O Brasil celebrou uma conquista inédita na noite do Oscar 2025 ao vencer a categoria de Melhor Filme Internacional com Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. A emocionante história de uma mulher que resiste à ditadura militar brasileira desbancou favoritos como o francês Emilia Pérez, que já acumulava prêmios na cerimônia.
Principais destaques da vitória brasileira:
- Ainda Estou Aqui garantiu o primeiro Oscar do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional.
- O diretor Walter Salles dedicou o prêmio a Eunice Paiva, inspiração do longa.
- O filme superou concorrentes da França, Dinamarca, Letônia e Alemanha.
- A obra retrata a trajetória de uma mãe que se torna ativista após a perda do marido na ditadura militar.
Homenagem emocionante a Eunice Paiva e Fernanda Montenegro
Ao subir ao palco do Dolby Theatre para receber a estatueta, Walter Salles fez um discurso marcante. Ele destacou a importância da história de Eunice Paiva, mulher que enfrentou o regime autoritário após o desaparecimento de seu marido.
“Este prêmio vai para uma mulher que, diante de uma perda devastadora, decidiu não se curvar. Seu nome é Eunice Paiva”, declarou Salles, arrancando aplausos entusiasmados da plateia.
O diretor também elogiou as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, que interpretaram mãe e filha na produção. A estrela Torres, presente na premiação, demonstrou emoção ao celebrar a vitória.
Retrato íntimo da ditadura e impacto do cinema brasileiro
O longa, inspirado em fatos reais, acompanha a jornada de uma mãe de cinco filhos que se reinventa como advogada e ativista após o sumiço do marido, um opositor do regime militar. A obra destaca o impacto das ditaduras na América Latina e reforça a importância do cinema como ferramenta de memória histórica.
A crítica internacional elogiou a abordagem do filme. Segundo análise do The Hollywood Reporter, a produção se diferencia ao retratar os horrores da ditadura por uma perspectiva íntima e pessoal, ampliando o impacto emocional da narrativa.
Brasil supera forte concorrência e faz história
Na disputa pelo Oscar de Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui superou quatro produções de peso:
- Flow (Letônia) – Animação sobre um gato desabrigado por uma enchente.
- The Girl With the Needle (Dinamarca) – Thriller histórico em preto e branco.
- Emilia Pérez (França) – Musical policial sobre identidade de gênero.
- The Seed of the Sacred Fig (Alemanha) – Drama iraniano do diretor exilado Mohammad Rasoulof.
O Brasil já havia sido indicado cinco vezes anteriormente, com destaque para Central do Brasil (1998), também dirigido por Salles. Desta vez, o país finalmente conquistou sua primeira estatueta na categoria, consolidando sua força no cenário cinematográfico mundial.
A noite do 97º Oscar, apresentada por Conan O’Brien, ficará marcada na história do cinema brasileiro. Com essa vitória, Ainda Estou Aqui reforça o poder das narrativas nacionais e a relevância do Brasil no cenário internacional.