Era sonho ou realidade? | O Final de A Origem explicado

SPOILERS!

Trabalho com crítica cinematográfica há quase uma década (literalmente, em fevereiro do próximo ano marcarei 10 anos dessa empreitada), e nesse meio tempo vi sites surgirem, blogs se fortalecerem e também como as discussões na internet mudaram muito. Nesse intervalo de tempo, de 2008 pra cá, posso garantir que nunca vi nada ganhando a proporção do final ambíguo de A Origem. Se eu pegar as estatísticas de meu blog desativado, não me surpreenderia se o breve artigo que fiz em 2010 ainda estivesse sendo acessado hoje, 7 anos após sua estreia.

É aquela velha dúvida que intriga cinéfilos até hoje: Cobb (Leonardo DiCaprio) está sonhando ou no mundo real quando os créditos começam a subir? Com o sucesso da inception, o extrator enfim consegue voltar para os EUA e reencontrar seus filhos. Sua felicidade é tamanha que ele precisa usar seu pião para confirmar que está mesmo no mundo real, mas ele corre para ver os filhos antes, ignorando o resultado de seu totem. Temos um caloroso abraço entre pai e seu casal de filhos, com o sorriso satisfatório de Michael Caine ganhando um plano próprio. Mas quando a câmera volta para a mesa, vemos que o brinquedo ainda está girando, mas com sinais claros de um possível desequilíbrio.

Mas essa é a questão. O pião não importa. O pião é apenas uma forma de Nolan distrair o público, da mesma forma como em O Grande Truque insistia para que o espectador olhasse com atenção, e entregava as respostas literalmente em nossa face – sem nos dizer nada. Pra começar, Arthur nos alerta no começo do filme que cada totem é intransferível: ninguém pode tocar no objeto além de seu dono, e sabemos muito bem que o pião de Cobb pertencera a Mal (Marion Cotillard), o que já coloca sua credibilidade em jogo. Se isso não for o bastante, temos também a primeira cena do filme, onde o envelhecido Saito (Ken Watanabe) pega o pião de Cobb e diz em alto e bom som (talvez nem tanto, dada sua dicção idosa) que sabe o que é aquele objeto, e até mesmo o faz girar.

O pião não é o totem de Cobb, e talvez nunca tenha sido. O verdadeiro totem de Cobb é sua aliança de casamento, mesmo que ninguém nunca fale a respeito dela. É uma teoria que tem fundamentos, visto que o anel sempre aparece quando o protagonista está em um sonho (nos níveis da inception, nas aulas de Ariadne, o castelo japonês), mas que nunca está presente quando temos cenas no mundo real. Quando Cobb entrega seu passaporte para o agente do aeroporto no final do filme, antes de regressar à casa, vemos que não há anel algum em seu dedo, já reforçando a forte possibilidade de que Cobb está, sim, no mundo real. Além disso, as crianças de Cobb estão diferentes desde sua últimas aparições, mas o figurinista Jeffrey Kurland sabiamente usa tons e acessórios parecidos para confundir nossa percepção; o xadrez da camisa de James é diferente, assim como os sapatos de Phillipa também trocam de cor.

Da mesma forma como Cobb fez com Mal, ao colocar o pião girando dentro do cofre de seu subconsciente – criando a ideia de que o mundo não é real – Nolan literalmente faz a mesma coisa com o espectador. Ele coloca o pião rodopiante em nossa frente, e acaba criando a ilusão de que o protagonista realmente não está no mundo real, e todos saímos do cinema com essa falsa impressão. É uma inception do mundo real, literalmente. O 4D mais imersivo que alguém poderia imaginar.


Especial | Christopher Nolan

Amado por uns, odiado por outros, não há como negar que Christopher Nolan é um dos nomes mais fortes do cinema contemporâneo. Seja em suas visões peculiares para super-heróis, eventos mundiais ou trabalhos experimentais que exploram conceitos de ficção científica e a psique humana, esta é uma filmografia para se admirar.

Confira todo o nosso conteúdo sobre Nolan!

