Crítica | Pacificador é um dos grandes acertos da DC em sua 1ª Temporada

Apesar de já ter uma carreira estabelecida um pouco antes, James Gunn só se tornou um nome conhecido do grande público após o sucesso dos dois filmes de Guardiões da Galáxia, na Marvel Studios. Mas aqueles que já haviam assistido a filmes como Seres Rastejantes ou a comédia Super certamente sabem que o estilo de Gunn era muito mais sombrio e delinquente do que uma franquia dominada pela Disney seria capaz de permitir - apesar de piadas de ejaculação terem passado pelas entrelinhas. Por isso, quando Gunn se aventurou na DC com seu irreverente O Esquadrão Suicida, era como vê-lo abraçar seu passado sem vergonha nenhuma - mas trazendo habilidades que o amadureceram como diretor, sem dúvida.

E antes mesmo do filme ser lançado nos cinemas e na HBO Max, uma série derivada já estava confirmada, só ilustrando o nível de confiança da Warner Bros no cineasta. Dessa vez, Gunn sairia explorar mais sobre o detestável (mas carismático) anti-herói Pacificador, que ganha agora 8 episódios protagonizados por John Cena. Mantendo a linha de humor sarcástico e escatológico do filme de 2021, com uma surpreendente dose de desenvolvimento emocional, esta primeira temporada de Pacificador é um grande acerto.

A trama começa após os eventos de O Esquadrão Suicida, com um debilitado Christopher Smith (Cena) se recuperando e voltando ao manto do Pacificador. Ele é imediatamente contatado por Emilia Harcourt (Jennifer Holland) e John Economos (Steve Agee) para trabalhar novamente para Amanda Waller (Viola Davis), que monta um pequeno grupo que inclui o determinado Clemson Murn (Chukwudi Iwuji), a insegura Leota Adebayo (Danielle Brooks) e o maníaco Vigilante (Freddie Stroma) para deter o que eles imaginam ser uma terrível invasão alienígena na Terra.

Simpatia pelo diabo

O grande desafio nessa primeira temporada de Pacificador é justamente em relação a seu protagonista. Sua participação no filme de 2021 era bem pontual e, deliberadamente, de uma nota única. Ele serve como um escape cômico e sarcástico, e fiquei imaginando como seria uma série inteira para explorar um personagem tão desprezível. A escolha de Gunn é a mais óbvia, mas nem por isso menos difícil: a redenção. A cada episódio que avançamos, o passado e o contexto onde Christopher Smith se encontra é revelado, e por mais que possa parecer piegas ou forçado no papel, a execução impressiona. Com seu talento único para encontrar mascotes animais e temperar emoções com uma ótima trilha sonora incidental, Gunn consegue tornar o desprezível Pacificador em uma figura pela qual podemos torcer e até simpatizar.

Não que o Pacificador seja um sujeito 100% decente, claro. Grande parte da diversão e as risadas intensas da série vem com os momentos onde, ainda mais do que em O Esquadrão Suicida, Gunn explora o humor ácido e irreverente de seus personagens. A maioria deles vem das trocas hilárias entre Smith e o personagem do Vigilante, que o excelente Freddie Stroma enche de um carisma magnético e uma persona que equilibra perfeitamente bem a psicopatia com a insegurança: é um nerd tímido e com toque de celular da Barbie que, vestido de algo parecido com um Power Ranger, se torna uma máquina de matar implacável e eficiente.

O Vigilante é só a ponta do iceberg, apesar de ser a mais interessante. A série pega a velha dinâmica de montar uma equipe clandestina, trazendo de volta os personagens de Holland e Agee em uma capacidade muito maior, com mais arcos, tiques e detalhes que certamente os tornam figuras carismáticas - e até com ótimas cenas de ação, como é o caso de Holland. Mas é realmente surpreendente acompanhar o arco de Adebayo, que a carismática Danielle Brooks se esforça para tornar muito mais do que “a estagiária novata”, garantindo momentos pontuais de ternura e comédia.

