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Crítica | Doutor Estranho (Sem Spoilers) - O Misticismo da Marvel

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•25 de outubro de 2016•8 Minutes

Já faz quase uma década desde que o Homem de Ferro alçou voo pela primeira vez, com a inauguração da nova fase de blockbusters e filmes de super-heróis, em 2008. De lá para cá, é inevitável que a Marvel Studios precisa inventar novas fórmulas e apostar em novos personagens para manter o interesse do público e manter a roda da indústria girando, e o universo cinematográfico seguindo em frente. Bem, isso em teoria. Ainda que Doutor Estranho seja de fato um personagem desconhecido e que busque novos caminhos dentro do gênero, é mais uma reciclagem de história e temas já explorados.

A trama nos apresenta ao doutor Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), um neurocirurgião de prestígio, porém arrogante, na cidade de Nova York. Após um acidente de carro brutal, suas mãos acabam severamente danificadas e que o impedem de continuar o ofício. À procura de literalmente qualquer tratamento medicinal, Strange acaba buscando ajuda no mundo oriental, onde é levado a conhecer a misteriosa Anciã (Tilda Swinton), que lhe abre as portas para um mundo místico onde a magia pode lhe dar poderes e curar suas mãos.

É a clássica história de origem 101. Aliás, é curioso como o arco dramático de Stephen Strange é gritantemente similar com o de Tony Stark, partindo da premissa de um sujeito brilhante e arrogante que sofre um acidente que lhe prejudica imensamente, levando-o então para uma jornada de redescobrimento e poderes sobrenaturais. Dito isso, é possível prever as escolhas do roteiro de Jon Spaiths, C. Robert Cargill e do diretor Scott Derrickson, assim como todas as viradas que ensinarão um caminho mais nobre para o protagonista. Isso já nos deixa claro novamente como a fórmula Marvel é imutável e já demonstra sinais de esgotamento, com uma sequência de treinamento, um interesse amoroso descartável e um vilão unidimensional que falha em impressionar.

Para não falar também dos maiores problemas que o estúdio vem enfrentando desde sua gênese: os alívios cômicos insuportáveis. É evidente que um trabalho de revisão passou pelo roteiro, dando entrada para as piadinhas toscas que impedem qualquer criação de atmosfera ou uma catarse intimista para os personagens – não podemos ver Strange finalmente sendo capaz de realizar uma habilidade nova sem que tenhamos um comentário sarcástico e anacrônico, vide a tenebrosa piada recorrente sobre o nome único de um dos personagens. É como se a Marvel tivesse medo de ser levada a sério ou que desejasse criar algo mais profundo, sacrificando também a construção do ritmo. Enquanto a DC erra a mão por ser demasiada “séria”, a Marvel é simplesmente incapaz de tratar algo como se não fosse piada.

Outro problema fica com o estabelecimento do universo. O que exatamente é o grupo de feiticeiros comandado pela Anciã? Como exatamente é a ordem dessas pessoas nesse universo estabelecido pela Marvel? De que forma posso levar isso a sério sendo que feiticeiros acessam internet via Wi-Fi? São ideias incongruentes e modernas demais, que também não casam com o design de produção de Charles Wood ou o figurino da sempre competente Alex Byrne (ainda que seja estranhíssimo que alguns dos personagens sejam vistos calçando tênis esportivos com seus quimonos orientais).

Porém, um aspecto que definitivamente merece aplausos pela inovação é o visual. A direção de Scott Derrickson aposta em uma abordagem psicodélica e impressionante para as manifestações de magia dos personagens. É como se tudo o que havíamos visto com os prédios dobrando em A Origem fossem multiplicados em escala e profundidade, rendendo empolgantes cenas de ação onde os personagens atravessam portais, prédios se desdobrando em forma de caleidoscópios e ações que transitam em diferentes dimensões. É um trabalho primoroso de efeitos visuais e movimento de câmera, tanto prático quanto virtual, e que certamente merece ser conferido em uma tela de IMAX 3D – ainda mais considerando a mudança de razão de aspecto durante cenas específicas. A fotografia de Ben Davis também faz bom uso de uma paleta de cores diversificada e que garantem dinamismo à cena, especialmente durante as sequências psicodélicas.

Nesse quesito, também fico feliz que o filme tenha sido capaz de pelo menos desviar de alguns clichês da fórmula, principalmente em termos de clímax. Não temos a grande cacofonia de personagens digitais e explosões irritantes, apostando dessa vez em elementos mais sobrenaturais e que brincam habilidosamente com as regras desse universo; há algo feito com o Tempo que é realmente impressionante, e que toma emprestado elementos que não víamos sendo usados desde o Superman de Richard Donner.

Outro elemento que também marca uma boa introdução ao universo da Marvel é Benedict Cumberbatch. Praticamente capaz de fazer qualquer coisa bem feita, o ator traz muito carisma e ironia para Strange, sendo bem sucedido ao construir um personagem tridimensional mesmo com pouco tempo de apresentação, tornando o primeiro ato de apresentação muito divertido e envolvente. Cumberbatch é o grande acerto, mas infelizmente não temos muitos outros destaques. Tilda Swinton tem uma presença interessante como a Anciã, mas nada que torne a personagem tão memorável, enquanto Chiwetel Ejiofor é prejudicado pelo arco confuso e de nota única de seu Barão Mordo – e que inevitavelmente cai no estereótipo do “sidekick”. Por fim, temos Mads Mikkelsen entregando mais um vilão decepcionante para a Marvel, ainda que o ator se garanta com seu carisma habitual.

Ah, e Rachel McAdams aparece de vez em quando por algum motivo.

Doutor Estranho é mais um exemplar do grande miojo da Marvel Studios, agora com um tempero místico que provoca alucinações. O visual é lindo e Benedict Cumberbatch se garante como mais um carismático herói da Marvel Studios. Porém, é só uma questão de tempo até o gênero se esgotar por repetição de fórmulas e clichês.

Obs: Há duas cenas pós créditas que trazem uma inesperada participação especial.

Doutor Estranho (Doctor Strange, EUA – 2016)

Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Jon Spaihts, C. Robert Cargill, Scott Derrickson
Elenco: Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor, Tilda Swinton, Rachel McAdams, Mads Mikkelsen, Benedict Wong
Gênero: Aventura
Duração: 115 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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2 Comments
User
25 de outubro de 2016

Ótima critica !
Apesar de eu não concordar que o filme seja ruim assim

Lucas Voltolini
25 de outubro de 2016

Ó o spoiler

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