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Crítica | Uma Noite de Crime: A Fronteira – Tentando colocar a Franquia no eixo

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•4 de setembro de 2021•9 Minutes

Quando uma franquia começa a se tornar longeva demais no cinema os produtores e roteiristas pensam em algo de novo que possa funcionar como uma faísca para futuros capítulos, aconteceu de forma equivocada em Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma (2015) quando a franquia já dava sinais de cansaço com o público e o mesmo ocorreu com muitas outras produções de terror. Uma Noite de Crime entra nesta categoria, até porque A Primeira Noite de Crime (2018), o quarto episódio das diversas sequências, é um tremendo equívoco e praticamente sufocou uma franquia que já vinha dando sinais de desgaste.

Em Uma Noite de Crime: A Fronteira, o quinto filme da saga, ocorre algo que já era esperado para os longas anteriores, mas que até agora não havia sido colocado em prática, que é uma trama que possa servir como um arco dramático para outra sequência, um sexto filme que já tem até Frank Grillo escalado para retornar. O problema de todas das as produções – com exceção do primeiro – é que eles acabaram se prendendo sempre à mesma premissa de fazer as pessoas saírem na rua e tomarem cuidado para não morrerem no dia do expurgo, por isso que houve uma tentativa de mudança para que esse quinto capítulo não soasse como um repeteco.

Já estava ficando muito batido e chato a história das continuações de Uma Noite de Crime, isso levando em conta que não dá para fugir muito do tema central, que é o de ver as pessoas saindo às ruas para se matarem, isso é algo certo que terá em quase toda sequência, mudando assim somente os protagonistas. Até o terceiro longa havia essa ideia, que acabou se mostrando uma saída preguiçosa para os roteiristas que não pareciam ter uma ideia nova para que pudesse dar maior vitalidade para a franquia. No quarto longa ocorreu de se filmar a origem do expurgo, apresentando a primeira noite de crime, que se apresentou bastante desastrosa para uma produção de origem.

Em A Fronteira há alguns temas que são tratados e que poderiam servir para um debate político e social mais profundo. Um deles é o de que o expurgo em si – como já foi mostrado em outros filmes da série – tem uma motivação política, já que o governo criou esse método das pessoas se matarem por apenas uma noite ao ano. Só que não há um aprofundamento da discussão a respeito do massacre de minorias em nenhum dos longas, trabalhando assim o tema apenas como pano de fundo para contar mais uma história sobre matança.

São poucos os filmes de terror que tentam passar alguma mensagem relevante para o espectador, e aqueles que conseguem discutir alguma realidade social com eficácia acabam sendo consagrados pelo público e pela crítica, casos recentes são Corra! e A Lenda de Candyman. E é exatamente isso que o quinto filme da franquia quis – ou tentou – debater, os temas da imigração ilegal, da violência nos EUA, um dos países que mais arma a população civil, e principalmente faz uma crítica em relação ao governo do ex-presidente Donald Trump.

O longa que coloca como protagonistas da história o casal mexicano Adela (Ana de la Reguera) e Juan (Tenoch Huerta) que entram de forma ilegal nos EUA para viver uma vida melhor, acabam sobrevivendo a noite sangrenta do expurgo, mas um grupo armamentista e nacionalista que tem como lema “expurgar para sempre” acabam continuando a noite de crime por dias e dias, até que nem o governo americano consiga mais impedir a morte desenfreada da população e leve o país a uma guerra civil com desdobramentos trágicos.

O grande problema está no fato de o diretor Everardo Valerio Gout (Marte) não se decidir se quer focar na questão política ou social e isso leva a realização de um debate vazio em alguns momentos, que poderia ter se tornado muito mais eficaz se tratado do jeito correto. Se percebe que situações envolvendo a imigração e população armada só estão ali mesmo para dar embasamento ao roteiro e tentar fugir da mesmice de sempre.

A crítica política é muito clara e evidente ao governo de Trump, não apenas no assunto da imigração ilegal, mas também em querer discutir a questão da população se armar com facilidade, criando um retrato parecido com o visto nos recentes ataques antidemocráticos que resultaram na invasão ao Congresso americano. Isso para não falar também dos crimes de ódio e preconceito proporcionado contra minorias e que são apresentados na película. O resultado dessa mistura de situações abordadas em Uma Noite de Crime 5 são de total caos e o cineasta tenta imaginar como seria caso algo do tipo acontecesse nos EUA, muito provavelmente o país iria entrar em uma guerra civil entre diversos grupos armados.

Ao retratar uma América em total destruição é válido dizer que esse é um dos pontos altos franquia, mesmo com o roteiro se resumindo apenas a essa narrativa, com discussões vazias e violência pura, violência essa que é o que realmente o público do gênero quer ver na tela. É elogiável que o roteiro tenha dado um passo a mais em alguns debates que antes nem eram apresentados na série de filmes e dando esperança para dias melhores nas futuras sequências.

Everardo Gout tenta focar menos na violência em si, não dando foco a cenas muito violentas e brutais, sempre concedendo cortes rápidos ou colocando a câmera em ângulos que privilegiem a ação e que mostre menos crânios sendo esmagados. A violência que o cineasta quer retratar é mais a do cotidiano que as minorias sofrem, o preconceito contra elas e como tudo isso está se tornando um barril de pólvora nos EUA.

A ideia de colocar o “expurgo para sempre” como lema dos vilões foi feito justamente para dar um ar mais radical para o grupo armado, só que o roteiro não deixa claro qual a real motivação desse grupo nacionalista ou se eles querem apenas matar quem pensa diferente deles ou se realmente querem só continuar o expurgo por continuar, claro que tem uma motivação por trás, mas ela não fica evidente. Outra falha também foi em não apresentar a origem dos antagonistas, parece algo muito organizado, mas não há mais detalhes sobre quem são essas pessoas.

Uma Noite de Crime: A Fronteira é uma tentativa aceitável de reformular uma franquia que estava perdida e não sabia qual rumo tomar, além de dar esperanças para que outros filmes continuem nessa linha do roteiro e mostrem um país emergindo na guerra total. O grande desafio é deixar o roteiro com menos furos e com uma mensagem que seja melhor passada para o público.

Uma Noite de Crime: A Fronteira (The Forever Purge, Estados Unidos, México – 2021)

Direção: Everardo Gout
Roteiro: James DeMonaco
Elenco: Ana de la Reguera, Tenoch Huerta, Josh Lucas, Leven Rambin, Cassidy Freeman, Alejandro Edda, Will Patton, Will Brittain, Sammi Rotibi,
Gênero: Horror, Ação
Duração: 97 min

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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