O CEO da Take-Two Interactive, Strauss Zelnick, entrou no debate sobre o futuro do mercado de games com uma declaração de peso: ele acredita que o negócio está se movendo “em direção ao PC” e a sistemas “abertos, e não fechados”. A fala do executivo por trás de franquias como Grand Theft Auto e NBA 2K sugere que a era das exclusividades rígidas e das barreiras entre plataformas está chegando ao fim.

Zelnick fez a declaração durante uma entrevista ao programa Squawk Box, da CNBC, em um momento em que a própria indústria de consoles está sinalizando essa migração.

‘O negócio está se movendo em direção ao PC’

Questionado sobre a rivalidade histórica entre PC e consoles, Zelnick fez uma distinção crucial entre a propriedade do jogo e o dispositivo em que ele é jogado.

“Acho que [o negócio] está se movendo em direção ao PC, e o negócio está se movendo em direção a ser aberto em vez de fechado”, afirmou Zelnick.

No entanto, ele ressaltou que a experiência imersiva não morrerá. “Mas se você definir console como a propriedade, não o sistema, então a noção de um jogo muito rico que você joga por muitas horas em uma tela grande — isso nunca vai desaparecer”, disse ele. Para Zelnick, o importante é que o jogador continue engajado no conteúdo, independentemente do dispositivo que está usando.

A ironia do ‘GTA 6’ sem PC anunciado

O posicionamento de Zelnick acontece em um momento oportuno, já que o novo hardware da indústria está borrando as linhas entre PC e TV. A Valve anunciou recentemente a Steam Machine (um PC focado em TV) e a Microsoft tem sinalizado a abertura de seus exclusivos.

A declaração, no entanto, é irônica para a própria Rockstar Games. Grand Theft Auto 6, o maior lançamento da Take-Two (adiado para 2026), ainda não tem uma versão de PC oficialmente anunciada. Seu antecessor, GTA 5, só chegou aos computadores dois anos após o lançamento nos consoles em 2013.

Apesar da cautela da Rockstar em relação ao PC, a fala do CEO indica que a empresa pode estar se preparando para abraçar o mercado aberto de forma mais agressiva no futuro, acompanhando a tendência de mercado que ele mesmo aponta.