logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos - Uma experiência catastrófica

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•31 de outubro de 2018•8 Minutes

 

Era uma vez um imponente estúdio de Hollywood que buscava formas de se inovar nas telas. Com uma história irretocável em seu passado de animações e clássicos para a família, a Disney encontrava-se em um ponto decisivo no começo da década: prestes a dominar o mundo ao comprar as propriedades da Marvel e a alguns passos de adquirir a LucasFilm e revitalizar Star Wars para uma nova geração – essa dominação continua até hoje, com Mickey Mouse tendo comprado a Fox para expandir seu império.

Mas 2010 foi um ano de virada. Isso por conta de Tim Burton e seu improvável sucesso bilionário com Alice no País das Maravilhas, que oferecia uma continuação para um clássico animado do estúdio. Esse foi o estopim, quando Bob Iger e os executivos perceberam que – por algum motivo – as pessoas estavam interessadas em contos de fadas ganhando uma abordagem live action fantasiosa, desencadeando uma série de produções infinitas que visa replicar esse sucesso, com versões live action de Malévola, Cinderela, Mogli: O Menino Lobo e A Bela e a Fera sendo produzidas; sem falar nos vindouros Dumbo, Aladdin, O Rei Leão e Mulan. 

Todos esses filmes foram bem sucedidos, na pior das hipóteses, mas finalmente temos uma evidência de algo dando terrivelmente errado. Desde a proposta bizarra até sua execução catastrófica, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos representa tudo o que essa fase “moderna” de contos de fadas pode trazer de pior. 

 

Leite de Pedra

A trama nos apresenta a Clara (Mackenzie Foy) a filha mais inventiva de uma família que acaba de perder a mãe, e que agora lida com um pai melancólico (Matthew Macfadyen) na Londres do século XIX. Ao receber um presente inesperado de sua mãe, ela segue pistas para acabar indo parar em um mundo mágico, onde um soldado Quebra-Nozes (Jayden Fowora-Knight) lhe apresenta aos Quatro Reinos e revela que sua mãe foi rainha daquela terra antes de desaparecer. A fim de honrá-la, ela se junta com os regentes de cada um dos reinos para se defender da misteriosa Mãe Ginger (Helen Mirren), que acabou sendo banida para os confins do local, orquestrando ataques com seu exército de ratos. 

As chances de fracasso deste Quebra-Nozes eram mais altas do que as dos remakes live action da Disney. A começar pelo fato de não ter uma história já fundamentada para seguir, desajeitadamente tirando pedaços e inspirações de um conto e um ballet, que a roteirista estreante Ashleigh Powell costura no maior aglomerado de clichês e fórmulas gastas que o gênero pode trazer. Pense em todos os estereótipos e convenções do gênero de contos de fadas, mas mal escritos e movidos pela pura conveniência, e temos o roteiro de Quebra-Nozes.

A história carece de bons personagens e de um universo verdadeiramente rico, que nem chega a ser definido ou suficientemente explorado. Há uma explicação tola durante um ballet (para honrar as origens) sobre a criação dos Reinos, mas nota-se um desinteresse até mesmo dos realizadores. Tudo o que envolve Clara e as regentes, que contam com uma insuportável Keira Knightley, são ridículos, assim como o plano maléfico da antagonista – uma que parece ser uma ideia descartada por Burton, além de anacrônico com toda a “lógica” daquele universo. Raios, nem ao menos o Quebra-Nozes tem grande tempo em tela, e seu nome literalmente é o título da produção. 

 

Quintal do Estúdio

É de conhecimento público que a produção do filme foi um desastre, com Joe Johnston (Jumanji) tendo que literalmente terminar o filme de Lasse Hallstrom, e nem quero imaginar a burocracia e os pauzinhos que a Disney deve ter puxado para manter os dois nomes creditados na direção – algo virtualmente impossível para o DGA. Esse caos dos bastidores é nítido durante toda a projeção de O Quebra-Nozes, que alterna entre o monótono e o ridículo com frequência assustadora, jamais sendo possível encontrar um balanço entre os dois diretores envolvidos. 

O clímax do filme chega a ser embaraçoso, com o elenco fazendo o que pode para fazer uma coreografia péssima e sem energia funcionar, mas acaba apenas rendendo o riso involuntário. Não é sempre que vemos a imponente Helen Mirren passando tanta vergonha em cena, e fica a prova de seu talento por se esforçar durante uma cena de luta com chicote tão desprovida de adrenalina quanto Indiana Jones recorrendo a seu revolver para matar um bandido em Os Caçadores da Arca Perdida. A grande “batalha de CGI” também é muito abaixo do esperado, sendo resolvida rapidamente e sem a escala que o longa almeja. Fica a impressão de que tudo foi gravado no quintal de algum estúdio, no tempo máximo de alguns dias, com algumas das telas verdes mais horrorosas dos últimos anos.

Se há algo de realmente notável na produção é seu design, que conta com o impecável Guy Hendrix Dyas na função. Ironicamente, Dyas perdeu um merecido Oscar por A Origem para Alice no País das Maravilhas, e agora ele está aqui, trabalhando justamente com essa direção de arte mais fantasiosa. Algo que o executa com maestria, já que todos os cenários e locações apresentam um nível de detalhes considerável, desde as maquinações de relógios presentes em diversos espaços ou a abundância de elementos mais fantasiosos e excêntricos – afinal, a raiz de Tim Burton está sempre presente. Só é uma pena que sejam esforços para um produto defeituoso. 

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos : O que foi isso?

Quebra-Nozes e os Quatro Reinos representa tudo o que a Disney pode trazer de pior quando o plano falha, o que no caso vem da ideia absurda até a execução inexplicavelmente ruim. O embelezamento plástico e o carisma de Mackenzie Foy não são capazes de salvar  o dia, não quando desesperadamente tenta ser Tim Burton, mais uma vez. 

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos (The Nutcracker and the Four Realms, EUA – 2018)

Direção: Lasse Hallstrom, Joe Johnston
Roteiro: Ashleigh Powell, baseado no conto de E.T.A. Hoffman e o ballet de Marius Petipa
Elenco: Mackenzie Foy, Keira Knightley, Helen Mirren, Morgan Freeman, Jayden Fowora-Knight, Eugenio Derbez, Richard E. Grant, Matthew Macfadyen 
Gênero: Aventura
Duração: 99 min

Mostrar menosContinuar lendo

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
ListasGames
GTA 6 adiado para Maio de 2026: 5 Fatos oficiais sobre o jogo mais aguardado da história

GTA 6 adiado para Maio de 2026: 5 Fatos oficiais sobre o jogo mais aguardado da história


by Patrícia Tiveron

Esportes
Mirassol fere São Paulo com goleada e gol-relâmpago

Mirassol fere São Paulo com goleada e gol-relâmpago


by Patrícia Tiveron

Games
'Pokémon Legends: Z-A' confirma que Pokémon fazem cocô; veja a polêmica

Requisito ‘absurdo’ para o Shiny Charm em ‘Pokémon Legends: Z-A’ divide a comunidade

Requisito para o Shiny Charm em Pokémon Legends: Z-A exige 1000 vitórias e…


by Matheus Fragata

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}