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Crítica | Uncharted: Fora do Mapa é uma aventura pipoca divertida e estilizada

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•11 de fevereiro de 2022•8 Minutes

Todos nós certamente nos lembramos de um dos momentos mais inspirados e divertidos de Pulp Fiction: Tempo de Violência, com a participação de Harvey Keitel. Na pele de um personagem carismático e misterioso conhecido apenas como “O Lobo”, ele é responsável por aparecer magicamente, após a chamada de seus superiores, e ajudar os personagens de John Travolta e Samuel L. Jackson a sair de uma enrascada inesperada. Vale apontar que o trabalho do Lobo não é exatamente algo realmente excepcional ou digno de sua reputação gigantesca, mas ele certamente é eficiente. Uncharted

Em Hollywood, temos diversos exemplos de Lobos, mas poucos se destacam tão recentemente quanto aquele que atende pelo nome de Ruben Fleischer. Se algum projeto está “entupido” no longo inferno de desenvolvimento da indústria, Ruben é uma escolha certeira para desobstruir o encanamento: ele pode não fazer o trabalho mais brilhante do mundo, mas assim como o Lobo, é assustadoramente eficiente. Após enfim tirar do papel projetos como Caça aos Gângsteres e o primeiro Venom com Tom Hardy, ele é a pessoa que finalmente leva o game Uncharted para as telonas, após meia dúzia de diretores (como David O. Russell, Shawn Levy e Joe Carnahan abandonarem o projeto. E, para minha surpresa, o resultado com Uncharted: Fora do Mapa é bem mais do que uma mera privada desentupida; é um pipocão de ótimo nível.

A trama acompanha o jovem Nathan Drake (Tom Holland) um barman com poucas aspirações, mas sonhando em se reencontrar com seu irmão perdido, que aceita a proposta do misterioso Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg) para se juntar a ele em uma jornada para encontrar um bilionário tesouro perdido – e, possivelmente, o paradeiro de seu irmão. No caminho, Drake aprende a se tornar um aventureiro, ao mesmo tempo em que a dupla recém-formada é perseguida por um empresário ganancioso (Antonio Banderas) que almeja encontrar o mesmo tesouro.

Primeiramente, preciso informar que tenho absolutamente zero conhecimento dos games no qual o filme é baseado. Não joguei nenhuma das aventuras de Nathan Drake, mas conheço bem todo o material no qual a franquia da Naughty Dog claramente tira boa parte de sua inspiração: filmes de aventura, com claro destaque para Indiana Jones. E analisando puramente pela ótica de um filme, fiquei bem satisfeito com o resultado alcançado por este Uncharted, que é um longa que segue todas as convenções e fórmulas de um matinê de caça ao tesouro, mas que se sai bem graças à sua execução eficiente.

O roteiro, assinado por Rafe Judkins, Art Marcum e Matt Holloway (e ainda uma penca de nomes creditados no argumento) é um exemplar digno desse tipo de história. Há um tesouro valioso que ganha mais importância graças à sua conotação histórica – no caso, uma ligação com a navegação do português Fernão de Magalhães no século XV – e uma série de pistas e objetos diferentes que guiam os protagonistas para este destino. O trio não reinventa a roda de forma alguma, e até se atrapalha com alguns erros e acertos no quesito humor e a irritante conexão de Drake com seu irmão (sempre presente através de um voice over desnecessário e que martela os temas repetidamente), mas entrega um bom produto; fazendo bom uso também da constante desconfiança entre os protagonistas e até mesmo entre o núcleo dos vilões, oferecendo uma genuína imprevisibilidade ao longo da caçada.

As falhas de roteiro, e também sua fórmula evidente, são facilmente manejadas pelo elenco central. Sei que é uma decisão controversa rejuvenescer os personagens – que são mais adultos nos games – mas a dinâmica aprendiz/mentor de Tom Holland e Mark Wahlberg funciona consideravelmente bem. Ainda que Holland repita diversos elementos e trejeitos de seu Peter Parker na franquia do Homem-Aranha, é capaz de criar um Nathan Drake nitidamente inteligente, mas com a personalidade radical e descolada que o ajuda a contrastar com o Sully de Wahlberg; ainda que o astro não faça muito diferente de seus papéis de ação (o inventor de Transformers: A Era da Extinção vem à mente), é suficientemente convincente para criar o elo entre os dois, especialmente com o desenvolvimento de seu personagem – uma catarse batida e cafona, mas funcional.

Vale apontar também que a interação protagonista fica mais forte quando a Chloe de Sofia Ali entra em cena. Oferecendo um novo contraponto no grupo, a personagem adiciona mais camadas de desconfiança na trama, e garante uma química convincente com Holland. Já Tati Gabrielle tenta fazer algo similar como uma antiga rival de Sully, dividindo muitas cenas com um deliciosamente canastrão Antonio Banderas, mas infelizmente é incapaz de justificar (e convencer) a postura de sua vilã durante o terceiro ato.

Jogando Uncharted no cinema 

Mas a grande surpresa acaba vindo justamente do “encanador” Ruben Fleischer. Apesar de sempre entregar filmes satisfatórios, nunca foi conhecido por alguma assinatura visual marcante ou um estilo que pudesse identificá-lo, mas em Uncharted vemos algo bem especial. Certamente inspirado pelas mecânicas insanas e livres da gravidade convencional dos jogos da franquia, Fleischer oferece cenas de ação genuinamente espetaculares e que fazem jus ao orçamento alto, além de serem boas referências visuais ao game ao mesmo tempo em que preservam o fator cinematográfico – ou seja, não é como se o filme se transformasse em um grande gameplay.

Em duas destas sequências, que envolvem Drake pendurado pela carga de um avião e outra com helicópteros carregando navios pirata batalhando (!) Fleischer faz um belo uso do quadro estendido da proporção em IMAX, justificando a experiência no formato. Essa mesma cena dos navios, que tempera o clímax da produção, quase me fez lembrar do trabalho insano de Gore Verbinsky em sua trilogia de Piratas do Caribe, o que é um grande elogio para Fleischer e também o excelente diretor de fotografia Chung-hoon Chung, que já havia rendido uma ótima colaboração com o diretor em Zumbilândia: Atire Duas Vezes.

No mais, Uncharted: Fora do Mapa é uma diversão escapista muito bem feita e satisfatória. Segue de perto a fórmula de filmes de aventura e caça ao tesouro, não oferecendo absolutamente nada de novo, mas agradando pela dinâmica dos protagonistas e a direção inspirada de Ruben Fleischer. Eu definitivamente veria mais aventuras nesse universo.

Uncharted: Fora do Mapa (Uncharted, EUA – 2022)

Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Rafe Judkins, Art Marcum e Matt Holloway, baseado no game da Naughty Dog
Elenco: Tom Holland, Mark Wahlberg, Tati Gabrielle, Sophia Ali, Antonio Banderas, Steven Waddington, Pingi Moli, Pilou Asbæk
Gênero: Aventura
Duração: 116 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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