O ótimo Chukwudi Iwuji fecha o grupo como o sensato Murn, que carrega um dos segredos mais interessantes de toda a série e, junto com a águia ladra de cenas Eagly, formam uma equipe sempre divertida de se acompanhar - e o lindíssimo momento ancorado pela canção “House of Pain” é quando definitivamente nos envolvemos totalmente com eles.

Mais sujos do que o mal lavado

Não menos importante, um dos arcos mais fundamentais de Pacificador é aquele envolvendo o pai do protagonista: Auggie Smith, vivido pelo eternamente T-1000 Robert Patrick. E o astro certamente faz um antagonista bem mais odiável do que o robô de metal líquido de O Exterminador do Futuro 2, já que Smith é um ex-vilão neonazista conhecido como Dragão Branco, o que é um dos catalisadores para o grande arco de redenção do Pacificador. Patrick não poupa nos insultos racistas, ofensas homofóbicas e orgias com skinheads, e potencializa ótimos momentos com Cena; que já sabíamos ser um ótimo comediante, mas cujo arco com Patrick acaba revelando-o como um formidável ator dramático, com destaque para um impressionante momento no penúltimo episódio.

E lembrando de Seres Rastejantes, algo que já havia sido evidenciado em O Esquadrão Suicida, é o fato de James Gunn ser fascinado por nojeiras. A ideia de colocar uma invasão alienígena aos moldes de Os Invasores de Corpos é muito bem vinda, especialmente pelo clima de paranoia e desconfianças, e toda a nojeira gore que a série oferece com as “borboletas”, pequenos parasitas que se infiltram nos corpos humanos e veneram uma terrível e horrorosa entidade gigante. Tudo isso com a pegada pop de Gunn, que orquestra uma montagem primorosa dos alienígenas se reunindo ao som de “Monster" do Reckless Love, oferecendo doses de “badass" com caminhadas em direção a câmera, mas também de absoluto terror com os sorrisos sinistros dos humanos possuídos.

Naturalmente, Pacificador não tem a escala e o orçamento de um longa milionário como O Esquadrão Suicida, mas a série usa isso a seu favor. Grande parte dos diálogos são entregues em cenas com carros, reforçando o caráter road trip no interior caipira dos EUA, e as cenas de ação são bem mais físicas e violentas; sobressaindo-se quando envolvem lugares apertados, ou os mais inusitados tipos de oponentes contaminados por aliens: ver John Cena de cueca lutando contra uma stripper, ou a fúria intensa do baixinho Mestre Judoca (um impagável Nhut Le) garante ótimos momentos.

Quando o gore entra em cena, o resultado é ainda mais impactante, especialmente quando o Dragão Branco e seus capangas enfrentam o personagem titular ou a própria batalha final, com direito a um escudo que deixaria o Capitão América enciumado e até algumas aparições de luxo.

 

Dê uma chance à paz, car#@$@!

Com oito episódios que passam voando em um ótimo ritmo, que certamente fica melhor à medida em que chegamos próximo do fim, Pacificador é uma das melhores séries de super-heróis lançadas recentemente. Faz um trabalho surpreendentemente maduro e engraçado na medida certa com um protagonista incomum, mas sai do outro lado com uma história sólida, personagens de apoio carismáticos e uma trama alienígena deliciosamente grotesca. Que venha a segunda temporada!

Pacificador - 1ª Temporada (Peacemaker - Season 1, EUA - 2022)

Showrunner: James Gunn
Direção: James Gunn, Brad Anderson, Jody Hill, Rosemary Rodriguez
Roteiro: James Gunn
Elenco: John Cena, Jennifer Holland, Danielle Brooks, Freddie Stroma, Chukwudi Iwuji, Steve Agee, Robert Patrick, Annie Chang, Lochlyn Munro, Dee Bradley Baker
Gênero: Comédia, Ação
Streaming: HBO Max
Duração: 40-50 min
Episódios: 8

https://www.youtube.com/watch?v=aRHeECoV8Vk


Crítica | O Livro de Boba Fett é uma narrativa torta e com excesso de rodapé

Desde o relançamento de Star Wars através da LucasFilm instaurada na Disney, que apostou em uma nova trilogia, filmes derivados e séries para o streaming, não há dúvidas de que o grande acerto tenha sido The Mandalorian. A série original de Jon Favreau e Dave Filoni apostou em uma abordagem seriada e influenciada por westerns, mostrando que o público estava mais interessado na mitologia dos pistoleiros com cabeça de balde do que sabres de luz. E, durante a expansiva segunda temporada que abordou diversos cantos da galáxia muito distante, o cabeça de balde original retornou: Boba Fett.

