Crítica | Abracadabra 2 é uma continuação digna e divertida o suficiente

Após anos de rumores e boatos, a Disney enfim deu sinal verde para Abracadabra 2, que chega no catálogo do Disney+ quase 30 anos após a estreia do filme original, lançado nos cinemas em 1993 com direção do ex-coreógrafo Kenny Ortega.

A trama do filme acompanha esse longo salto temporal, apresentando uma nova geração de adolescentes que, ao contrário do primeiro filme, é mais acostumada e ligada no histórico de Salem e das irmãs Sanderson. Em seu aniversário de 16 anos, a jovem Becky (Whitney Peak) acaba invocando por acidente o retorno das bruxas lendárias, vividas novamente por Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy.

Sob direção da também ex-coreógrafa Anne Fletcher, Abracadabra 2 mantém o mesmo tom bem humorado do primeiro filme, complementando sua mitologia de forma bem realizada e moderna. Mesmo não sendo uma experiência surpreendente, é maravilhoso reencontrar o trio de bruxas central, que se diverte como se nem um dia tivesse passado desde o filme original.

Confira a análise completa no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=g3IvJGMXmyw


Crítica | Blonde é uma experiência vazia sustentada por Ana de Armas

Marilyn Monroe é um dos maiores ícones da História do Cinema, e sua figura foi alvo de diversos estudos e obsessões ao longo dos anos. Um dos principais é o livro Blonde, Joyce Carol Oates, obra que é mais alegórica do que voltada a fatos concretos.

Levando esse pensamento em mente, o cineasta Andrew Dominik transforma Blonde em uma experiência que almeja explorar o sofrimento e os traumas de Norma Jeane, vivida com perfeição por uma excelente Ana de Armas; que explora bem a dualidade de Norma com sua persona de Marilyn Monroe.

Porém, Blonde aposta em uma estrutura extremamente repetitiva. Apesar de esteticamente formidável e muito bem fotografado, o filme não vai muito além de um exercício vazio pautado unicamente na questão de daddy issues.

Confira a análise completa no canal de YouTube do Lucas Filmes.

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Crítica | Sorria é mais uma ótima surpresa no cinema de terror de 2022

Parando para pensar, um sorriso é justamente a reação mais aposta que se pode imaginar para assistir um filme de terror. Reside aí o grande mérito do diretor e roteirista Parker Finn, que faz sua estreia com Sorria em um conceito difícil de dar certo.

Na trama, a terapeuta Rose (Sosie Bacon) está tentando superar o trauma de ter visto uma paciente se suicidar na sua frente, enquanto sorria de forma maligna. Ela logo descobre que foi vítima de uma maldição, e que uma entidade sinistra, demarcada por sorrisos macabros, está perseguindo-a por toda parte.

Aproveitar o poderio imagético de um sorriso para causar medo é certamente um desafio. O longa não é isento de seus momentos ridículos, mas o saldo geral é bem mais pendente para o perturbador, já que a direção de Finn oferece um raro balanço de terror comercial de estúdio com aspirações mais "arthouse" de produtoras como a A24 - e o terror Corrente do Mal logo vem à mente como referência.

Justamente por isso, Sorria é um filme capaz de assustar bem mais quando não está mostrando suas ameaças, mas sim trabalhando a tensão e a expectativa de algo sinistro acontecendo; ambas características que a atriz Sosie Bacon domina com perfeição.

Confira a análise completa no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=9EY_hZ43_gw&t=8s


Crítica | Andor é uma releitura surpreendente e adulta do universo Star Wars

Tem sido difícil ser fã de Star Wars ultimamente. Apesar de as duas temporadas de The Mandalorian serem excelentes, o plano da Disney para expansão da saga de George Lucas no cinema estão nebulosos, ainda mais depois do resultado criativo do sofrível A Ascensão Skywalker, enquanto as séries recentes O Livro de Boba Fett e Obi-Wan Kenobi escancaram a saturação e o desleixo com a saga.

Quando olhamos para a lista de próximas produções, uma série derivada sobre um dos personagens mais desinteressantes de Rogue One: Uma História Star Wars, não é exatamente a forma mais empolgante de chamar atenção. Justamente por isso, e até pornão ser um grande fã de Rogue One, a nova Andor quase passa batida por meu radar. Ainda bem que não foi o caso.

