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Crítica | Mate-me Por Favor

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Catálogo, Cinema, Críticas•24 de setembro de 2016•6 Minutes

Que ótima notícia quando vi que um filme de terror nacional chegaria aos cinemas. Dentre todos os gêneros existentes na atual safra audiovisual, o horror é um campo quase que inexplorado pelo cinema brasileiro, e ao juntar esse estilo a uma temática adolescente em Mate-me Por Favor, estava fisgada minha atenção e interesse. Infelizmente, o filme de Anita Rocha da Silveira é um amontoado de referências desconexas e um exercício de estilo com quase nenhuma substância.

A trama é ambientada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Somos apresentados à Bia (Valentina Herszage) e suas amigas, estudantes de 15 anos de um colégio local da região, que passa a ser atormentada quando corpos de mulheres assassinadas começam a aparecer noite após a noite, dando alerta de um serial killer nas redondezas. Dessa forma, Bia e suas amigas lidam com o perigo à solta enquanto resolvem seus próprios problemas pessoais de adolescência, namoro e outros afins.

Devo começar dizendo que raramente vi um filme nacional como Mate-me Por Favor. Esteticamente, é uma obra muito à frente da maioria das produções do país, com uma fotografia fria e de cores fortes de João Atala que preenchem a tela de vida com enquadramentos fixos e lindos planos abertos que nos jogam nesse universo familiar e perigoso. A direção de arte de Dina Salem Levy brinca habilidosamente com as cores e decoração de seus respectivos cenários, como a bagunça sempre presente na mesa de trabalho do irmão de Bia (Bernardo Marinho) ou o fato de Bia usar uma camiseta azul enquanto todas as suas amigas usam branco. A iminência do vermelho, representado pelo sangue – tanto real quanto nos  fabulosos devaneios – é marcante e causa impacto na paleta. 

Infelizmente, é só isso que torna o longa memorável. Anita Rocha da Silveira passa toda a projeção em uma longa e lenta construção de ritmo, onde a ausência de acontecimentos os diálogos vazios e regados a metáforas desconexas incomodam a experiência e podem gerar o desinteresse do espectador. Ao longo da narrativa, vai ficando evidente ao espectador que a trama de assassinato é a última coisa que interessa ao roteiro de Silveira, que parte para um retrato vazio das vidas adolescentes. Claro, a cineasta acerta aqui e ali (pessoalmente me indentifiquei muito com o plano que traz os estudantes lutando para serem atendidos na cantina da escola), mas é um estudo frágil e incapaz de gerar afeto ou aproximamento com qualquer dos personagens.

Até a protagonista é difícil de se aceitar, mesmo que Valentina Herszage tenha uma performance competente e um constante clima de desconfiança quanto às suas ações, mas pouco para justificar alguns dos atos bizarros que Bia protagoniza durante a fita – mas admito que a referência a Um Beijo no Asfalto foi inspirada, ainda que gratuita. A química entre Herszage e as amigas vividas por Dora Freind, Mariana Oliveira e Júlia Roz funciona, assim como os diálogos mais coloquiais em suas interações, mas ainda fica difícil aceitar qualquer afeto entre elas; a briga entre Bia e Mariana explode sem um motivo aparente, e não há uma catarse na resolução de tal conflito.

Do suspense, Silveira transita uma estranhíssima paródia que foge do controle. Há uma linha tênue entre a sátira e o ruim, e isso acontece duas vezes quando a diretora deixa uma cena de dança se estender absurdamente além do necessário e um número musical com funk que começa divertido por tratar-se de uma pastora evangélica, mas que perde totalmente o timing graças a sua duração – soando mais como um merchandising enfiado no meio do filme. Outra falha nessa paródia é quando vemos personagens secundários que seguem os batido estereótipos da “garota popular” e do “fanático religioso”, convenções tão batidas que até Hollywood está parando de usar, e que soam terrivelmente artificiais aqui.

Mate-me Por Favor é um dos filmes de estética mais impressionantes que o cinema nacional recente já trouxe, mas não vai além de um exercício de estilo para esconder uma trama vazia e sem graça. Mais como se Anita Rocha Silveira tivesse visto Corrente do Mal e Sob a Pele e resolvesse cruzar os dois com As Patricinhas de Beverly Hills.

Mate-me Por Favor (idem – Brasil/ Argentina, 2015)
Direção:
 Anita Rocha da Silveira

Roteiro: Anita Rocha da Silveira
Elenco: Valentina Herszage, Dora Freind, Mariana Oliveira, Júlia Roliz, Rita Pauls
Duração: 105 min.

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