de uma foto de um cadáver é justificável, como em situações de guerra ou em questões de interesse público. No entanto, ele considera que a decisão de mostrar o corpo de alguém em circunstâncias trágicas, como no caso de Payne, é amplamente antiética.

“Publicar imagens de um cadáver pode ser profundamente estressante para os familiares e amigos da pessoa”, afirmou Lashmar, acrescentando que os veículos de comunicação devem ter empatia e ponderar: “Se isso acontecesse comigo, eu gostaria que alguém publicasse uma foto assim?”

Histórico de controvérsias do TMZ

Esta não é a primeira vez que o TMZ é criticado por sua abordagem sensacionalista em casos de mortes de celebridades. Em 2020, após a morte de Kobe Bryant em um acidente de helicóptero, o Departamento do Xerife de Los Angeles criticou o TMZ por supostamente divulgar a notícia antes que as autoridades pudessem notificar as famílias das vítimas. Apesar de o fundador do site, Harvey Levin, afirmar que eles haviam consultado os representantes de Bryant antes da publicação, o incidente gerou debates sobre os limites éticos na busca por exclusividade em notícias sensacionalistas.

A publicação da imagem de Liam Payne reacendeu a discussão sobre a ética no jornalismo sensacionalista, destacando os riscos que veículos como o TMZ enfrentam ao tentar ultrapassar os limites em busca de exclusividade. Enquanto a equipe do TMZ permanece em silêncio após a remoção da foto, o debate sobre a necessidade de maior cuidado e sensibilidade ao relatar tragédias continua a crescer, especialmente quando envolve figuras públicas e suas famílias enlutadas.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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