A convite da Disney Brasil, assistimos aos três primeiros episódios da série desenvolvida por Tony Gilroy, que é ambientada cinco anos antes dos eventos de Rogue One, seguindo o rebelde Cassian Andor (Diego Luna) em uma jornada para encontrar sua irmã perdida enquanto é perseguido por forças do Império - e também possíveis aliados que desejam se aproveitar de seus talentos.

Provavelmente já foi dito uma abundância de vezes que “tal obra não parece em nada com dito universo”, especialmente para filmes e produções da Disney. Mas Andor é realmente digna dessa constatação, já que não remete em nada a nenhum filme ou série do universo de Star Wars, e tampouco de outros trabalhos lançados pela Disney - seja no cinema ou em seu catálogo de streaming contemporâneo. Andor não é Star Wars, e eu vejo isso como um elogio gigantesco.

O maior erro das mais diversas produções de Star Wars é tentar honrar demais o passado, recriar tudo como era nos bons tempos dos anos 1970. Andor não tem o menor interesse nisso, e o showrunner Tony Gilroy (que foi um dos roteiristas de Rogue One) teça uma história radicalmente ousada em tom e execução, literalmente criando uma narrativa pesada de guerra e espionagem que, não fosse a vinheta da saga na abertura dos episódios, você nem precisaria associar com o grande universo de Star Wars. Andor está muito mais próxima de Blade Runner do que a saga criada por George Lucas, ou até mesmo do clima de paranoia e intriga da franquia Jason Bourne, da qual Gilroy foi um dos principais idealizadores.

Isso certamente vai afastar alguns espectadores, visto que Andor tem um ritmo bem lento e está mais concentrado em construir o caráter de seus personagens e colocá-los em longos e complexos diálogos. Tal característica é bem presente no excelente arco antagonista da série, que acompanha um grupo de seguranças subordinados do Império que preza pela burocracia e a ordem - com grande destaque para o ator Kyle Sollerperfeitamente incorporando um nível fascismo corporativo que nunca fora mostrado no Império antes.

A própria realização da série já se destaca em relação a outras do padrão Disney. Por mais que The Mandalorian tenha feito maravilhas com a tecnologia dos telões de LED chamados de Volume, a tecnologia foi banalizada com fotografias dessaturadas e sem vida em O Livro de Boba Fett e Obi-Wan Kenobi. Andor claramente esbanja um valor de produção mais alto ao se passar em locações e sets reais, e mesmo que os episódios sejam predominantemente realizados com uma paleta cinza e suja, é uma fotografia com muito mais textura e personalidade - até mesmo mais do que o próprio Rogue One, que é uma referência absoluta para a série - e muito usada nas intensas cenas de ação, comandadas a pulso firme por Toby Haynes.

O único ponto mais fraco reside justamente em Cassian Andor. Por mais que Diego Luna esteja bem à vontade no papel, o personagem em si ainda não soa muito convincente e distrai a trama central com os sonolentos flashbacks de sua infância, funcionando bem mais como um avatar do público nesse universo perfeitamente bem construído e povoado com outras figuras mais interessantes; em especial, a mentora rebelde vivida por Fiona Shaw e o forasteiro idealista muito bem personificado por Stellan Skarsgard.

Contra todas as expectativas inexistentes, Andor tem o potencial de ser a obra mais complexa e caprichada que a Disney já ofereceu a Star Wars. Com uma ambientação muito mais política e lenta, os primeiros três episódios da nova série já servem para me deixar interessado na franquia novamente. Um verdadeiro milagre considerando tudo o que tivemos que aturar nos últimos anos.

