Coroando uma das reviravoltas mais impressionantes da história recente de Hollywood, a Warner Bros. celebrou neste fim de semana o sucesso estrondoso de Invocação do Mal: Últimos Ritos. Com uma estreia doméstica de US$ 83 milhões, o filme de terror se tornou o sétimo lançamento consecutivo do estúdio a arrecadar mais de US$ 40 milhões em sua abertura — um recorde de consistência que nenhum outro estúdio jamais alcançou.
A sequência de vitórias é ainda mais notável quando se lembra do cenário desastroso que a empresa enfrentava no início do ano, com uma série de fracassos que colocou a liderança do estúdio na berlinda e gerou uma crise interna.
Do fracasso ao recorde histórico
O final de 2024 e o início de 2025 foram brutais para a Warner Bros. Fiascos caros como Coringa: Loucura a Dois, o aguardado Mickey 17 de Bong Joon Ho, e Os Cavaleiros do Zodíaco deixaram um prejuízo de centenas de milhões de dólares. A situação era tão crítica que os chefes do estúdio, Michael De Luca e Pam Abdy, chegaram a demitir diretores de marketing e distribuição em meio à crise.
Tudo começou a mudar em abril, com o lançamento de Um Filme de Minecraft, que se tornou um fenômeno com uma estreia de US$ 162 milhões e uma arrecadação global de US$ 957 milhões. A partir daí, a maré virou. A Warner Bros. emplacou uma sequência impecável de sucessos: o terror de vampiros Sinners (US$ 48 milhões de estreia), Premonição: Linhagens de Sangue (US$ 51,6 milhões), F1: O Filme (US$ 57 milhões), Superman (US$ 125 milhões), o terror surpresa A Hora do Mal (US$ 43,5 milhões) e, agora, Invocação do Mal.
‘Grandes riscos criativos’ que deram resultado
Segundo analistas, o sucesso da Warner Bros. vem de uma estratégia de assumir riscos calculados. “O estúdio fez escolhas excepcionais e assumiu grandes riscos criativos, e eles estão dando resultado”, afirma David A. Gross, da Franchise Entertainment Research. A aposta em filmes de gênero e projetos autorais, em vez de apenas franquias seguras, se provou extremamente lucrativa.
Fontes da indústria estimam lucros invejáveis para os sucessos do estúdio, como US$ 125 milhões para Superman e US$ 75 milhões para Premonição. Uma fonte do estúdio afirmou que a empresa já acumulou cerca de US$ 600 milhões em lucros combinados no ano, antes mesmo de contabilizar o resultado de Invocação do Mal.
O futuro da Warner Bros.
Com a reviravolta, a pressão sobre os executivos De Luca e Abdy diminuiu, mas o próximo grande teste já tem data para chegar. No final de setembro, o estúdio lança o épico Uma Batalha Após a Outra, de Paul Thomas Anderson, estrelado por Leonardo DiCaprio. O filme, que custou mais de US$ 130 milhões, é mais uma aposta de risco em um grande cineasta.
O analista David A. Gross, no entanto, deixa um aviso: “Estúdios esquentam e estúdios esfriam. (…) Não vai durar para sempre.” Resta saber se a maré de sorte da Warner Bros. continuará em 2026.