A nova adaptação de Nosferatu, dirigida por Robert Eggers, tem gerado grande expectativa, especialmente por sua impressionante arte e, claro, pela transformação de Bill Skarsgård no icônico Conde Orlok. A maquiagem do personagem tem sido amplamente comentada, e David White, designer de efeitos de maquiagem protética, revelou detalhes fascinantes sobre como o visual foi desenvolvido e as inspirações por trás dele. – SPOILERS A SEGUIR

Processo Criativo e Desenvolvimento do Visual de Nosferatu

David White passou quase um ano discutindo o visual do Conde Orlok com Robert Eggers. Durante esse tempo, White trabalhou lentamente em moldes e protótipos, explorando elementos chave como a idade, poder, fascínio, nobreza e decadência do personagem. A equipe, liderada por White e o escultor Colin Jackman, passou mais três a quatro meses ajustando e testando a maquiagem em Bill Skarsgård. O processo de criação foi um trabalho coletivo, com a equipe dedicando-se ao máximo para garantir que a transformação fosse fiel à visão de Eggers.

Inspirações e Referências Visuais

O visual de Orlok em Nosferatu foi fortemente inspirado por diversas fontes. White, desde a infância, se lembra de uma imagem em preto e branco de Max Schreck, o ator que interpretou o personagem na versão original de 1922, que o impactou profundamente. Além disso, uma pintura feita por Eggers de Orlok também serviu de guia, com tons de pele acinzentados e uma forma de cabeça misteriosa que influenciou o visual final.

Embora haja referências claras à versão clássica de Schreck, White garantiu que o visual de Skarsgård era único. A estrutura óssea e os olhos expressivos do ator contribuíram para uma interpretação mais profunda do personagem, dando-lhe uma aparência distinta e independente, mesmo com os ecos do original.

Desafios da Maquiagem Protética

A transformação de Skarsgård em Orlok não foi fácil. O principal desafio, segundo White, foi equilibrar a maquiagem protética de maneira a funcionar em diversos níveis. A aparência de Orlok precisava ser ambígua em termos de idade, além de manter o charme e a atração do personagem, especialmente em relação à protagonista, Ellen. A maquiagem também precisava disfarçar sua decadência e podridão, mantendo uma aura misteriosa que se mantém nas sombras.

A coloração foi outro desafio, com duas versões de Orlok sendo criadas: uma para quando ele está em seu “estado de transe”, com tons de roxo e vermelho, e outra para o visual diurno, mais pálida e cerosa.

O Bigode de Orlok: Uma Decisão Estética

Eggers, conhecido por sua atenção aos detalhes históricos, influenciou a decisão de dar ao Conde Orlok um bigode e uma mecha. White concorda com a escolha, afirmando que esses elementos eram essenciais para preservar a nobreza do personagem, tornando-o imediatamente reconhecível como Orlok. Sem o bigode, a aparência de Orlok simplesmente não seria a mesma.

As Peças Protéticas

A maquiagem de Orlok é composta por várias próteses detalhadas, totalizando nove peças para a cabeça e rosto, além de outras para as mãos e corpo. Cada detalhe foi meticulosamente trabalhado para criar a figura grotesca e fascinante que aparece no filme. Entre as peças estão próteses para o pescoço, bochechas, orelhas, nariz e até mesmo os dedos, que foram alongados com extensões para aumentar o impacto visual.

Com a ajuda de uma equipe de seis pessoas, a aplicação da prótese de corpo inteiro de Orlok é um processo complexo que envolve 62 peças adicionais, permitindo a transformação completa de Skarsgård no temido Conde.

A transformação de Bill Skarsgård em Conde Orlok/Nosferatu é um feito impressionante de maquiagem e design de efeitos especiais. A dedicação de toda a equipe de efeitos, junto com a visão de Eggers, resultou em uma versão do personagem que mantém a essência do clássico, mas com uma abordagem fresca e inovadora. O trabalho de David White e sua equipe é um exemplo brilhante de como a maquiagem protética pode criar figuras inesquecíveis no cinema.

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