Cinema

Crítica | Following (1998)

Publicado originalmente em 19 de julho de 2017

Crítica | Amnésia (2000)

Publicado originalmente em 20 de julho de 2017

Crítica | Insônia (2002)

Publicado originalmente em 21 de julho de 2017

Crítica | Batman Begins (2005)

Publicado originalmente em 21 de agosto de 2016

Crítica | O Grande Truque (2006)

Publicado originalmente em 22 de julho de 2017

Crítica | Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008)

Publicado originalmente em 23 de julho de 2017

Crítica | A Origem (2010)

Publicado originalmente em 24 de julho de 2017

Crítica | Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)

Publicado originalmente em 11 de julho de 2016

Crítica | Interestelar (2014)

Publicado originalmente em 25 de julho de 2017

Crítica | Dunkirk (2017)

Publicado originalmente em 25 de julho de 2017

Crítica | Tenet (2020)

-Publicado originalmente em 27 de outubro de 2020

 

HOME VIDEO

Blu-ray | Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge 

Publicado originalmente em 11 de julho de 2016  

Blu-ray | A Origem

Publicado originalmente em 15 de julho de 2017  

Blu-ray | Interestelar

Publicado originalmente em 11 de julho de 2016

Listas

Ranking dos filmes de Christopher Nolan

Publicado originalmente em 30 de julho de 2017

As 15 Melhores colaborações entre Christopher Nolan e Hans Zimmer

Publicado originalmente em 31 de julho de 2017

Artigos

Era Realidade ou Sonho? | O Final de A Origem Explicado

Publicado originalmente em 25 de julho de 2017

O que é o Tesseract? | O Final de Interestelar Explicado

Publicado originalmente em 27 de julho de 2017

A História Real de Dunkirk

Publicado originalmente em 27 de julho de 2017

Por que Dunkirk é uma das melhores experiências que já tive no cinema

Publicado originalmente em 29 de julho de 2017

CINE VINIL

Limited Edition #02 | Lado A: Por que amei a Trilogia Cavaleiro das Trevas

Publicado originalmente em 28 de julho de 2017

Limited Edition #02 | Lado B: Por que odiei a Trilogia Cavaleiro das Trevas

Publicado originalmente em 28 de julho de 2017

Limited Edition #03 | Lado A: Por que Christopher Nolan é um gênio

Publicado originalmente em 29 de julho de 2017

Limited Edition #03 | Lado B: Por que Christopher Nolan é superestimado

Publicado originalmente em 29 de julho de 2017


Especial | David Lynch

Existem poucos cineastas como David Lynch. Com uma atuação marcante tanto no cinema quanto na TV, o mestre do cinema surrealista americano continua a nos impressionar, e reunimos aqui todo o nosso conteúdo dedicado à sua carreira excepcional.

Confira:

Cinema

Crítica | Eraserhead (1977)

Publicado originalmente em 12 de junho de 2017

Crítica | O Homem Elefante (1980)

Publicado originalmente em 15 de junho de 2017

Crítica | Duna (1984)

Publicado originalmente em 12 de junho de 2017

Crítica | Veludo Azul (1986)

Publicado originalmente em 14 de junho de 2017

Crítica | Coração Selvagem (1990)

Publicado originalmente em 16 de junho de 2017

Crítica | Twin Peaks - Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992)

Publicado originalmente em 17 de junho de 2017

Crítica | Estrada Perdida (1997)

Publicado originalmente em 18 de junho de 2017

Crítica | História Real (1999)

Publicado originalmente em 15 de junho de 2017

Crítica | Cidade dos Sonhos (2001)

Publicado originalmente em 20 de junho de 2017

Crítica | Império dos Sonhos (2006)

Publicado originalmente em 21 de junho de 2017

TELEVISÃO

Crítica | Twin Peaks - 1ª Temporada

Publicado originalmente em 19 de maio de 2017

Crítica | Twin Peaks - 2ª Temporada

Publicado originalmente em 20 de maio de 2017

Guia de Episódios | Twin Peaks - The Return

Publicado originalmente em 22 de maio de 2017

LISTAS

Ranking dos filmes de David Lynch 

Publicado originalmente em 22 de junho de 2017

Os Atores preferidos de David Lynch

Publicado originalmente em 8 de julho de 2017


Lista | Ranking das temporadas de Game of Thrones

A maior série da televisão americana no momento. Um dos mais emblemáticos fenômenos da cultura pop de todos os tempos. Praticamente todo o mundo assiste a Game of Thrones, e a série da HBO teve uma trajetória muito interessante ao longo de seus 7 anos de existência.