Andor (EUA, 2022)

Showrunner: Tony Gilroy
Direção: Toby Haynes
Roteiro: Tony Gilroy
Elenco: Diego Luna, Adria Ajorna, Fiona Shaw, Stellan Skarsgard, Kyle Soller, Dave Chapman
Gênero: Ação
Streaming: Disney+
Duração: 35 min (cada episódio)

https://www.youtube.com/watch?v=cKOegEuCcfw


Crítica | A Mulher Rei dispensa fidelidade histórica para criar um bom entretenimento

Por mais que Pantera Negra possa parecer um simples filme de super-heróis, seu impacto em Hollywood foi inegável. O sucesso financeiro do filme de Ryan Coogler na Marvel Studios ajudou a inspirar e tirar do papel diversas histórias com elenco negro; seja a sequência bem tardia da comédia popular Um Príncipe em Nova York ou algo mais obscuro e independente, como é o caso de A Mulher Rei; que ainda segura nas costas as responsabilidades de manter a chama do épico histórico acesa nos cinemas.

A história de A Mulher Rei começa de um ponto curioso, com a atriz Maria Bello (de A Múmia: Tumba do Imperador Dragão) aprendendo sobre a origem das guerreiras de Agoije em uma viagem para a África. Inspirada, ela desenvolve um roteiro com Dana Stevens, que logo chama a atenção de Viola Davis. Mesmo assim, o filme só é efetivamente aprovado com um orçamento à altura de sua proposta quando Pantera Negra arrecada US$1 bilhão no mundo inteiro.

Na trama, o jovem rei Ghezo (John Boyega) tenta proteger o reino de Daomé dos ataques de uma nação rival, os Oyó, que mantém relações com comerciantes de escravos de Portugal. Ghezo conta como principal trunfo a presença das Agojie, um exército de guerreiras extremamente letal, liderado pela valente Nanisca (Viola Davis), que também lida com a expectativa de ser eleita como a próxima Mulher Rei de Daomé.

Investimento simplista

É importante frisar que A Mulher Rei não é exatamente fiel aos eventos históricos. Pessoalmente, esse tipo de decisão nunca me afeta - afinal, estamos falando de cinema comercial, e não de um documentário. Isso justamente porque o resultado alcançado pela obra está bem focado em oferecer um entretenimento envolvente e derivativo do semi-extinto gênero dos épicos históricos, tão populares na década de 1990 e o início do novo milênio.

Isso faz com que A Mulher Rei seja um tanto simplista e maniqueísta em seus conceitos políticos, especialmente em como torna os heróis bastante heróicos e os vilões extremamente vilanescos. Curiosamente, essa característica se destaca menos no roteiro de Stevens, mas em grande abundância pela trilha sonora do veterano Terence Blanchard. Apesar de criar bons temas para representar as Agoije, Blanchard pesa a mão nos sons didáticos clichês para sonorizar vilões e algumas cenas de combate - garantindo o tipo de música que ensina o que o espectador deve sentir a cada segundo.

Também é importante resaltar como o filme parece indeciso ao que fazer com o descartável arco de romance envolvendo a Nawi de Thuso Mbedu e um comerciante de escravos "de boa índole", vivido por Jordan Bogler. É uma subtrama que nunca se compromete ao romance clássico, mas também fica no meio do caminho ao tentar oferecer uma narrativa feminista - e que ainda força o espectador a ouvir vergonhosos diálogos em "português" que devem ter sido ditados pelo Google Tradutor. 

Foco no que funciona

Felizmente, o filme se sai muito melhor quando está totalmente concentrado em suas protagonistas. O roteiro de Stevens é sábio em abordar uma estrutura consagrada do filme de combate, que é a da perspectiva da nova recruta. A Nawi de Thuso Mbedu serve bem esse papel, na pele de uma jovem que é largada por seus pais adotivos e entregada na porta da guarda do rei. Assim como em Nascido para Matar, de Stanley Kubrick, A Mulher Rei dedica metade de sua projeção para sequências de treinamento e aprendizado, antecipando a chegada dos primeiros combates e guerras que tomam conta de sua porção final.

Chega até a ser surpreendente como a Nawi de Mbedu ganha mais destaque do que a própria Viola Davis. Nanisca tem diversos arcos e subtramas importantes - e Davis está extremamente formidável em um papel com diversas cenas de ação, mas é mesmo Nawi quem tem todo o arco central. Mbedu até tem um início inexpressivo, mas ganha força à medida em que sua personagem vai garantindo reviravoltas interessantes em torno de sua relação com as Agojie e Nanisca.