Introduzido no infame Holiday Special de Star Wars em 1978, e então elevado a status cult em O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, Boba Fett se tornou tão popular por um único motivo: seu visual destemido e o potencial de figuras de ação, já que o personagem em si aparecia pouco e mal tinha linhas de diálogo. A mitologia do caçador de recompensas cresceu ao longo dos anos, com a nova trilogia de George Lucas, onde o personagem ganhou a forma de Temuera Morrison, e uma leva de desenhos animados, quadrinhos e videogames. Tudo isso até, finalmente, o caçador ganhar sua própria minissérie em O Livro de Boba Fett, que novamente conta com Favreau e Filoni no comando.

A série começa logo após os eventos da segunda temporada de The Mandalorian, com Boba e a assassina Fennec Shand (Ming-Na Wen) assumindo o controle do palácio de Jabba e, por consequência, as rédeas do submundo criminoso de Tatooine. Enquanto acompanhamos seu passado misterioso após a fuga do poço de Sarlacc em O Retorno de Jedi, Boba tenta mudar a complexa maquinação do submundo do crime em Tatooine, entrando em conflito direto com diferentes facções, comandadas por um prefeito corrupto e os Pykes.

Entre erros e acertos

Quando “abrimos" O Livro de Boba Fett, fica claro que Favreau e Filoni estão transformando o personagem de Morrison em algo completamente diferente de sua versão original. Sendo justo, nunca houve uma caracterização muito forte em torno do personagem (além de seu visual, claro), então a licença para a dupla de produtores/showrunners é bem livre. Boba Fett sempre foi, com perdão do trocadilho, um livro aberto no grande universo de Star Wars.

Dito isso, quando passamos da concretização de inúmeras fan fics e teorias diversas sobre como Boba Fett teria sobrevivido (nenhuma delas envolvendo uma prison break do Sarlacc, como sempre gostei de imaginar), temos a criação de um Boba Fett obcecado em se reinventar e buscar redenção - reinando sobre Tatooine através da honra, e não pelo martelo do medo. São dois primeiros episódios bem trabalhados em cima dessa ideia, com Star Wars enfim parecendo perder o medo de voltar a discutir e falar sobre política e economia espacial, e ainda rendendo uma bela exploração da relação entre Boba e uma tribo de Tusken Raiders; garantindo um verdadeiro “Dança com Lobos em Tatooine” com a nova identidade, próxima de um monge, que Fett assume durante seu tempo com o antigo Povo da Areia. Um momento bem especial, e que ainda garante uma excepcional cena de ação envolvendo um trem e speeder bikes, onde a diretora Steph Green ainda conta com o veterano diretor de fotografia Dean Cundey (um dos grandes colaboradores de John Carpenter) para criar imagens espetaculares, que certamente deixaram George Miller e sua gangue de Mad Max bem felizes.

Porém, esse segundo episódio é quase como uma anomalia dentro da série. Tendo mais episódios sob o comando de Robert Rodriguez, O Livro de Boba Fett é bem superficial em sua abordagem do “reinado de poder” que o protagonista tenta instaurar. Todos os diálogos escritos por Favreau (que carimba o nome em literalmente todos os roteiros da temporada) são fracos e sem profundidade, pautados em frases de efeito prontas e um arco geral de história que é lento, não empolga e parece apressado demais para chegar do Ponto A ao B. Uma trama de tomada de poder e rivalidade com facções rivais nunca deveria ser tão simplória e sem graça, ainda mais com a série optando pela muleta narrativa sofrível de sempre colocar Boba Fett em uma câmara de restauração, dando espaço para infinitos flashbacks - um deles tomando a duração de um episódio inteiro, apenas para tapar um buraco de história que nem era tão relevante assim.

