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Crítica | Campo do Medo - Um suspense confuso

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•6 de outubro de 2019•8 Minutes

É inegável que as obras de Stephen King atraem um grande público de admiradores. Seu sucesso está no jeito que aborda a história e no terror bem construído que prende a atenção do leitor ao longo da história. Com os filmes acontece algo diferente, pois na maioria das vezes, são fracos e decepcionantes, e muitos são esquecíveis por não saber levar para as telas o que é apresentado nas páginas escritas pelo autor. Pois a Netflix resolveu levar Campo do Medo (Vincenzo Natali), um conto escrito por King e seu filho Joe Hill, para a plataforma de streaming.

E surpreendentemente o resultado é positivo. Campo do Medo não é um longa chato, com um final tão desastroso, e também não tem um desenvolvimento tão atrapalhado quanto filmes recentes inspirados nos livros do mestre do terror, como casos recentes de Carrie – A Estranha (2013) e Cemitério Maldito (2019). O principal obstáculo de Campo do Medo, em criar uma narrativa que atraia ao público, está em relação ao ambiente em que a trama se passa. É complicado fazer uma história em que toda a ação ocorra dentro de um campo, pois é isso que acontece com a produção. Os irmãos Becky (Laysla De Oliveira) e Cal (Avery Whitted) ao passar por uma estrada acabam parando ocasionalmente em frente a um vasto campo, e ao ouvir gritos de um garoto decidem entrar no local para ajudá-lo.

Obviamente que nem tudo é o que parece de início. A proposta é a de criar um suspense com as pessoas perdidas dentro do imenso campo, e aos poucos inserindo novos personagens e depois dar viradas de roteiro que ajudem a construir e explicar (ou tentar explicar) os acontecimentos sinistros do lugar. A verdade é que a trama é bastante confusa na virada do primeiro ato para o segundo, com uma sugestão de que há uma espécie de feitiço do tempo, em que a protagonista reaparece como se tivesse acabado de chegar ao campo. Mas essa confusão não é algo que atrapalha o andamento da história, pois a ideia é a de justamente criar algo sem respostas, que precise ser interpretado pelo público.

O roteiro utiliza elementos já vistos em produções sobre viagens no tempo, como Efeito Borboleta (2004) ou Feitiço do Tempo (1993), em que situações ocorrem sucessivamente e sem parar, precisando que algo diferente seja feito para quebrar esse elo temporal. O problema do roteiro é que por ser um filme curto acabam por colocar elementos insuficientes que explicassem certas questões, e muita coisa acaba em aberto, sem uma discussão aprofundada. A própria rocha negra e a igreja são elementos interessantes, mas que ficam no achismo do que significam. Fora que os próprios personagens tem um peso mínimo para a trama, alguns sem relevância alguma, como são Cal e Tobin. O uso do vilão é algo que ajuda a dar maior dinâmica e suspense para o filme, e que é bem utilizado no terceiro ato. 

O suspense é algo que de início é bem apresentado, com os personagens se perdendo no vasto campo e depois sendo perseguidos. Porém, a partir do segundo ato o longa meio que se repete, ficando na mesmice e apresentando várias questões sem explicações. O suspense começa a ficar de lado, pois o telespectador quer saber o que é tudo aquilo e começa a pensar mais nas respostas para os mistérios que realmente nos acontecimentos que estão na tela. Outro fator que atrapalha bastante o terror proposto é a péssima fotografia. O ambiente fica tão escuro em algumas ocasiões que nem é possível entender direito a ação da cena.

A mensagem, de que nossos medos particulares precisam de revisão e somente depois de passar por uma provação chegamos a conclusão de que erramos, é algo elogiável em uma trama que se atrapalha em desenvolver respostas relevantes. É uma metáfora que foi criada ao longo de toda a produção, pois desde o início havia indícios de certos acontecimentos que marcaram a vida dos personagens. E a rocha negra simbolizando o centro do inferno também é algo interessante, mas que por não ter sido melhor trabalhado pode causar dúvidas no público.

Se a história se passa em um campo, nada mais natural que tenha uma atmosfera, por si só, um lugar apavorante, e isso realmente ocorre. O ambiente é claustrofóbico e isso ajuda a criar um terror psicológico, pois tudo pode acontecer no meio de todo aquele mato, e muitos podem ser os perigos pelo caminho. Este território vasto é muito parecido com o de outras duas produções que foram inspiradas nas obras de Stephen King, casos Colheita Maldita (1984) que tem como parte da narrativa o uso do milharal, que dá bastante medo, e 1408 (2007) que se passa em um quarto em que tudo de mais bizarro e anormal acontece. Portanto, não foi a primeira vez que Stephen King criou uma atmosfera desse estilo, e nem o primeiro filme a trabalhar uma narrativa com esse direcionamento. 

Campo do Medo tem a difícil tarefa de manter o nível da Netflix em produções adaptadas de Stephen King, casos de Jogo Perigoso (2017) e 1922 (2017). O longa de Vincenzo Natali (Westworld) não é um ruim.  O diretor consegue trabalhar muitos elementos de forma competente em relação a narrativa, porém o excesso de viradas de roteiro e as tentativas de enganar o público são um grande tiro no pé. O final é algo que deveria ter sido melhor trabalhado, deixou tudo para ser apresentado nos últimos minutos e acabou deixando muita coisa sem explicação. Dentre as produções originais da Netflix é um filme interessante e se sobressai frente a tanta bobagem encontrada no catálogo da plataforma de streaming.

Campo do Medo (In the Tall Grass, 2019)

Direção: Vincenzo Natali
Roteiro: Vincenzo Natali, Joe Hill e Stephen King (Livro)
Elenco: Laysla De Oliveira, Avery Whitted, Patrick Wilson, Will Buie Jr., Harrison Gilbertson, Tiffany Helm, Rachel Wilson
Gênero: Drama, Horror, Thriller
Duração: 100 min.

Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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