Mas o grande destaque no elenco é mesmo Lashana Lynch. A atriz de 007 - Sem Tempo para Morrer domina cada segundo de cena como Izogie, uma das principais generais do exército e bem mais concentrada na ação; enquanto Nanisca assume também as funções políticas. Justamente por isso, Lynch garante o clássico arquétipo da mentora das jovens recrutas, oferecendo uma personagem cheia de nuances, divertida e complexa; e que também garante alguns dos combates mais brutais, já que Izogie lixa as unhas para servirem como garras afiadas.

E por falar em combates, é outro ponto positivo de A Mulher Rei. Depois do fraquíssimo The Old Guard da Netflix, a diretora Gina Prince-Bythewood oferece um trabalho bem mais dinâmico e interessante com as cenas de ação aqui. É nítido o trabalho requintado de coreografia das atrizes e também da coordenação de batalhas com múltiplos figurantes, captados por uma câmera agressiva e cortes fluidos.

Vale apontar como Bythewood é inteligente em não deixar os momentos de personagens sumirem no meio da violência. Seja para ressaltar a importância de Nanisca encontra uma figura violenta de seu passado, ou quando uma das jovens Agojie mata uma pessoa pela primeira vez - fazendo com que toda a narrativa pare por alguns segundos a fim de deixar a personagem absorver esse choque.

Mesmo com alguns deslizes ocasionais no tipo de filme que quer entregar, A Mulher Rei acaba garantindo um entretenimento sólido. Quando se concentra nos elementos do filme de combate e a relação humana de suas protagonistas, destacando o trabalho de Viola Davis e Lashana Lynch, o longa de Gina Prince-Bythewood é extremamente eficiente. Um bom entretenimento.

A Mulher Rei (The Woman King, EUA - 2022)

Direção: Gina Prince-Bythewood
Roteiro: Dana Stevens, Maria Bello
Elenco: Viola Davis, Thuso Mbedu, Lashana Lynch, John Boyega, Jordan Bolger, Sheila Atim, Hero Fiennes Tiffin, Jimmy Odukoya, Masali Baduza, Jayme Lawson, Adrienne Warren
Gênero: Ação
Duração: 135 min

https://www.youtube.com/watch?v=aWROipYjtnM&t=8s


Crítica | Não Se Preocupe, Querida só vale pela ótima performance de Florence Pugh

É um verdadeiro milagre o fato de que, em pleno 2022, estejamos diante de um filme original, lançado por um grande estúdio e com pretensões de gênero. Após sua elogiadíssima estreia com o ótimo Fora de Série, a atriz Olivia Wilde se tornou um nome interessante para acompanhar em carreira de direção, com o suspense Não se Preocupe, Querida, uma obra muito mais ambiciosa e desafiadora.

Infelizmente, por mais que Hollywood esteja faminta por novas ideias originais que não sejam baseadas em super-heróis ou propriedades do passado, o filme de Olivia Wilde encontra grande dificuldade em realmente fazer valer sua premissa saborosa.

Na trama, o casal Alice (Florence Pugh) e Jack (Harry Styles) leva uma vida agradável em uma comunidade para casais da década de1950, vivendo sob a tutela do misterioso Frank (Chris Pine) e seu ambicioso Projeto Vitória. Quando todos os maridos saem para trabalhar, deixando suas esposas cuidando das casas, Alice começa a encontrar elementos misteriosos em seu cotidiano, fazendo-a questionar a própria natureza de sua realidade naquela vizinhança.

American Way of Lie

Durante o período de divulgação do projeto há alguns meses atrás, Wilde afirmou que Não Se Preocupe, Querida era inspirado em obras como Matrix e O Show de Truman. Inspiração é um grande eufemismo, já que o roteiro idealizado pelos irmãos Carey e Shane Van Dyke (netos do grande Dick Van Dyke) e reescrito por Julia Sibelman (também de Fora de Série) é um grande simulacro dessas duas obras, representando mais uma variação sem novidades do Mito da Caverna de Platão - que serviu de base tanto para Matrix quanto Truman. O único diferencial de Não Se Preocupe, Querida é sua ambientação na década de 1950 e a sátira ao American Way of Life, assim como o forte caráter feminista que circula sua grande revelação no clímax.