Como diretor, Rodriguez também comete alguns deslizes que definitivamente devem estar ligados a limitações orçamentárias. As lutas corporais e perseguições em parkour que marcam o primeiro episódio são assustadoramente amadoras e sem fôlego, assim como a realização visual da já infame perseguição de speeders coloridos no terceiro episódio, onde Rodriguez na certa pensou que ainda estava gravando alguma continuação de Pequenos Espiões diretamente para vídeo. Uma queda de qualidade gigantesca se comparado com o trabalho que o próprio Rodriguez apresentou em The Mandalorian, quando trouxe Boba Fett de volta em um tiroteio inspirado.

Quando o fan service é destrutivo

Então, chegamos aos episódios 5 e 6 da série, onde algo que eu nunca havia antes na vida acontece. Simplesmente, o protagonista Boba Fett deixa de ter destaque em sua própria série; e, mais inacreditavelmente ainda, até fica ausente por um episódio inteiro. É o trecho que os fãs talvez mais tenham gostado, já que a série continua eventos de The Mandalorian, trazendo até mesmo o fofíssimo Grogu e mais um bonecão digital de Luke Skywalker para discorrer eventos que em nada agregam à trama central de Boba Fett. Por mais que esteja repleto de fan service e bons momentos no lore de Star Wars, é uma falha grave e indesculpável em termos de narrativa, mostrando que nem mesmo a própria série parecia confiar no potencial de seu protagonista. Uma solução preguiçosa, mas aparentemente funcional: todos os fãs aprovaram e se mostraram mais interessados nas aulinhas de Luke Skywalker do que o arco de Fett.

Isso me lembra fortemente daquele momento em que Batman vs Superman: A Origem da Justiça, onde o filme interrompe o início da batalha titular para nos levar à personagem de Gal Gadot, que simplesmente abre um email com fragmentos de vídeos de outros integrantes da Liga da Justiça. É uma completa e deselegante ignorada no tema central, e eu jamais imaginei que veria esse conceito de uma cena só sendo traduzido para dois episódios inteiros de uma temporada.

Felizmente, ainda que tarde demais, a hora final dessa temporada é capaz de oferecer uma resolução forte. Agora sim, usando elementos de The Mandalorian na medida certa, o finale de O Livro de Boba Fett é uma longa sequência de ação que enfim coloca o grupo de Fett contra as forças letais de Pyke, e Rodriguez é bem mais feliz ao aproveitar a tecnologia da saga e o poder imagético de vermos Fett e o Mandaloriano de Pedro Pascal pistolando contra bandidos em contra luz do por do sol: é simplesmente sensacional, e fico imaginando o quão mais forte esse clímax seria caso a série realmente fosse apenas centrada em Fett. Deixando apenas os dois primeiros episódios e este último renderia um ótimo filme isolado do personagem; como, curiosamente, era a primeira intenção da LucasFilm em 2015, quando um Josh Trank pré-catástrofe de Quarteto Fantástico assumiria o projeto.

No fim, O Livro de Boba Fett oferece um resultado bem estranho e desconjuntado. Começa com a promessa de uma narrativa diferente e radical em Tatooine, temperada por alguns vislumbres de profundidade para um personagem que nunca teve nenhuma. Após a autosabotagem inexplicável de Favreau e Filoni para encher a série de personagens e narrativas que simplesmente não precisavam estar lá, fica difícil enxergar uma história coerente nesse livro recheado de páginas de outras obras. Um triste desperdício de potencial.

