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Crítica | Jumanji: Bem-Vindo à Selva - Um dos melhores filmes de game já feitos

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•2 de janeiro de 2018•8 Minutes

Duas coisas são apostas de alto risco na Hollywood atual, e vêm sendo produzidas com cada vez mais frequências: adaptações de videogames e continuações/reboots para clássicos e cults do passado. O segundo caso até vem se garantindo nas telas, com novos capítulos para Star Wars, Jurassic Park e até uma obra da magnitude de Blade Runner acabou ganhando uma inusitada continuação, mas obras baseadas em games ainda sofrem com produções mal encontradas e confusas. Dito isso, é de se admirar que este Jumanji: Bem-Vindo à Selva aposte nessas duas vertentes, na do saudosismo e do videogame, e encontre um equilíbrio agradável e surpreendentemente divertido.

A trama serve como uma continuação do original de 1996, mas com uma bem-vinda atualização – retrô, claro – de se conceito. Dessa vez, o famoso tabuleiro do Jumanji virou uma fita de videogame, um artefato que é encontrado pelos jovens Spencer (Alex Wolff), Fridge (Ser’Darius Blain), Bethany (Madison Iseman) e Martha (Morgan Turner) quando são forçados a ficar na detenção da escola. Magicamente transportados para dentro do jogo, o grupo ganha a cara dos avatares dos personagens escolhidos, com as formas de Dwayne Johnson, Kevin Hart, Jack Black e Karen Gillan, e logo precisam encarar uma aventura para salvar a selva de Jumanji das mãos de um vilão inescrupuloso (Bobby Cannavale), sendo a única forma de voltar à realidade.

Clássico da Sessão da Tarde, Jumanji não era o tipo de filme que realmente gritava por um revival na década de 2010, até mesmo porque o filme estrelado por Robin Williams não é exatamente um grande primor de cinematografia – um filme divertido, e só. Saído de comédias bem irregulares (ver Sex Tape), é um alívio que Jake Kasdan tenha compreendido exatamente o tipo de projeto que estava fazendo, uma aventura de matinê B cujo único propósito é a diversão, e ainda consegue o bônus de ser um dos filmes que melhor entende o conceito de um videogame nas telas. O roteiro assinado por Chris McKenna, Erik Sommers, Scott Rosenberg e Jeff Pinkner adota bem os clichês e estrutura típicas de um game, desde a ideia de saltar de fase (algo já meio batido em filmes como Scott Pilgrim contra o Mundo), mas explorando novo território nas personas de seus personagens – cada um com habilidades específicas e que se manifestam de forma divertida, especialmente o fator “intensidade e concentração” de Johnson, ou a vulnerabilidade de um dos personagens a… bolo, o que rende uma boa e inesperada gag.

Além disso, o texto ainda brinca com os conceitos de cutscenes e inteligência artificial, tendo uma sequência exageradamente expositiva (propositalmente) sendo jogada no meio da narrativa, com a intenção de explicar a origem do vilão e o backstory do macguffin principal que os jogadores devem encontrar. Há ainda a boa sacada dos personagens não jogáveis, sendo meros bonecos digitais presentes ali apenas para entregar informações, frases repetitivas e outros macetes típicos da plataforma, algo que um ator como Rhys Darby faz muito bem na figura do “personagem que passa a missão” no início da narrativa. São recursos elegantes que servem à narrativa, ao mesmo tempo em que tiram sarro da artificialidade dos próprios, e tudo isso garante boas piadas.

Mas nada supera o entrosamento do elenco. Todos os adolescentes da vida real fazem um trabalho competente, mas é mesmo quando o elenco mais “estelar” entra em jogo que a diversão começa, já que todos ali interpretam figuras fora de seu arquétipo. Nada pode ser mais divertido do que ver o brutamontes Dwayne Johnson interpretando um nerd inseguro e que mal consegue interagir com garotas, e que está constantemente se espantando com o tamanho de seus músculos – e digo sem medo que este é um dos poucos casos em que o ator realmente traz uma performance, já que vemos muito de Spencer nele. De forma similar, mas mais extrema, Jack Black se sobressai ao interpretar uma garota patricinha e viciada em redes sociais, rendendo os momentos de humor mais óbvio, com a figura de Black sendo excessivamente afetada e amedrontada, mas é inegável que o efeito funciona. Partindo da mesma premissa, Karen Gillan e Kevin Hart também divertem, ainda que Hart não saia muito de seu padrão mais estabelecido, e Nick Jonas tem uma participação de luxo com um personagem que replica a situação de Robin Williams no original, e o músico até que se sai bem.

Não é um filme perfeito, claro. Tecnicamente, há uma dependência muito grande em efeitos visuais, que acabam demonstrando sua artificialidade em diversos momentos, seja com cenários virtuais ou animais selvagens completamente renderizados – mas partindo por um lado, até mesmo videogames têm sua parcela de gráficos ruins, não? E ainda que traga boas cenas de pancadaria, Kasdan é mais um adepto da escola Anthony e Joe Russo do obturador de câmera alto, garantindo uma velocidade um tanto excessiva durante os golpes, chutes e saltos, o que nunca fica bom em um efeito 3D – ainda que a conversão seja bem decente em sua maioria. Por fim, vale mencionar o ótimo trabalho de Henry Jackman na trilha sonora, que oferece uma música intensa, old school e mais épica do que o esperado.

Dado tudo em jogo, o novo Jumanji se sai muito melhor do que o necessário, alcançando não só um resultado bem superior ao original, mas também sendo um dos filmes que melhor entende a linguagem de um videogame – e deixando cada vez mais claro que a metalinguagem talvez seja a chave para acertar essas adaptações amaldiçoadas. Com um elenco em sintonia e a mais pura intenção de divertir, é um belo pipocão.

Jumanji: Bem-Vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle, EUA – 2017)

Direção: Jake Kasdan
Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommers, Scott Rosenberg e Jeff Pinkner, baseado na obra de Chris Van Allsburg
Elenco: Dwayne Johnson, Kevin Hart, Jack Black, Karen Gillan, Bobby Cannavale, Nick Jonas, Alex Wolff, Ser’Darius Blain, Madison Iseman, Morgan Turner, Rhys Darby
Gênero: Aventura
Duração: 119 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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