E o roteiro de fato conta com uma boa reviravolta, quando Wilde enfim revela o que realmente está acontecendo na história. Infelizmente, tal revelação chega tarde demais no filme, que já havia gastado mais de 90 minutos batendo nas mesmas teclas repetidas que Matrix e Truman já haviam feito de forma melhor: o cotidiano lentamente sendo quebrado, as pequenas estranhezas e imperfeições na paisagem idílica, e o comportamento da protagonista sendo visto como loucura por todos. É muito tempo dedicado a uma grande enrolação, que se torna tediosa justamente por não trazer nada de novo, e a aposta no suspense também mostra-se falha já que seus “antagonistas" são extremamente sem graça e sem muita personalidade.

Infelizmente, essa falta de tato se apresenta também na direção de Wilde. Ainda que seja bem mais criativo conceitualmente do que Fora de Série, a comédia adolescente consiga ser muito mais elaborada visualmente e em suas composições complexas. Com Não Se Preocupe, Querida, Wilde valoriza bem o design de produção de época e as belas paisagens áridas com a ajuda do fotógrafo Matthew Libatique - e ambos são excepcionas em capturar a beleza dos automóveis cinquentistas cruzando o deserto em uma ótima perseguição de carro no terceiro ato. Tirando isso, a condução de Wilde é burocrática e sem grandes aspirações, tanto para diálogos, discussões ou brigas.

A grande revelação sobre o que acontece no universo do filme também parece de uma solução visual mais interessante. É o clássico caso onde o fator é mais interessante no papel do que na tela, já que a própria reviravolta nutre um fator confuso de primeiro efeito. E, infelizmente, diversos elementos que vêm junto com essa reviravolta são abordados de forma superficial, e tal exploração poderia muito bem ter garantido um filme bem mais original e diferenciado do que os outros exemplos de referência. 

A guerreira solitária

Felizmente, Florence Pugh move montanhas para tornar a experiência de Não Se Preocupe, Querida suportável. Estabelecendo-se como um dos nomes mais requisitados e interessantes de sua geração, Pugh compõe Alice como uma jovem curiosa e obstinada, entregando completamente nos fatores de terror, pânico e desespero, e também no primeiro ato que mostra Alice como alguém mais ingênua. Poucas vezes vi uma atriz carregar tão bem um longa tão mediano quanto Pugh, praticamente uma jovem Kate Winslet, faz com Não Se Preocupe, Querida.

Pugh também é absurdamente melhor do que todos à sua volta. Apostando em um papel mais exigente após sua ligeira estreia como ator em Dunkirk, Harry Styles é incapaz de seguir o alto nível de sua parceira de cena, mostrando-se como um intérprete extremamente limitado e viciado em caretas e feições exageradas; todas as cenas de discussões do cantor com Pugh são realmente vergonhosas, já que a atriz é absurdamente superior na carpintaria dramática. O sempre eficiente Chris Pine também surge desinteressado e sem graça, enquanto a própria Olivia Wilde lhe garante um papel coadjuvante que só diz a que veio nos minutos finais da produção. 

Contando ainda com uma trilha sonora bastante original do veterano John Powell, Não Se Preocupe, Querida não tem muito a oferecer além da ótima performance de Florence Pugh. Traz uma boa reviravolta e um universo que poderia ser muito melhor explorado, mas fica na metade do caminho ao perder tempo com convenções já muito exploradas - e de forma muito melhor. 

Ao final da leitura do roteiro na pré-produção, eu teria ficado preocupadíssimo.

Não Se Preocupe, Querida (Don't Worry Darling, EUA - 2022)

Direção: Olivia Wilde
Roteiro: Katie Silberman, argumento de Shake Van Dyke e Carey Van Dyke
Elenco: Florence Pugh, Harry Styles, Chris Pine, Olivia Wilde, Gemma Chan, KiKi Layne, Douglas Smith, Timothy Simons, Asif Ali, Nick Croll, Sydney Chandler
Gênero: Drama
Duração: 122 min

Comentários adicionais no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=xZMAz-5XYH8