O Livro de Boba Fett - 1ª Temporada (The Book of Boba Fett, EUA - 2021)

Showrunner: Jon Favreau
Direção: Robert Rodriguez, Dave Filoni, Bryce Dallas Howard, Steph Green
Roteiro: Jon Favreau, Dave Filoni
Elenco: Temuera Morrison, Ming-Na Wen, Jennifer Beals, Carey Jones, Galen Howard, Sophie Thatcher, Jordan Bolger, Corey Burton, Timothy Olyphant, Pedro Pascal, Mark Hamill, Rosario Dawson
Streaming: Disney+
Episódios: 7
Duração: 50 min

https://www.youtube.com/watch?v=ORaEE8h3BzY


Casa Gucci e Ataque dos Cães são destaques no SAG Awards 2022: veja indicados

O Screen Actors Guild of America (SAG) divulgou a lista de indicados para sua premiação de 2022, reconhecendo os melhores trabalhos de atuação no cinema e na televisão.

Como de costume em uma temporada imprevisível e marcada pelas restrições da COVID-19, temos uma lista diversificada e cheia de surpresas.

Confira abaixo.

CINEMA

Melhor Elenco em Filme

Belfast

Casa Gucci

King Richard: Criando Campeãs

Não Olhe para Cima

No Ritmo do Coração 

 

Melhor Ator em Cinema

Javier Bardem - Apresentando os Ricardos

Benedict Cumberbatch - Ataque dos Cães

Andrew Garfield - Tick, Tick... Boom!

Will Smith - King Richard: Criando Campeãs

Denzel Washington - A Tragédia de MacBeth

 

Melhor Atriz em Cinema

Jessica Chastain - Os Olhos de Tammy Faye

Olivia Colman - A Filha Perdida

Lady Gaga - Casa Gucci

Jennifer Hudson - Respect

Nicole Kidman - Apresentando os Ricardos

 

Melhor Ator Coadjuvante em Cinema

Ben Affleck - Bar, Doce Lar

Bradley Cooper - Licorice Pizza

Jared Leto - Casa Gucci

Troy Kotsur - No Ritmo do Coração

Kodi Smit-McPhee - Ataque dos Cães

 

Melhor Atriz Coadjuvante em Cinema

Caitriona Balfe - Belfast

Cate Blanchett - O Beco do Pesadelo

Ariana DeBose - Amor, Sublime Amor

Kirsten Dunst - Ataque dos Cães

Ruth Negga - Identidade 

 

Melhor Equipe de Dublês em Cinema

007 - Sem Tempo para Morrer

Duna

Matrix Resurrections

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis

Viúva Negra

 

TELEVISÃO

Melhor Elenco em Série de Drama

O Conto da Aia

The Morning Show

Rond 6

Succession

Yellowstone

 

Melhor Ator em Série de Drama

Brian Cox - Succession

Billy Crudup - The Morning Show

Kieran Culkin - Succession

Lee Jung-jae - Round 6

Jeremy Strong - Succession

 

Melhor Atriz em Série de Drama

Jennifer Aniston - The Morning Show

HoYeon Jung - Round 6

Elisabeth Moos - O Conto da Aia

Sarah Snook - Succession

Reese Witherspoon - The Morning Show

 

Melhor Elenco em Série de Comédia

The Great

Hacks

O Método Kominsky

Only Murders in the Building

Ted Lasso

 

Melhor Ator em Série de Comédia

Michael Douglas - O Método Kominsky

Brett Goldstein - Ted Lasso

Steve Martin - Only Murders in the Building

Martin Short - Only Murders in the Building

Jason Sudeikis - Ted Lasso

 

Melhor Atriz em Série de Comédia

Elle Fanning - The Great

Sandra Oh - The Chair

Jean Smart - Hacks

Juno Temple - Ted Lasso

Hannah Waddingham - Ted Lasso

 

Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme

Murray Bartlett - The White Lotus

Oscar Isaac - Cenas de um Casamento

Michael Keaton - Dopesick

Ewan McGregor - Halston

Evan Peters - Mare of Easttown

 

Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme

Jennifer Coolidge - The White Lotus

Cynthia Erivo - Genius: Aretha Franklin

Margaret Qualley - Maid

Jean Smart - Mare of Easttown

Kate Winslet - Mare of Easttown

 

Melhor Equipe de Dublês em Série de TV

Cobra Kai

O Falcão e o Soldado Invernal

Loki

Mare of Easttown

Round 6


Os 10 Melhores Filmes de 2021

2021 está chegando ao fim e, ao contrário de seu anterior, conseguiu agir muito bem pelos bons filmes. Compilando aqui os lançamentos comerciais no Brasil de janeiro a dezembro (o que inclui alguns títulos de 2020), o Bastidores traz sua seleção dos 10 melhores longas lançados este ano.

