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Crítica | Um Homem Chamado Ove

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•16 de fevereiro de 2017•6 Minutes

Baseado no romance de Fredrik Backman, escritor, colunista e blogueiro sueco, Um Homem Chamado Ove trata de um cotidiano ocidental nada distante. Um dos mais velhos residentes de um condomínio de casas, Ove (Rolf Lassgård) é um viúvo plenamente rotineiro, linha dura, seco, programático, disciplinado. Não é um militar. É só um típico homem com a doença dos costumes, obsessivo pela tradição, pela ordem, pela seriedade. Foi por muitos anos síndico do condomínio, até sofrer um “golpe”, atitude que só contribuiu para o enrijecimento de sua conduta, da vigilância e da aplicação das regras no bairro.

Fatigado das irresponsabilidades dos novos moradores do condomínio e dos ruídos comunicacionais do novo século, Ove decide se juntar à esposa na outra vida. Suas tentativas de suicídio secreto, por enforcamento, porém, são interrompidas uma série de vezes. Sua nova vizinha sem noção, a iraniana Parvaneh (Bahar Pars), interessada na amistosidade que o aparente pétreo coração de Ove guarda, desperta nele uma nova esperança na vida dele, mesmo que à força. À força do destino, como quer pintar o filme.

Um Homem Chamado Ove, lançado na Suécia em fins de 2015, foi um sucesso comercial estrondoso no país, popularidade devida também ao livro, maior fenômeno literário em questão de números do país desde a trilogia Millenium de Stieg Larsson. Se pensarmos no caso dos romances policiais, eles nada tinham de especial, para além de desenvolverem bem uma fórmula – ao menos nos dois primeiros títulos. No caso de Ove, não se trata de uma série. O que importa, no entanto, é o tipo de história narrada. E como pode-se perceber dos frutos fílmicos da obra de Larsson, os americanos, mais experientes, versáteis e com melhores condições de produção (ainda mais com a mão de alguém como David Fincher), fizeram em um filme o que três suecos não conseguiram fazer. Obviamente, Hollywood, mesmo com a exclusão de regionalismos, sabe desenvolver narrativas capazes de gerar lucro. Infelizmente, a maior parcela desses filmes são remakes autodestrutivos. Foi Fincher que adicionou sal, pimenta e seu tempero secreto na adaptação de Larsson. Agora, transformar essa adaptação de Backman em algo mais interessante é tarefa mais difícil.

O diretor do filme, Hannes Holm, faz em Ove um filme quadrado demais, transmitindo uma sensação de “superprodução” local. A premissa já é uma velha fórmula americana que as pretensas particularidades suecas não conseguem suplantar, seja lá que estereótipos sejam pensados. Essa tentativa de dar um outro tom, um humor negro que brota da austeridade das situações, violência branda e ainda sem tesão, não passa do primeiro terço do filme. Uma vez liberto dessa apresentação sem sal e sem cor, o filme entra numa derrocada açucarada de descoberta do personagem através de flashbacks vibrantes, expondo didaticamente como um pobre jovem construiu sua vida após perder o pai, encontrou o seu amor (a professorinha), passou de peão a engenheiro e perdeu tudo por barreiras mundanas: a irresponsabilidade alheia, a burocracia, o preconceito. O romantismo potente é estragado pela perda e os traumas expurgados na tela são paulatinamente transformados em boas ações, na reconstituição de um ambiente aconchegante, na, enfim, pacífica passagem para o outro lado.

Tudo se constrói da maneira menos realista, mais metafísica e, nos instante finais até, melodramática. Calcado nas bases da simpatia e do modelo de prosperidade espiritual, o filme se alonga para incluir cenas de carinho, ao invés de apostar nos pequenos gestos. Para um personagem tão rotineiro e pretensamente ordinário, o filme contém momentos explícitos demais para evocar simplicidade onde só há uma maquinário perverso do emocional.

O filme de Hannes Holm é quadrado demais especialmente frente a representantes do cinema sueco contemporâneo, como as inventividades de Roy Anderson (Um pombo sentou num galho e refletiu sobre a existência; Nós, os vivos) ou de Tomas Alfredson, de Deixa Ela Entrar, sueco refilmado nos EUA – mas que o original é melhor. Se é para Um Homem Chamado Ove ser repasteurizado no grande polo industrial do cinema, que seja antes das refilmagem de Toni Erdmann, esse sim um filme simples, rigoroso, muito mais cotidiano do que qualquer ronda que o não tão velhinho artificial Ove poderia planejar.

Um Homem Chamado Ove (En Man Som Heter Ove, Suécia – 2015)

Direção: Hannes Holm
Roteiro: Hannes Holm, baseado no romance de Fredrik Backman
Elenco: Rolf Lassgård, Bahar Pars, Filip Berg e Ida Engvoll
Gênero: Drama
Duração: 116 minutos

Redação Bastidores

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