Warner Bros. processa a IA Midjourney por violação de direitos autorais

A Warner Bros. entrou com um processo contra a Midjourney por uso indevido de personagens como Batman e Superman.
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A batalha de Hollywood contra a Inteligência Artificial generativa ganhou um novo e poderoso capítulo. A Warner Bros. processou a plataforma de geração de imagens por IA Midjourney na quinta-feira (4), acusando a empresa de violações flagrantes de direitos autorais. O estúdio alega que a ferramenta é usada para criar e distribuir intencionalmente imagens e vídeos de seus personagens mais icônicos, como Superman, Batman e os Looney Tunes.

A Warner se torna o terceiro grande estúdio a entrar com uma ação judicial contra a plataforma, seguindo os passos da Disney e da Universal, que iniciaram um processo semelhante em junho. O movimento solidifica uma frente unida da indústria do entretenimento contra o que consideram pirataria em massa.

‘Midjourney se considera acima da lei’, diz o processo

Na denúncia, a Warner Bros. afirma que a Midjourney não apenas permite, mas incentiva a violação de sua propriedade intelectual. O processo alega que a plataforma de IA removeu recentemente as proteções que impediam os usuários de criarem conteúdo infrator, em uma decisão calculada e voltada para o lucro.

“A Midjourney se considera acima da lei”, afirma o texto do processo. “Sem qualquer consentimento ou autorização da Warner Bros. Discovery, a Midjourney descaradamente distribui a propriedade intelectual da Warner Bros. Discovery como se fosse sua.” O estúdio busca uma indenização e uma liminar que impeça a Midjourney de continuar infringindo seus direitos autorais.

A defesa da Midjourney e a acusação de hipocrisia

A Midjourney, por sua vez, já apresentou seus argumentos de defesa no processo similar movido pela Disney e Universal, e a expectativa é que a linha seja a mesma. A empresa de IA alega que o treinamento de seus modelos com material protegido por direitos autorais é permitido pela doutrina do “uso justo” (fair use).

Além disso, os advogados da Midjourney acusaram os estúdios de hipocrisia, afirmando que eles tentam reprimir o uso de IA enquanto, ao mesmo tempo, buscam lucrar com a tecnologia em suas próprias produções.

A união de Hollywood contra a IA

O processo da Warner Bros. é um sinal claro da escalada do conflito. O estúdio havia sido convidado a se juntar à ação da Disney e da Universal no início do ano, mas optou por não fazê-lo na época. A mudança de postura pode estar ligada aos novos movimentos da Midjourney, que recentemente lançou um serviço de geração de vídeo e um canal de streaming 24 horas, representando uma ameaça competitiva mais direta aos estúdios.

A Motion Picture Association (MPA), que representa os maiores estúdios, divulgou um comunicado apoiando a ação. “Continuamos preocupados que a violação de direitos autorais, se não for controlada, ameace toda a indústria cinematográfica americana”, disse a associação.

Sobre o autor

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa. Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer. Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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