Aqui, paramos para olhar individualmente cada uma das temporadas do seriado adaptado por D.B. Weiss e David Benioff, montando um ranking que ordena as temporadas da série da pior, para a melhor.

Confira:

6. Quinta Temporada

Convenhamos, era difícil seguir o primor da quarta temporada, o que ajuda a explicar porque o quinto ano de Game of Thrones foi uma decepção tão grande. Com exceção de alguns bons momentos, como o arco de Tyrion encontrando Daenerys ou a batalha assustadora da Patrulha da Noite contra os Caminhantes Brancos em Durolar, a quinta temporada ficou presa a redundâncias, tramas pouco caativantes e um avanço mínimo na história. Nem preciso falar do tedioso treinamento de Arya em Braavos, que dá uma volta gigantesca para não levá-la em lugar algum. O Alto Pardal e Ramsay surgem como bons antagonistas, mas os roteiristas pouco podem fazer para lhes oferecer. E bem, quanto menos falarmos sobre aquela vergonha alheia em Dorne, melhor...

5. Segunda Temporada

De maneira similar, a segunda temporada também precisava superar uma sombra gigantesca, visto que a primeira temporada de Game of Thrones fora um sucesso absoluto e que começava uma nova era de grandes produções da HBO. Felizmente, o segundo ano é bem consistente. Seguindo a narrativa do livro de George R.R. Martin de forma bem próxima, o ano sophmore da série acaba tornando-se um pouco mais lento graças a essa dependência ao material original, trazendo muitos personagens e subtramas, com algumas não sendo tão interessantes - especialmente aquela chatice com Daenerys perdida em Qarth. Porém, foi nesse ano em que tivemos uma grande evolução no escopo da série, nos oferecendo a espetacular Batalha de Blackwater em penúltimo episódio.

4. Sexta Temporada

Considerada por muitos a melhor temporada da série, a verdade é que o sexto ano de nossas aventuras em Westeros demorou para engatar. Durante os primeiros episódios, temi que estaríamos diante de outro atraso de vida como a quinta temporada, especialmente por termos Arya perdida novamente no tedioso arco em Braavos. Porém, da metade para o final, Game of Thrones se transforma. Os eventos ganham mais velocidade, ritmo e aumentam sua imprevisibilidade, e ganhamos nada menos do que três episódios absolutamente impecáveis em sua conclusão. Primeiro, a já clássica Batalha dos Bastardos, provavelmente a maior cena de ação que a televisão já viu em sua História. Por último, o season finale mais intenso e marcado por reviravoltas que a série já viu.

3. Terceira Temporada

Esse foi o primeiro game changer da série. Adaptando alguns dos momentos mais tenebrosos e impactantes da obra de Martin, a terceira temporada mantém um nível de consistência admirável ao longo de seus 10 episódios. Todos os personagens ganham arcos interessantes, com Daenerys e seus dragões ganhando mais força, a trama política em Porto Real ficando mais intensa e até mesmo o detestável personagem Jaime Lannister acaba ganhando uma reformulação inesperada em seu caráter. A ação e o escopo também melhoram, mas nada poderia preparar o espectador para a reviravolta mais cruel da história de Game of Thrones, quando o Casamento Vermelho chocou toda a televisão.

2. Primeira Temporada

Aquela que começou tudo. Ainda que imperfeita em alguns aspectos, principalmente as grandes cenas de batalha, a primeira temporada de Game of Thrones é a que mais se preocupa em apresentar os personagens e desenvolvê-los. Provavelmente em nenhuma outra temos um apego tão grande aos Starks, Lannisters, Targaryens e outros membros de  famílias do que aqui - não por acaso, a morte de Ned Stark ainda permanece como a perda mais cruel e inesperada da série. É um trabalho de adaptação perfeito, mantendo a essência da obra de Martin de forma fiel e cinematográfica, já dando vislumbres do caminho épico que o futuro reservaria. Uma temporada fantástica.

