Após sua vitória histórica no Oscar deste ano, a atriz Zoe Saldaña, de 46 anos, fez uma declaração poderosa e pessoal sobre sua estatueta. Em uma nova entrevista à revista People, a estrela de “Emilia Pérez” revelou que, em sua casa, o cobiçado troféu dourado é tratado com identidade de gênero fluida, um gesto de apoio e amor que ecoa a temática de seu filme premiado.
“Eles/Elas”: um Oscar com identidade de gênero fluida
“Temos isso no meu escritório e meu Oscar é de gênero fluido”, declarou Saldaña à publicação. Com um sorriso, ela complementou, explicando como se refere à estatueta: “É baseado nos pronomes ‘eles/elas'”.
A declaração não é apenas uma curiosidade, mas um ato simbólico de aliança e respeito, especialmente vindo da estrela de um filme que aborda de forma tão central a transgeneridade. “Emilia Pérez”, o aclamado musical do diretor francês Jacques Audiard, conta a história de Rita (Saldaña), uma advogada que ajuda um líder de cartel mexicano a realizar seu sonho de passar pela cirurgia de redesignação de gênero e viver como a mulher que sempre foi.
Uma vitória histórica e um discurso emocionante
A vitória de Zoe Saldaña como Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar de 2025, em março, foi um dos momentos mais emocionantes da cerimônia. Ela se tornou a primeira atriz de origem dominicana a receber o prêmio, um marco para a representatividade latina em Hollywood.
Em seu discurso de aceitação, ela celebrou suas raízes. “Minha avó veio para este país em 1961 — sou uma filha orgulhosa de pais imigrantes… Sou a primeira americana de origem dominicana a receber um Oscar e sei que não serei a última”, disse, emocionada. “O fato de eu estar recebendo um prêmio por um papel em que pude cantar e falar em espanhol — minha avó, se estivesse aqui, ficaria muito feliz”.
Sua performance como a advogada Rita foi universalmente elogiada, rendendo-lhe também o Globo de Ouro e o Critics Choice Award, e foi uma das 13 indicações que o filme recebeu no Oscar, tornando-o o líder daquela edição.
Seguindo os passos de Jamie Lee Curtis
O gesto de Zoe Saldaña de atribuir pronomes neutros à sua estatueta do Oscar segue um precedente notável e afetuoso estabelecido por outra vencedora do prêmio. Em 2023, após ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, Jamie Lee Curtis declarou no programa “Today” que seu troféu usaria os pronomes “they/them” (eles/elas).
A decisão de Curtis foi uma homenagem direta à sua filha, Ruby, que é uma mulher transgênero. “Apoio minha filha Ruby. Vou fazer com que eles sejam eles/elas”, disse a atriz na época, em um ato público de amor e suporte materno.
Agora, Zoe Saldaña dá continuidade a essa nova e poderosa tradição. Ao declarar seu Oscar como “trans” e de gênero fluido, ela utiliza o maior símbolo de reconhecimento da indústria do entretenimento para amplificar uma mensagem de inclusão, respeito e amor, refletindo perfeitamente o coração da história que lhe rendeu o prêmio.