udança de Kratos em “God of War” Divide Opiniões entre Criador e Fãs

A franquia “God of War” passou por grandes transformações nos últimos dois jogos, especialmente no que diz respeito à personalidade de Kratos. O personagem, antes conhecido por sua sede de vingança e brutalidade, tornou-se um pai mais introspectivo e contido. Essa mudança, embora bem recebida por muitos, não agradou a todos, inclusive a David Jaffe, criador original da série.

A Visão de David Jaffe

Em uma recente conversa com John Garvin, diretor de “Days Gone”, Jaffe expressou suas reservas sobre o “amolecimento” de Kratos. Ele destacou que muitos fãs interpretaram mal suas críticas, achando que ele não entendia a importância de arcos de personagens. Jaffe defende a necessidade de nuance nos personagens, mas argumenta que não é necessário transformá-los completamente a ponto de perderem sua essência original.

“Quando você está escrevendo o personagem de uma franquia, como Superman, Batman, Homem-Aranha, Mulher Maravilha e Kratos, você quer ter um pouco de nuance para que não pareçam unidimensionais. Mas você também não quer terminar com alguém que é tão diferente que no sexto jogo não pareça o Kratos.”

Embora Jaffe reconheça a criatividade de Cory Barlog, diretor do “God of War” de 2018, ele acredita que a transformação de Kratos funcionaria apenas como uma história isolada. Para ele, o novo Kratos não é um personagem que sustenta uma franquia. John Garvin compartilha dessa visão, sugerindo que a falta de elementos de fantasia diminui o apelo do personagem. Ele compara a situação com “Uncharted 4”, onde Nathan Drake se casa e se aposenta, o que, segundo Garvin, reduz a fantasia desejada pelos jogadores.

Discussão sobre “Uncharted 4”

A crítica se estende a “Uncharted 4”, com Jaffe acusando o final de ser movido pelo ego dos criadores, especificamente Neil Druckmann. Jaffe argumenta que jogos como “Uncharted” e “Indiana Jones” não precisam de profundas transformações de personagens, pois os jogadores buscam viver aventuras fantasiosas.

“Isso é o ego. Isso é o Neil Druckmann dizendo, e lembrando eu não odeio o Neil e amo The Last of Us Part II, mas em Uncharted 4 a ideia era ‘ele vai se aposentar, e se tivermos mais jogos do Uncharted, não será mais com ele porque a história exige isso’. Cala boca. O marketing da Sony vai ser ‘vamos fazer jogos com a Cassie Drake’. Vai se ferrar. Não funciona desse jeito e ele sabe disso.”

As opiniões de Jaffe e Garvin refletem uma divisão entre a evolução narrativa e o apelo tradicional dos personagens. Enquanto muitos fãs apreciam o aprofundamento emocional e a complexidade adicionada a Kratos, outros sentem falta do guerreiro implacável e brutal que inicialmente definiu a franquia.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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