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Crítica | Uma Noite de Crime: Anarquia - Continuação sem Sal

Guilherme Coral Guilherme Coral
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•13 de agosto de 2018•8 Minutes

Quando a Blumhouse lançou Uma Noite de Crime nos cinemas, já era bastante óbvio que eles tinham uma franquia em suas mãos. Essa criação do diretor e roteirista James DeMonaco conta com potencial praticamente infinito e, nas mãos de alguém competente e minimamente criativo, poderia subverter o subgênero slasher em algo inovador e profundamente divertido. De fato, foi exatamente isso o que vimos no episódio Look Who’s Purging Now, de Rick and Morty. Infelizmente, o próprio DeMonaco prova não ser capaz de entregar o máximo de sua própria criação, como provou no primeiro filme e torna a fazer aqui em Uma Noite de Crime: Anarquia.

Para começo de conversa, vamos contemplar o título enganoso dessa continuação: Anarquia. Não podemos considerar a fatídica noite anual como algo anárquico, visto que ela é sancionada pelo governo, ou melhor, incentivada. Portanto, resta resumir essa anarquia à presença de um grupo de resistência que aparece pela primeira vez nessa sequência, cujo líder é vivido por Michael Kenneth Williams (Boardwalk Empire). Seria, no mínimo, interessante ver a luta desse grupo contra a loucura homicida que toma conta das ruas dos EUA durante essa noite, mas o longa-metragem segue na direção oposta, reduzindo esse grupo, que mais aparece em transmissões ilegais de televisão, a um mecanismo do roteiro, um deus ex machina para lá de conveniente.

Não, Uma Noite de Crime: Anarquia, segue pelo caminho já esperado, acompanhando um grupo de pessoas tentando sobreviver as doze horas de chacina, ao terem sido forçados a ficar nas ruas, ao invés de permanecerem na segurança (?) de suas casas. Mas, novamente, não haveria problema nisso se DeMonaco soubesse construir uma história envolvente e com o mínimo de originalidade. Mesmo tomando a saída mais simples, no entanto, ele aposta na previsibilidade e em eventos convenientes após eventos convenientes, que fazem toda a narrativa exalar artificialidade.

Em geral, todo o filme mais soa como uma série de quadros de terror costurados em sequência. As situações pelas quais o grupo principal passa basicamente não se encadeiam entre si, mais parecendo fases de um videogame do que a história de um filme propriamente dito. Isso funcionaria perfeitamente bem em uma série de televisão, mas não em um longa-metragem de quase duas horas, cuja tarefa é manter o espectador sentado e atento por essas duas horas. Dito isso, a narrativa fragmentada faz exatamente o oposto, transformando cada minuto em longas horas, que rapidamente provam não serem capazes de nos fazer mergulhar nesse universo.

Não ajuda, claro, o fato de todos os personagens da obra serem extremamente rasos. À exceção do misterioso Sargento (interpretado por Frank Grillo), todos os outros não contam com um pingo de profundidade e o roteiro de DeMonaco nem se dá o trabalho de esconder isso – não há sequer um momento que nos dê informações sobre cada um deles e tudo o que sabemos, aprendemos logo nos minutos iniciais.

Não digo que um filme de terror deva perder seu foco e trazer dramas individuais que ofusquem o real objetivo da película, peço apenas que o filme entregue o suficiente para que nos importemos com o destino desses personagens, algo que Uma Noite de Crime: Anarquia não faz – de fato, não faz a menor diferença se eles vivem ou morrem, à exceção do Sargento, que conquista o espectador simplesmente porque ele é o estereótipo de herói de ação dos anos 1980, sendo praticamente imortal e infalível. Grillo, por sinal, convence como o durão da história, mesmo que tenha de ficar aturando a falação de Cali (Zoë Soul) durante todo o filme.

Não ajuda que a direção de arte, ou mesmo a direção de DeMonaco, não façam a questão de nos manter minimamente interessados ao que há em volta desses personagens. O que deveria ser um playground para todo e qualquer diretor de arte, parece extremamente ordinário, sem nenhum aspecto durante essa travessia das ruas de Los Angeles, por parte dos personagens, nos chamando a atenção. Faltou mais ousadia nessa representação da loucura libertada por uma noite, faltou o sangue pintando as ruas, o gore, algo mais perturbador que provocasse um impacto maior e, assim, chocasse o espectador de forma mais enfática.

Mas, como dito, DeMonaco também tem culpa, já que opta por planos mais fechados na maior parte do tempo, que não permitem que, de fato, vejamos muito do que há em volta dos personagens. Nas sequências de ação ele também não se sai muito melhor, trazendo planos curtos demais que nos fazem constantemente perder o fio da meada, tendo de aguardar a conclusão da cena para entendermos tudo o que aconteceu. A falta de iluminação na maior parte do filme também não ajuda e mais de uma vez confunde o espectador, seja com os personagens, seja com a própria percepção do espaço – e não me refiro a um trecho que peça um escuro maior a fim de gerar mais tensão.

Ao chegarmos nos momentos finais da projeção, ainda somos “presenteados” com um final extremamente burocrático e com belas doses de surrealismo, já que os personagens atravessam a cidade na maior tranquilidade, com DeMonaco fazendo uso da elipse, sendo que passaram o maior sufoco durante todo o restante do filme. Aqui Anarquia revela que jogou fora toda a questão do grupo de resistência/ rebeldes e segue pelo caminho mais clichê possível, com o personagem durão demonstrando compaixão.

Assim sendo, Uma Noite de Crime: Anarquia falha em capturar nossa atenção e prova, mais uma vez, que o diretor e roteirista não sabe aproveitar sua própria ideia. O melhor “purge”, portanto, continua sendo um episódio de Rick and Morty.

Uma Noite de Crime: Anarquia (The Purge: Anarchy – EUA/ França, 2014)

Direção: James DeMonaco
Roteiro: James DeMonaco
Elenco: Frank Grillo, Carmen Ejogo, Zach Gilford, Kiele Sanchez, Zoë Soul, Justina Machado, John Beasley, Jack Conley, Noel Gugliemi
Gênero: Terror
Duração: 103 min.

Guilherme Coral

Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes ao ramo do Cinema e Audiovisual, onde atualmente me aventuro. Mas minha louca obsessão pelo entretenimento desta Terra não se limita à tela grande - literatura, séries, games são todos partes imprescindíveis do itinerário dessa longa viagem.

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