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Crítica | Deadpool 2 - Uma História de Família

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•14 de maio de 2018•8 Minutes

Ryan Reynolds deve sua carreira a Deadpool, e diria que o Mercenário Falastrão criado por Rob Liefeld também deve muito ao carismático ator canadense. Ainda que popular entre um nicho específico dos quadrinhos da Marvel, o personagem ganhou as mentes e corações do grande público com a aguardada adaptação cinematográfica de 2016, um dos projetos mais engavetados e adiados da Fox, e que foi rentável tanto para o estúdio, quanto para a criação de Liefeld e Reynolds – até mesmo para o gênero de super-heróis no cinema, que ganhou um exemplar diferenciado e com um humor metalinguístico inexistente em seus similares. Com investimento baixo e um lucro absurdo, obviamente a Fox deu sinal verde para a produção de uma continuação, nos levando a este Deadpool 2, uma sequência que acaba entregando o que os fãs esperam, mas que se perde em uma experiência desconjuntada.

Na trama, somos apresentados a um dos personagens mais icônicos do cânone de Deadpool nos quadrinhos: Cable (Josh Brolin), um ciborgue do futuro que viaja para o passado a fim de exterminar um mutante instável (Julian Dennison) que se tornaria uma ameaça letal em sua realidade. Batendo de frente com o alter ego de Wade Wilson, o mercenário se vê na missão de proteger o garoto, em uma promessa para sua amada Vanessa (Morena Baccarin), o que o leva a montar a super-equipe X-Force para deter o misterioso agressor cibernético.

Falando bem por cima, é por aí que os eventos do roteiro de Rhett Reese, Paul Wernick e do próprio Reynolds residem. É uma proposta estranhíssima e muito mais grandiloquente do que o antecessor, cuja simplicidade parece elegante se lembrando agora, e nesse quesito o filme se perde. O primeiro ato sofre com cenas picotadas, múltiplos acontecimentos e os “falsos começos”, algo que também era sistêmico em Atômica, e imediatamente os olhares viram-se para o diretor David Leitch – mas chegaremos nesse ponto depois. O roteiro da trinca definitivamente acerta nas piadas, que estão mais recheadas de referências e citações do que nunca (prestem atenção nas hilárias participações especiais), tanto com outros filmes do gênero quanto com o sistema de produção Hollywoodiano, e quando vemos uma abertura de créditos a lá James Bond ao som de uma canção inédita de Céline Dion, o cinéfilo já esboça um sorriso por sacar a paródia a um estilo muito particular de blockbuster dos anos 90.

É difícil não rir com Deadpool 2, mas a experiência pode ser cansativa. A estrutura confusa e amarrotada rende um filme que é arrastado e inchado na maior parte do tempo, e com o foco jamais saindo da performance de Reynolds, alguns personagens e subtramas acabam se desenrolando sem força ou charme. Josh Brolin, mesmo que inspirado e badass como Cable (e diferente de sua encarnação dos quadrinhos, como o próprio Deadpool afirma), não tem o arco completo que seu personagem merece, mais servindo como um pseudo-antagonista com toques de Exterminador do Futuro, enquanto a Dominó de Zazie Beetz, ainda que bem caracterizada e carismática, não faz muito além de ser uma coadjuvante de luxo. O mesmo se diz dos demais membros da X-Force, que trazem nomes como Bill Skarsgard e Terry Crews, mas que são desperdiçados; em uma piada inspirada, devo admitir, mas é um desperdício quando paramos para pensar que Wade em momento algum se referiu a Skarsgard como palhaço ou comentou o terceiro emprego de Crews. Mas, novamente, é uma queixa subjetiva.

Toda a porção dedicada à missão de Cable e a visão mais “genérica” do longa sobre conceitos de viagem no tempo comportam o problema maior. Não dizendo que eu esperava algo super complexo e digno de Uma Breve História do Tempo a um filme assumidamente pastelão, mas o longa parece se achar mais sério do que deveria, e depende demais de algum tipo de investimento do espectador para que Cable seja levado a sério; seja como antagonista, ou como um personagem mais complexo. Tudo o que ocorre no clímax do filme também demonstra uma insegurança dos realizadores, ainda que, como tudo envolvendo a produção, renda algumas boas piadas – a melhor delas reservada para os créditos finais. Felizmente, até mesmo os roteiristas estão cientes da artificialidade e clichê de algumas das soluções, o que rende um paradoxo para o crítico aqui: é válido apontar um demérito que tem ciência de que é um demérito? Hm.

Na direção, David Leitch vai mostrando-se competente no comando de cenas de ação, mas não de muito além disso. A escala dos combates e perseguições automobilísticas impressiona, e o diretor é capaz de manter a veia cômica que o personagem exige, mas jamais é capaz de nos envolver em um nível emocional. É eficiente do ponto de vista técnico, sim (e os efeitos visuais trazem uma melhora considerável), mas não temos um envolvimento forte com os personagens, e não diria que é o tipo de ação que se sustenta por si só em níveis de espetáculo – nada perto do que vimos no primeiro capítulo de John Wick, ou no impressionante plano sequência de Atômica. O ritmo é algo pesado no filme, e aí vê-se a influência do diretor, que parece não saber balancear tantos personagens ou núcleos narrativos (novamente, ver como o primeiro ato se desenrola de forma bem desajeitada), além de constantemente apresentar uma mise en scène simplista até mesmo para o nível do estreante Tim Miller, do anterior; vide a cena em que Wade e Cable tem um diálogo importante, toda ditada através de um monótono jogo de plano e contra plano do rosto dos atores, enfraquecendo até mesmo o texto do trio de roteiristas.

No fim, Deadpool 2 entrega o tipo de piadas e referências metalinguísticas que o primeiro fez em 2016, apostando em uma escala maior, cenas de ação mais elaboradas e uma trama mais complexa. Pode ser o bastante para a maior parte do público, mas o excesso acaba prejudicando a experiência geral da aventura, ainda que não tire completamente a inevitável diversão.

Deadpool 2 (EUA, 2018)

Direção: David Leitch
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick e Ryan Reynolds, baseado nos personagens da Marvel
Elenco: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Zazie Beetz, Morena Baccarin, T.J. Miller, Brianna Hildebrand, Bill Skarsgard, Terry Crews, Rob Delaney, Julian Dennison, Leslie Uggams, Karan Soni, Stefan Kapicic
Gênero: Comédia, Ação
Duração: 119 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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