1. Quarta Temporada

O ápice de Game of Thrones. Talvez uma das temporadas mais perfeitas e consistentes que eu já tenha assistido na vida. Mesmo que a terceira tenha tido o luxo de adaptar o Casamento Vermelho, o quarto ano da série ficou com a porção mais suculenta de A Tormenta das Espadas. Com uma trama mais imediata e centrada no julgamento de Tyrion Lannister, temos excelentes momentos de personagens, reviravoltas acima da média, cenas de ação grandiosas (a melhor luta de toda a série está aqui) e um amadurecimento muito nítido na direção da série, seja na grandiosa batalha pela Muralha ou ao abordar a tumultuosa relação da família Lannister. Um espetáculo. E vamos concordar que Pedro Pascal como Oberyn Martell é uma das 4 melhores coisas que GoT já trouxe para o mundo.

E você? Concorda com o ranking? Qual a sua temporada preferida de Game of Thrones?

Leia mais sobre Game of Thrones


Especial | Transformers

Chamando todos os Autobots!

Reunimos aqui todo o nosso conteúdo de umas das franquias mais explosivas e grandiosas do atual cinema americano: os Transformers!

Confira:

CINEMA

Transformers: O Filme

Publicado originalmente em 16 de julho de 2017

Crítica | Transformers (2007)

Publicado originalmente em 17 de julho de 2017

Crítica | Transformers: A Vingança dos Derrotados

Publicado originalmente em 18 de julho de 2017

Crítica | Transformers: O Lado Oculto da Lua

Publicado originalmente em 7 de julho de 2017

Crítica | Transformers: A Era da Extinção

Publicado originalmente em 9 de julho de 2016

Crítica | Transformers: O Último Cavaleiro

Publicado originalmente em 10 de julho de 2017


Especial | Game of Thrones

Um dos maiores fenômenos da cultura pop mundial, Game of Thrones é também uma das mais icônicas e grandiosas produções da televisão na atualidade. Aqui, reunimos todo o nosso conteúdo da valiosa criação de George R.R. Martin, adaptada com fôlego pela HBO.

Confira:

TELEVISÃO

Crítica | Game of Thrones - 1ª Temporada

Publicado originalmente em 10 de julho de 2017

Crítica | Game of Thrones - 2ª Temporada

Publicado originalmente em 11 de julho de 2017

Crítica | Game of Thrones - 3ª Temporada

Publicado originalmente em 12 de julho de 2017

Crítica | Game of Thrones - 4ª Temporada

Publicado originalmente em 13 de julho de 2017

Crítica | Game of Thrones - 5ª Temporada

Publicado originalmente em 14 de julho de 2017

Crítica | Game of Thrones - 6ª Temporada

Publicado originalmente em 10 de julho de 2016

Guia de Episódios | Game of Thrones - 7ª Temporada

Publicado originalmente em 17 de julho de 2017

LISTAS

Ranking das temporadas de Game of Thrones

Publicado originalmente em 19 de julho de 2017

Os 10 Melhores confrontos de Game of Thrones

Publicado originalmente em 9 de agosto de 2017

Veja todos os livros relacionados a Game of Thrones

Publicado originalmente em 13 de agosto de 2017

5 spin-offs de Game of Thrones que queremos ver

Publicado originalmente em 5 de maio de 2017

ARTIGOS

Os Dragões de Dany são, na verdade, Wyverns?

Publicado originalmente em 16 de agosto de 2017

Profecia sobre Cersei pode se concretizar ou mudar em breve

Publicado originalmente em 14 de agosto de 2017

ENTENDA COMO A REVELAÇÃO DADA POR GILLY É UM DOS EVENTOS MAIS IMPORTANTES DA SÉRIE

Publicado originalmente em 14 de agosto de 2017

Por que a 7ª e 8ª temporadas são mais curtas?

Publicado originalmente em 16 de agosto de 2017

 


Brad Pitt em cena de Era Uma Vez Em Hollywood, de Quentin Tarantino - Foto: Sony

Lista | Os 10 Melhores Personagens de Quentin Tarantino

É inegável o talento incrível de Quentin Tarantino para criar personagens memoráveis. Não importando a qualidade do filme que veremos, é sempre certeza que teremos figuras marcantes e multifacetadas carregando sua escrita igualmente elaborada e verborrágica. Não é tarefa fácil colocar essa imensa gama em um número reduzido, mas tentamos reunir aqui os 10 melhores personagens de todos os seus filmes, até agora.