Provavelmente alguns títulos populares ficaram de fora, já que foi um ano cheio de destaques, mas confira abaixo nossos preferidos.

10. Matrix Resurrections

Matrix Resurrections é um filme extremamente autoral e desafiador. É uma continuação que brinca com clichês e os vira de ponta cabeça, oferecendo uma experiência divertida e original, ainda que imperfeita. Certamente é um longa que merece ser visto mais de uma vez, e que prova que ainda é possível contar com grandes ideias em filmes grandes.

9. Finch

Um filme que tinha tudo para dar errado, dado o fato de ter sido "despejado" no catálogo da Apple TV+. Ledo engano: sob a direção bem segura de Miguel Sapochnik, Finch é uma das obras mais envolventes e divertidas do ano, trazendo um excelente Tom Hanks contracenando com um cachorro carismático e um androide ingênuo ao longo de uma paisagem pós-apocalíptica. Finch evita conflitos clichês e volta seu olhar para o desenvolvimento emocional de seus personagens, com resultados verdadeiramente emocionantes.

8. Ataque dos Cães

Jane Campion está de volta com os dois pés na porta. Realizando um dos melhores filmes originais da Netflix até então, a cineasta faz de Ataque dos Cães um potente estudo de personagem, analisando com maestria a relação de amor e ódio entre as figuras de Benedict Cumberbatch e Kodi Smit-McPhee - em uma narrativa que realmente só pode ser entendida por completo desde sua fala inicial até sua última imagem. Talvez seja a direção mais subjetiva e precisa do ano, merecendo todos os elogios.

7. Tempo

Após uma fase bem negativa nas telas, M. Night Shyamalan vai retomando seu posto a cada novo projeto. Completando sua trilogia de Corpo Fechado, ele parte para um suspense sobrenatural angustiante e devastador com Tempo, onde oferece um dos melhores trabalhos de câmera de sua carreira, além de soluções e ideias originais para sua premissa altamente estimulante. O filme mais incômodo do ano, mas pelos motivos certos.

6. Uma Noite em Miami...

Regina King parece não ter limites. Além de uma atriz formidável, se mostra também uma diretora muito habilidosa com a adaptação de Uma Noite em Miami..., longa que entende com perfeição o conceito de teatro filmado. Imaginando uma série de conversas entre Malcolm X, Muhammad Ali, Sam Cooke e Jim Brown, o filme traz um roteiro poderoso, engraçado e dramático, aproveitando ao máximo os talentos de seu incrível elenco; com destaque para o excelente Kingsley Ben-Adir.

5. Amor, Sublime Amor

Creio que nenhuma adaptação poderia resolver minhas birras inteiramente pessoais com a história original de Stephen Sondheim, mas Steven Spielberg certamente trouxe a melhor versão com seu apaixonado Amor, Sublime Amor. É um musical que traz seu cineasta em uma de suas melhores formas, impressionando em todos os fatores técnicos e também em suas descobertas com um fascinante elenco latino. Que Spielberg se arrisque em mais musicais!

4. Meu Pai

Isso aqui é uma baita estreia. O dramaturgo Florian Zeller faz a transição de seu trabalho dos palcos para o cinema com um domínio impressionante, ao contar a assustadora história de um homem com Alzheimer inteiramente de seu ponto de vista. Além de uma condução narrativa absolutamente primorosa e angustiante, garante aquela que talvez seja a melhor atuação da carreira de Anthony Hopkins, muito bem reconhecido com um Oscar por seu trabalho memorável.

