Ziraldo Alves Pinto, o renomado desenhista e escritor brasileiro, faleceu aos 91 anos, deixando um legado inestimável para as artes do país. Sua morte, ocorrida enquanto dormia em seu apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi confirmada pela família neste sábado (6), marcando o encerramento de uma vida dedicada à criatividade e à expressão artística.
Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932, Ziraldo passou sua infância imerso na leitura e no desenho. Desde cedo, mostrou talento para as artes, tendo seu primeiro desenho publicado aos seis anos de idade no jornal “A Folha de Minas”. Ao longo dos anos 1950, iniciou sua carreira profissional, contribuindo com charges e caricaturas para diversos veículos de comunicação, como as revistas “Era uma vez…” e “O Cruzeiro”.
Consagração e Engajamento
Foi nos anos 1960 que Ziraldo se consolidou como uma figura de destaque no cenário artístico brasileiro. Além de seu trabalho como chargista e caricaturista, foi um dos fundadores do icônico jornal “O Pasquim”, conhecido por sua postura crítica e combativa durante os anos da ditadura militar no Brasil. Sua atuação na imprensa foi marcada pelo humor inteligente e pela coragem de enfrentar o regime autoritário vigente.
Ziraldo também deixou sua marca no universo das histórias em quadrinhos. Em 1958, realizou um sonho ao se tornar autor de quadrinhos, criando a primeira revista brasileira do gênero com um único autor, a “Turma do Pererê”. Nessa obra, explorou o folclore brasileiro através das aventuras do pequeno índio Pererê e seus amigos animais, como a onça, o jabuti e o tatu. Mesmo após o fim da revista, seu legado nas HQs perdura até os dias de hoje.
Além de sua contribuição para as artes visuais, Ziraldo deixou sua marca como escritor, sendo o criador de personagens icônicos como “O Menino Maluquinho”. Sua versatilidade e talento abrangiam diversas formas de expressão artística, tornando-o uma figura querida e respeitada por gerações de brasileiros. Seu legado perdurará como um símbolo da criatividade e da liberdade de expressão no Brasil.