Confira abaixo:

10. Shosanna Dreyfus | Mélanie Laurent

Bastardos Inglórios

Uma das muitas personagens femininas fortes e memoráveis de Quentin Tarantino, Shosanna é uma mulher fascinante. Após sobreviver ao massacre de sua família durante uma invasão nazista, a jovem silenciosamente planeja uma vingança contra Adolf Hitler ao utilizar seu magnífico cinema como uma poderosa armadilha. É uma performance cheia de nuances e pequenas sutilezas da ótima Mélanie Laurent, e também uma das melhores presenças de Bastardos Inglórios.

9. Vincent Vega | John Travolta

Pulp Fiction - Tempo de Violência

Um dos grandes papéis da carreira de John Travolta, Vincent Vega é o matador mais cool que você verá na carreira de Quentin Tarantino. Sempre de fala mansa e descolado, Vincent está constantemente abordando os assuntos mais banais, desde a forma como o sistema métrico afeta os nomes de lanches do McDonalds no exterior ou as implicações legais de uma massagem nos pés. É divertido, sagaz e também manda muito bem na pista de dança, mesmo que de vez em quando acaba atiranda por acidente na cabeça de seus colegas.

8. Django | Jamie Foxx

Django Livre

O tipo de personagem que já nasce eternizado, Django é um escravo libertado que acaba tornando-se um caçador de recompensas durante o período do Velho Oeste. Lentamente aprendendo o que é ser um herói, o Django de Jamie Foxx é carismático e leal, revelando-se também um dos personagens mais inteligentes de todo o filme ao armar um esquema perfeito para enganar sequestradores. Isso sem falar que Django é simplesmente imbatível quando tem uma pistola na mão.

7. Sr. Blonde | Michael Madsen

Cães de Aluguel

Em seu primeiro filme, Tarantino já nos espantava com sua habilidade de criar personagens que conseguem caminhar pela divisão absurda de monstros detestáveis e figuras extremamente carismáticas. O grande exemplo disso é o Sr. Blonde de Michael Madsen, desde o início da projeção um sujeito quieto, do contra e completamente impulsivo. Nada poderia nos preparar para a cena em que dança ao som de "Stuck in the Middle with You", uma cena tornada ainda mais marcante pelo fato de se desenrolar em meio a uma tortura.

6. Calvin Candie | Leonardo DiCaprio

Django Livre

Raramente vemos Leonardo DiCaprio assumindo um papel inteiramente vilanesco, e sua virada em Django Livre certamente ofereceu tudo o que poderíamos esperar dessa ideia. O cruel negociante de escravos Calvin Candie é uma figura detestável e repulsiva, mas também uma das mais multifacetadas. Claramente um sujeito imaturo e prepotente, sua francofilia é um dos aspectos mais engraçados do personagem, que gosta de pensar que é mais inteligente do que realmente é. Mas não subestimem a maldade de Candie, vide a intensa cena do jantar onde usa um crânio humano para amedrontar Django e Schultz.

5. Daisy Domergue | Jennifer Jason Leigh

Os Oito Odiados

A única personagem feminina no meio do elenco principal de Os Oito Odiados, Daisy Domergue talvez seja a mais perigosa de todos. Mesmo acorrentada e constantemente apanhando de Kurt Russell, a vilã de Jennifer Jason Leigh é uma personagem inteligente e selvagem, capaz de uma brutalidade e calculismo que estão sempre pegando o espectador de surpresa. E o mais incrível: graças ao ótimo trabalho de Leigh e ao texto de Tarantino, Daisy consegue ainda raros momentos de fofura, abraçando um caráter awkward difícil de se atingir.

4. Bill | David Carradine

Kill Bill

O homem que queremos ver morto mesmo antes de a trama engrenar, Bill é o misterioso antagonista da saga de vingança de duas partes com Uma Thurman. Intepretado pelo excelente David Carradine, Bill é um sujeito de fala mansa, calma e absurdamente manipulador, todas essas características sendo perfeitamente absorvidas pelo ator. Mesmo sem se envolver em grandes cenas de ação, é o oponente mais perigoso da Noiva, e nada melhor do que um discurso sobre a natureza do Superman para ilustrar sua inteligência.

