logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | Lady Bird: A Hora de Voar - A boa estreia na direção de Greta Gerwig

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•14 de fevereiro de 2018•7 Minutes

Já vi e escrevi tantas vezes sobre incontáveis filmes categorizados no gênero coming of age, que é até difícil começar um texto desses sem parecer repetitivo. Eis que um pequeno longa dessa variante acaba ganhando grande atenção da mídia e da crítica especializada no último ano, sendo responsável por aparecer em diversas listas de melhores, e um disparado favorito para o Oscar: Lady Bird: A Hora de Voar, filme que marca a estreia da atriz Greta Gerwig como diretora e roteirista, em um projeto evidentemente autobiográfico. E ainda que, como de praxe, as reações tenham sido um tanto exageradas, o primeiro trabalho diretorial de Gerwig resulta em um filme adorável e divertido.

A trama nos entrega a visão mais vintage de 2003 que eu já vi, nos jogando no universo de Christine “Lady Bird” McPherson (Saoirse Ronan), uma jovem de 17 anos que mora em Sacramento, Califórnia e estuda em um colégio religoso. Seu grande sonho é mudar-se para Nova York e cursar uma universidade “das artes”, ao mesmo tempo em que lida com suas primeiras experiências sexuais e a relação afetiva com sua mãe (Laurie Metcalf).

É difícil pensar no que traz originalidade à Lady Bird. Já vimos esse tipo de história um milhão de vezes antes, já tivemos o arquétipo da adolescente espertinha e sagaz em um número até maior, e não é difícil prever os rumos que o roteiro de Gerwig toma ao longo do filme. Nós já vimos isso, e devo acrescentar que de forma melhor: o recente Quase 18 é um filme muito mais complexo e original, e infelizmente passou batido na última temporada de premiações. Porém, mesmo com tudo isso, é de se admirar a construção de Gerwig, que sempre parece pender para o clichê absoluto, mas acaba trazendo alguma surpresa: por exemplo, a relação de Lady Bird com sua mãe é apresentada como tumultuosa no começo, mas as duas acabam cobrindo isso com momentos de real ternura e afeto. Bird sempre parece se achar superior e mais inteligente a todos, mas o texto de Gerwig felizmente explora muitas de suas falhas e inseguranças, e seus diálogos são sempre muito bem humorados e com boas sacadas: “é 2002. A única coisa emocionante desse ano é que é um palíndromo”.

O fato de Gerwig estabelecer a trama em um colégio religioso também parecia o pontapé ideal para uma série de críticas e comentários gratuitos, mas que não se encaixam dentro da proposta da roteirista, que enche esse núcleo com personagens, bem representados por uma adorável Lois Smith e um divertido Stephen Henderson. Há muito ironia, claro, mas Gerwig nunca é unilateral, zombando tanto do discurso caloroso de uma mulher contra o aborto (com um desfecho ácido) até o pseudo intelectual de Timothée Chalamet que não vê problema em desrespeitar sua relação com a protagonista, especialmente quando o Iraque é invadido pelas tropas americanas, em uma boa caricatura do arquétipo do “abaixo ao sistema”. No fim, é mesmo pela doçura da relação com Lady e seus pais, com Tracy Letts também se mostrando uma figura muito complexa, na forma de um pai com depressão, e que infelizmente não ganha tanto destaque.

Como diretora, Gerwig faz um bom trabalho, mas nada que justifique a campanha exagerada para empurrá-la a uma indicação ao Oscar. É uma direção eficiente e que mantém um ritmo agradável, e a decisão de Gerwig em retratar os anos 2000 como um ambiente que parece saído dos anos 60 é interessante, quase como um filtro de vaselina que preenche a visão calorosa de sua protagonista – e, novamente, revela como a diretora olha para esse período como algo saudoso. Sua câmera não tem muitos invencionismos ou momentos memoráveis, com o maior destaque para um plano longo e na mão onde somos surpreendidos por uma reviravolta envolvendo o personagem de Lucas Hedges – excelente, mesmo em participação pequena-, e sua composição traz algumas pérolas; sendo o belo plano inicial uma perfeita metáfora visual para a relação de Lady Bird e sua mãe, representando o “passarinho no ninho”. 

Porém, é nessa relação com Lady e sua mãe que o filme engata, e temos a agradecer a Saoirse Ronan e Laurie Metcalf. Ronan parece ter nascido para esse papel, já tendo interpretado um tipo parecido em outras produções, e é curioso como sua Lady é praticamente uma versão mais externalizada de sua personagem no pavoroso Brooklin, outro filme onde Ronan interpreta uma jovem que lida com a questão de moradia, relações familiares e triângulos amorosos… Porém, Ronan carrega todo o longa nas costas, divertindo com os ataques de raiva e explosões de alegria de Lady Bird, mas também como é capaz de encarnar tipos diferentes e mais vulneráveis quando na presença de outros que busca atenção, como o personagem de Timothée Chalamet ou a “garota popular” de Odeya Rush.

Uma estreia sólida na direção, Lady Bird é um filme que agrada pelas performances e o humor de seu texto, mesmo que não traga realmente nada de novo e digno de grande destaque. Greta Gerwig comprova seu talento como roteirista, e Saiorse Ronan lidera um elenco fantástico que faz a valer a visita, mas que no fim acaba nos fazendo perguntar o que exatamente ocorreu de tão marcante.

Lady Bird: A Hora de Voar (Lady Bird, EUA – 2017)

Direção: Greta Gerwig
Roteiro: Greta Gerwig
Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges, Timothée Chalamet, Beanie Feldstein, Lois Smith, Stephen Henderson, Odeya Rush, Jordan Rodrigues 
Gênero: Comédia, Drama
Duração: 94 min

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
Viral
Casal escala montanha gelada com bebê de 9 meses e causa revolta; guia resgata criança

Casal escala montanha gelada com bebê de 9 meses e causa revolta; guia resgata criança


by Matheus Fragata

Famosos
Bia Miranda confirma flerte antigo com Vini Jr., mas culpa ex: 'Não era minha intenção'

Bia Miranda confirma flerte antigo com Vini Jr., mas culpa ex: ‘Não era minha intenção’

Bia Miranda confirmou que flertou com Vini Jr. no passado, mas antes de…


by Matheus Fragata

Famosos

Virginia revela lembrancinhas de luxo da festa de Maria Flor: ‘Ô lembrancinha cara!’


by Matheus Fragata

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}