3. No Ritmo do Coração

Uma das grandes e mais recompensadoras surpresas do ano. Colocando o destaque para uma família de deficientes auditivos, No Ritmo do Coração traz o melhor elenco do ano em uma história simples, que reconta aquela do longa francês La Famille Bélier, mas que é poderosa e comovente de forma lindíssima. A novata Emilia Jones entrega com folga a melhor performance de 2021, na experiência feel good definitiva do ano.

2. Maligno

Maligno é realmente um daqueles filmes de se ver para crer. Movido pelo domínio técnico impecável de seu diretor, o terror experimental de James Wan aposta no absurdo e rende uma série de acontecimentos que poucos teriam coragem de se investir na grande máquina de Hollywood. Mesmo que Wan seja um diretor dos pesos pesados atualmente, é um grande alívio ver que seu espírito perturbado do início de carreira ainda é capaz de nos oferecer um terror original e memorável. Nunca fiquei tão feliz com algo tão repugnante.

1. O Último Duelo

Ridley Scott, sentimos sua falta. Não o Ridley Scott confuso e pedante de Alien: Covenant, mas sim o mestre que fez Gladiador no início dos 2000 e Os Duelistas em sua primeira incursão nos cinemas, voltando aqui com seu melhor filme em décadas. Tomando referências de Kurosawa e o melhor do cinema medieval, O Último Duelo apresenta um triunfal roteiro, atuações excelentes ancoradas por Jodie Comer e um senso de épico dramático que só Ridley Scott pode fazer. Um filmaço que não pode passar despercebido.


Eu sei Kung Fu! As 10 melhores cenas de ação da franquia Matrix

Muitos podem associar a franquia Matrix com a mitologia pesada de ficção científica e suas abordagens filosóficas, mas todos lembram da mesma coisa: a ação. O filme das irmãs Lana e Lily Wachowski foi revolucionário na forma em que lidava com sequências dos mais variados tipos de ação, algo bem seguido por suas continuações.

Com o lançamento de Matrix Resurrections, aproveitamos para eleger nossas 10 cenas de ação preferidas da franquia, incluindo os quatro filmes.

Confira abaixo.

10. Enxame de Bots | Matrix Resurrections

Se há uma frustração grave em torno do novo filme da saga, infelizmente está na ação. Sem o charme e a maestria dos trabalhos anteriores, houve pouco o que Lana Wachowski pôde oferecer de inovações em termos de espetáculo. No entanto, ao menos temos a assustadora set piece final em que Neo e Trinity são perseguidos pelas ruas da Matrix por um enxame de bots, cujo comportamento agressivo e sistêmico transforma Resurrections no filme de zumbis mais caro já feito - culminando ainda em uma verdadeira catarse envolvendo o salto de um arranha-céu. Realmente impressionante.

9. Neo vs Morpheus | Matrix

Pode parecer uma cena simples, e nem é de fato uma luta letal, mas a sessão de treinamento entre Neo e Morpheus no primeiro filme é um dos grandes momentos da saga. Foi quando as Wachowskis começavam a mostrar as possibilidades de um filme de artes marciais ambientado em um mundo virtual, lentamente apresentando as alterações na física, gravidade e muito - muito - estilo em cada golpe, chute e soco.

8. Atravessando o Club Hel | Matrix Revolutions

Talvez a cena de ação menos falada de toda a franquia, especialmente por se tratar do filme menos querido dos fãs. Ainda no primeiro ato, o grupo formado por Morpheus, Trinity e Seraph precisa invadir o infame Club Hel para barganhar com o Merovingío, levando a um tiroteio estilizado e feroz em que os agressores caminham pelos tetos da sala para trocar tiros. Uma cena curta, mas impecavelmente decupada e com impecável trabalho sonoro; bem acompanhado da ótima trilha sonora de Don Davis e Juno Reactor.

7. Confronto no Chateau | Matrix Reloaded

Se tem uma coisa que não falta em Matrix Reloaded é ação, e um dos grandes momentos do longa ocorre no Chateau do Merovíngio. Mesmo que não avance a trama (e não traga perigo real algum para Neo), a cena encanta pela coreografia sensacional, marcada pelo uso de espadas, facas e armas medievais em uma locação arcaica e deslumbrante. Vale apontar que é uma das poucas sequências de ação de Reloaded que não contém efeitos visuais.