3. Beatrix Kiddo | Uma Thurman

Kill Bill

Uma das melhores personagens femininas da História do Cinema, a misteriosa Noiva de Uma Thurman é uma feroz máquina de matar. Armada com sua letal espada Hattori Hanzo, nada fica no caminho de vingança de Beatrix Kiddo, que pretende matar seu ex-namorado e salvar sua filha de suas garras genocidas. É uma personagem silenciosa, mas carismática. Durona, mas engraçada. Uma perfeita combinação, e Thurman domina cada minuto de tela, inclusive durante todas as impressionantes cenas de luta.

2. Jules Winnfield | Samuel L. Jackson

Pulp Fiction - Tempo de Violência

Poucas parcerias renderam tantos bons frutos quanto a de Quentin Tarantino e Samuel L. Jackson. Porém, mesmo com tantos papéis memoráveis, o melhor deles ainda é o primeiro, com o gângster Jules Winnfield sendo a alma e coração de Pulp Fiction; o bandido que tem uma mudança de caráter impressionante após uma experiência de quase morte, rendendo impecáveis frases de efeito, citações da Bíblia e uma presença simplesmente hipnotizante. Ezekiel 25:17...

1. Coronel Hans Landa | Christoph Waltz

Bastardos Inglórios

Não tem jeito. Tarantino já escreveu inúmeras coisas brilhantes em sua vida, mas a melhor delas só pode ser o brilhante vilão nazista de Bastardos Inglórios. Interpretado com maestria pelo excepcional Christoph Waltz, Hans Landa é o melhor tipo de antagonista que uma trama poderia requerir: inteligente, carismático e maléfico, temos um verdadeiro Sherlock Holmes nazista que garante algumas das melhores reviravoltas e diálogos do filme, já roubando a cena em sua longa sequência de interrogatório do primeiro ato. Um dos ícones modernos da História do Cinema? That's a bingo!

Bom, não foi fácil... Concorda com a nossa lista? Certamente deixamos muitos personagens de fora, então nos diga nos comentários qual o seu preferido!


Tom Holland diz que faria Homem-Aranha 4, mas “só se valer a pena”

Lista | Os Uniformes do Homem-Aranha no Cinema

O Homem-Aranha teve uma gigantesca variedade de uniformes nos quadrinhos, oferecendo muitas opções e referências para suas adaptações cinematográficas. Neste post, vamos relembrar todas as variações de uniformes que o Cabeça-de-Teia já teve nos cinemas, incluindo as peças de suas três versões até o momento.

Vamos lá:

Aranha Humana

Homem-Aranha (2002)

Ator: Tobey Maguire

Figurinista: James Acheson

A Roupa: O primeiríssimo traje do Homem-Aranha, essa roupa improvisada é criada quando o Peter Parker de Tobey Maguire decide participar de um concurso de luta livre a fim de conseguir dinheiro para comprar um carro, e impressionar Mary Jane Watson no processo. Temos então um blusão vermelho com o símbolo da aranha e uma máscara típica de lutas mexicanas. Pra melhorar, o nome escolhido por Parker não poderia ter sido mais ridículo: Aranha Humana. 

Traje Clássico

Homem-Aranha (2002), Homem-Aranha 2 (2004), Homem-Aranha 3 (2007)

Ator: Tobey Maguire

Figurinista: James Acheson

A Roupa: Ah, sim. Facilmente o melhor uniforme do Homem-Aranha até então, o traje colorido que marcou presença nos três filmes de Sam Raimi (sofrendo pequenas modificações estilísticas em cada filme) é uma formidável adaptação daquele visto nos quadrinhos, com o vermelho vibrante sendo apropriadamente contrastado com o desenho branco das teias - algo que visualmente funciona melhor do que a coloração preta. Vale mencionar também o formato mais "ameaçador" das lentes, que tornam esta criação de James Acheson uma verdadeira obra-prima.

