Em participação no programa Roda Viva da TV Cultura, a cantora Vanessa da Mata revelou detalhes sobre bastidores da indústria musical, abordando temas como boicotes e a necessidade de contrapartida nas negociações, além de compartilhar experiências pessoais sobre violência contra a mulher.

Boicotes e negociações nos bastidores

Vanessa da Mata destacou que, nos bastidores da música, existem práticas de boicote e estratégias de negociação entre empresários, artistas e suas equipes. Ela relatou situações em que artistas e seus empresários se veem envolvidos em disputas de poder, afetando a inclusão de determinados nomes em shows e programas de TV.

“Acontece entre empresários: ‘Tira do show tal porque em dado momento você não quis gravar com a pessoa que ela empresaria’. Ou, entre os muito populares: ‘Meu artista só vai se tal pessoa não for’”, comentou. Ela também falou sobre a dinâmica no meio sertanejo, onde, segundo ela, há a exigência de contrapartidas para garantir a presença de certos artistas em eventos. “Entre os sertanejos, as maiores duplas vão se vocês botarem as duplas novas em outro dia na TV, porque os empresários estão empresariando outras pessoas”, disse. A cantora concluiu, enfatizando a pressão por negociações vantajosas para todas as partes envolvidas.

Violência contra a mulher

Além das questões do mercado musical, Vanessa da Mata compartilhou suas experiências pessoais com violência contra a mulher, ressaltando a realidade dolorosa que muitas enfrentam. “Todas as mulheres que eu conheço já enfrentaram alguma situação de perigo”, afirmou. Ela também comentou sobre as mensagens que recebe de suas fãs, muitas das quais compartilham histórias de abuso que sofreram. “Eu recebo muitas mensagens no direct das minhas fãs contando que foram abusadas na infância. É uma vergonha e um horror”, revelou.

A cantora relatou que teve uma infância marcada por momentos de grande sofrimento, mencionando que foi vítima de assaltos e duas tentativas de estupro. “Eu sofri uma infância extremamente acuada e eu não estou preparada ainda para falar disso. Eu sofri dez assaltos e duas tentativas de estupro. É de uma sobrevivência gigantesca”, contou. Ela destacou a importância de se falar sobre esses temas e de dar visibilidade às histórias de mulheres que enfrentam situações semelhantes.

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