6. Tiroteio no Saguão | Matrix

Armas, muitas armas. Quando começamos a caminhar para o inevitável clímax do primeiro Matrix, as Wachowskis mostram o quanto de estilo e imagético podem compor uma grande cena de ação. Marcando a primeira aliança entre Neo e Trinity, o casal atravessa um corredor cheio de seguranças e equipe da SWAT a fim de resgatar Morpheus, disparando incontáveis projéteis em câmera lenta e techno music. Uma maravilha de cena, que só fica melhor com o som no volume máximo.

5. Super Luta | Matrix Revolutions

O confronto final entre as duas cara-metades da trilogia original. Após um filme todo afastado da Matrix, eis que Neo retorna para o mundo digital para uma última troca de socos com o poderoso Smith, agora um vírus letal que se apossou do mundo das máquinas. Ambientada em uma chuva torrencial que praticamente recria os códigos da Matrix, a super luta conta com Neo e Smith lutando entre prédios, no céu e no meio de tempestades, oferecendo um espetáculo gigantesca. Ainda é a melhor luta de Superman já feita nos cinemas, mesmo não sendo um filme do Superman.

4. Burly Brawl | Matrix Reloaded

Os efeitos visuais envelheceram mal? Sim! Neo vira um bonecão que literalmente acerta pinos de boliche? Sim! Mas, e daí? O que importa é que a cena bombástica de Matrix Reloaded ainda é um exemplo sobre como se decupar e filmar ação. Colocando Keanu Reeves para enfrentar uma centena de Smiths em um dos pontos de virada da trama, as Wachowskis aumentam a escala da pancadaria, trazendo uma coreografia insana, um jogo de câmera dinâmico e, mesmo com o CG claramente datado, uma inventividade gigantesca para bolar cada golpe e ataque dos personagens envolvidos. Excepcional, mesmo com todos o poréns.

3. A Batalha de Zion | Matrix Revolutions

Assim como tudo o que envolve Matrix Revolutions, mais um momento pouco discutido da trilogia. É a maior e mais complexa sequência do filme, registrando a invasão das nuvens de Sentinelas na Doca de Zion, que conta com exoesqueletos metálicos com metralhadoras gigantes para protegê-los. As definições de épico são atualizadas nessa incrível cena, cuja montagem ainda equilibra com precisão as ações dos diferentes personagens envolvidos - envolvendo ainda uma corrida contra o tempo com a Niobe de Jada Pinkett-Smith.

2. O Resgate de Morpheus | Matrix

Já estávamos completamente encantados pelo tiroteio no saguão que antecedia o último bloco de Matrix, mas as coisas só ficam melhores. Neo e Trinity fecham o cerco nos agentes que mantém Morpheus em cativeiro, oferecendo imagens icônicas como a desviada de balas em bullet time no terraço, a metralhadora em slow motion do helicóptero e, para deixar qualquer um de cabelo em pé, o momento espetacular em que Neo segura Trinity em pleno ar - comprovando que ele é, de fato, o Escolhido.

1. Perseguição na Via Expressa | Matrix Reloaded

Não é fácil escolher a melhor cena de ação dos filmes de Matrix, mas esta joia cinematográfica tem tudo o que uma grande cena do gênero requer. Corajosamente colocando Neo de lado por uns bons 15 minutos, este bloco de Matrix Reloaded acompanha os humanos Morpheus e Trinity transportando um programa valioso, enquanto são perseguidos pelos misteriosos Gêmeos e uma série de agentes. Uma cena tão mirabolante e complexa que exigiu a construção de uma estrada especificamente para o filme, que foi palco de perseguições envolvendo avalanche de carros, motos na contra-mão e um duelo de espada samurai sobre carreta de caminhões. Não só é a melhor cena de ação da franquia, é uma das melhores cenas de ação de todos os tempos.