Uniforme Simbionte

Homem-Aranha 3 (2007)

Ator: Tobey Maguire

Figurinista: James Acheson

A Roupa: Adaptando o famoso arco de Venom no criticado terceiro filme, o uniforme do Homem-Aranha ganha uma coloração sombria quando um simbionte alienígena toma conta de sua vida. O que temos aqui é praticamente a mesma versão do traje clássico, mas com o vermelho e preto sendo substituídos por um pesado tom de preto. Vale destacar também a mudança na aranha do peito, que é algo um pouco mais próximo do símbolo que depois apareceria no visual de Venom. Falem o que quiser do filme, mas o traje ficou sensacional.

Traje Vigilante

O Espetacular Homem-Aranha (2012)

Ator: Andrew Garfield

Figurinista: Kym Barrett

A Roupa: Sempre temos a primeira roupa improvisada. Porém, se o Peter Parker de Tobey Maguire a desenvolveu para criar uma fantasia de luta livre, Andrew Garfield improvisou algo para ajudá-lo em sua cruzada vigilante pelas ruas de Nova York, enquanto procura pelo assassino de seu tio Ben. Não é algo muito simbólico, servindo mais para ocultar a identidade de Peter com um pano vermelho e óculos escuros no rosto.

Garfield I

O Espetacular Homem-Aranha (2012)

Ator: Andrew Garfield

Figurinista: Kym Barrett

A Roupa: Quando Parker enfim fabrica sua primeira fantasia, temos uma abordagem um pouco mais realista e orgânica. A intenção do diretor Marc Webb era criar um uniforme que parecesse algo que um adolescente fez em seu quarto, e ao olharmos o resultado final de Kym Barrett, é mais ou menos isso. As cores são mais vibrantes e brilhantes, com Parker inspirando-se em atletas de trenó para confeccionar seu tecido, que se assemelha também à textura de uma bola de basquete. Serve ao conceito do longa, mas visualmente não é tão... Atraente.

Garfield II

O Espetacular Homem-Aranha 2 (2014)

Ator: Andrew Garfield

Figurinista: Deborah Lynn Scott

A Roupa: Mudando radicalmente no segundo filme, o Homem-Aranha ganha uma de seus uniformes mais fiéis aos quadrinhos, resgatando a essência do uniforme de Sam Raimi e também trazendo suas próprias modificações. A paleta de cores é praticamente a mesma, mas o que chama a atenção aqui é o visual das lentes, que surgem muito maiores e mais expressivas do que sua versão anterior. 

Modelo Stark

Capitão América: Guerra Civil (2016), Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017)

Ator: Tom Holland

Figurinista: Judianna Makovsky/Louise Frogley

A Roupa: Marcando a estreia do Aranha no MCU, o jovem Peter Parker de Tom Holland ganha um uniforme tecnológico de ninguém menos do que Tony Stark, que o recruta para ajudar no conflito com o Capitão América nos eventos de Guerra Civil. Este colorido uniforme é espetacular, remetendo ainda mais aos quadrinhos ao trazer um símbolo no peito menor e também, pela primera vez, animar as lentes do visor para torná-las expressivas e dinâmicas.

Traje Caseiro

Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017)

Ator: Tom Holland

Figurinista: Louise Frogley

A Roupa: Não adianta. Mesmo com um presentão de Tony Stark, nenhum Homem-Aranha passa da fase de ter seu traje improvisado, e como os trailers de De Volta ao Lar entregaram o jogo todo, em algum ponto da trama Peter Parker terá seu uniforme confiscado por Stark. Mostrando que o homem é maior do que o traje, Peter improvisa um novo traje com roupas caseiras, alcançando um resultado similar (no esquema de cores e figurino) ao Aranha Escarlate dos quadrinhos.

Aranha de Ferro

Vingadores: Guerra Infinita (2018)

Ator: Tom Holland

Figurinista: Judianna Makovsky

A Roupa: Com o Homem-Aranha enfim tornando-se um Vingador para o confronto decisivo com o titã Thanos, Peter Parker ganha a atualização definitiva de seu mentor Tony Stark: Aranha de Ferro. Uma armadura formada a partir de nanotecnologia, assim como a Bleeding Edge do Homem de Ferro, o traje permite que o Aranha sobreviva no espaço, tenha mais resistência e também a presença de quatro longas patas mecânicas nas costas. Saída diretamente dos quadrinhos!

Qual o seu traje preferido do Teioso? Comente!

Leia mais sobre Homem-Aranha