A Operação Torniquete, realizada pela Polícia Civil nesta terça-feira (3) no Complexo da Penha, zona Norte do Rio de Janeiro, visa desarticular uma rede criminosa que financia o Comando Vermelho (CV) por meio de roubos de veículos e cargas. Esse esquema também garante armamento, munição e o pagamento de uma “mesada” para familiares de presos e lideranças da facção.

Alvos estratégicos e coordenação inter-estadual

Entre os principais alvos da operação estão:

  • Edgar Alves Andrade, conhecido como “Doca da Penha”;
  • Carlos Costa Neves, apelidado de “Gadernal”;
  • Juan Breno Malta Ramos Rodrigues.

Os três são apontados como líderes responsáveis por ordenar disputas territoriais visando expandir o controle da facção. As ordens partem diretamente do Complexo da Penha, que serve como base estratégica.

Além disso, a operação tem como objetivo apoiar as polícias civis do Pará e do Ceará, que investigam a migração de lideranças criminosas para o Rio de Janeiro. Muitos desses chefes estariam escondidos nas comunidades alvo da ação.

A Operação Torniquete é coordenada pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), com a participação de diversos departamentos especializados, como a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) e outras unidades operacionais da capital, da Baixada e do interior do estado.

Impactos nas áreas de educação, transporte e saúde

Educação

A operação gerou reflexos imediatos no funcionamento de instituições de ensino da região:

  • 16 unidades municipais foram impactadas, segundo a Secretaria Municipal de Educação;
  • 1 escola estadual precisou ser fechada, conforme informações da Secretaria de Estado de Educação.

Transporte

Sete linhas de ônibus que atendem o Complexo da Penha precisaram alterar seus itinerários devido aos bloqueios e confrontos:

  • 313 (Penha (Grotão) x Praça Tiradentes)
  • 621, 622, 623 (Penha x Saens Peña)
  • 625 (Olaria x Saens Peña)
  • 679 (Grotão x Méier)
  • 721 (Vila Cruzeiro x Cascadura).

Saúde

Unidades de saúde também foram afetadas pela operação. A Secretaria Municipal de Saúde informou a suspensão de atividades nas seguintes clínicas:

  • Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia – Funcionamento suspenso;
  • Clínica Aloysio Augusto Novis, Felippe Cardoso – Atividades externas suspensas;
  • Centro Municipal de Saúde São Godofredo – Atividades externas suspensas;
  • Clínica da Família Klebel de Oliveira Rocha – Funcionamento suspenso.

Por outro lado, o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV) e a UPA Penha continuam operando normalmente, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ).

Continuidade da operação

A Operação Torniquete reafirma a ofensiva do Estado contra o crime organizado, mas também evidencia os desafios enfrentados pelos moradores das comunidades afetadas. Com desdobramentos previstos, a ação busca desmantelar as atividades do Comando Vermelho na região e reduzir sua influência nos estados vizinhos.

Mostrar menosContinuar lendo