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Crítica | O Vencedor

Matheus Fragata Matheus Fragata
In Catálogo, Cinema, Críticas•8 de julho de 2016•10 Minutes

O boxe é um esporte muito antigo – não se sabe a época correta que ele surgiu. Só foi considerado um esporte olímpico legítimo nas Olimpíadas de 1904. Marcado muitas vezes por ser um esporte corrupto e sujo, o boxe sempre foi alvo de adaptações cinematográficas sobre suas personalidades. Desta vez, o alvo das câmeras é o lutador Micky Ward conhecido por lutar contra Arturo Gatti três vezes, ganhando apenas uma.

Micky Ward é uma promessa em ascensão do boxe. Passa seus dias treinando com seu meio-irmão, Dicky Eklund, um lutador aposentado e viciado em crack. Com a paciência acabando cada vez mais graças aos problemas com drogas e policiais de Dicky, resolve seguir a carreira por conta própria, após seu irmão ser preso e receber a oportunidade de competir pelo título mundial de peso meio-médio.

Muito além de socos e nocautes

O roteiro de Scott Silver e Paul Tamasy não acompanha desde o inicio a carreira de Micky. Já começa com o documentário sobre vicio de crack na vida de Dicky e com as três derrotas seguidas de Micky. Ao contrário do que muitos pensam, ele não é um drama descarado arrancador de lágrimas. A divisão entre os momentos tocantes e os cômicos é praticamente perfeita sendo impossível sair da sala sem dar umas boas risadas.

O conflito principal segue seu rumo e não desperta muito interesse do espectador. Afinal, o próprio título do filme já mostra que ele vence a luta da disputa. Entretanto, os conflitos secundários são os mais instigantes e imprevisíveis. Por exemplo, a relação abusiva da família de Micky com ele, sua falta de confiança e autoestima graças às constantes derrotas, o vício e a superação de Dicky em relação ao crack, entre vários outros, faz com que o roteiro ganhe seu mérito. Aliás, o vicio é o elemento mais importante do filme, não só o do crack, mas sim o da família e do passado – Dicky sempre comenta de ser o “Orgulho de Lowell” e de sua luta contra Sugar Ray Leonard nos tempos de glória.

Geralmente, a solução dos conflitos é satisfatória e bem humana, visto que o filme é baseado em personagens e fatos reais. Apenas uma conclusão a respeito do divórcio e o destino da filha de Micky são deixados de lado. Talvez a maior falha do roteiro fosse ter escolhido Micky Ward para ser o protagonista ao invés de Dicky, visto que o pugilista é um personagem bem desinteressante, passivo e monótono.

O patinho feio

Mark Wahlberg fez de tudo para que esse filme acontecesse, além de produzir o filme, encarnou o papel principal. O maior mérito de Mark foi seu longo preparo físico para encaixar no personagem, já em sua atuação não existem muitos elogios a fazer. Na maior parte do filme, ele atua completamente sem carisma, sempre franzindo a testa com uma cara de aparente preocupação. Fora isso, não desenvolve a autoconfiança de Ward ao longo do filme sempre parecendo covarde, desacreditado, usado e passivo sobre seu destino. Se não fosse seu par romântico, Amy Adams, ele tomaria o posto de ator mais medíocre do filme. Eu discordo totalmente de sua indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Sua atuação resume-se a ficar emburrada e inflexível na maioria das cenas, causando certa antipatia com a moça.

Após não impressionar em “O Cavaleiro das Trevas” e “Terminator Salvation”, Christian Bale rouba a cena e talvez o Oscar de melhor ator coadjuvante. Sem dúvida, o melhor personagem é o dele, graças a sua atuação espontânea e competente. Incrivelmente magro e um tanto careca, Bale consegue fazer várias caretas realmente dando a impressão de um cara completamente pirado por causa do vício do crack. Energético do inicio ao fim da projeção, o ator alegra a o público com as babaquices que faz e, ao mesmo tempo, consegue emocionar nas cenas com maior carga dramática.

Melissa Leo ao contrário de sua concorrente no Oscar, Amy Adams, sabe o que realmente é fazer uma antagonista invisível e entregar uma atuação formidável. Com seu papel de agente de Micky e matriarca da família Ward, conquista o público com seus chiliques, sua cegueira a respeito de si mesma – consome os outros com o seu “amor” sem perceber, apesar de querer o melhor de seus filhos e a ajuda de sua prole nas cenas. As filhas de Alice, personagem de Melissa, são um espetáculo a parte do filme – todas tem um sotaque único, uma brutalidade em seus gestos, descabeladas e um aspecto grotesco graças ao constante trabalho pesado.

Entrando no ringue

Sabendo que o filme tinha que ser um retrato da realidade, Hoyte Von Hoytema, diretor de fotografia de “Deixe Ela Entrar” faz um trabalho inteligente. No aspecto de iluminação, não há muito a dizer, mas sim sobre a movimentação da câmera que dificilmente para por um instante. Logo na abertura do filme, existe um plano brilhante feito por um carro cinematográfico e as imagens ficam cada vez melhores nos treinos de Micky no ginásio e nas lutas de boxe. Para não deixar o parágrafo vago, darei um exemplo de uma movimentação. Em uma das várias cenas no ginásio a câmera rotaciona o ringue em umtravelling de 360º e, para aproximar a imagem discretamente, existe um pilar que aparece escondendo a cena de tempos em tempos. O plano parece bem distante de Wahlberg no inicio, mas no final a imagem já está dentro do ringue acompanhando o ator.

A direção de arte também é formidável. As reproduções dos cenários da prisão, da casa onde Dicky visita para se drogar, os cassinos onde Micky luta e a casa da família Ward são muito bem trabalhadas.

Salva por um detalhe

A música original composta pelo “brilhante” Michael Brook é irrelevante o filme todo. É quase impossível distinguir uma da outra graças à semelhança doentia e também pela péssima qualidade musical que possuem. Por algum milagre, as músicas licenciadas conseguiram salvar o filme. Todas elas contextualizam a cena e ajudam a energizar o espectador no meio das porradas. Ela conta com Led Zeppelin, Bee Gees, Red Hot Chilli Peppers, Aerosmith, Rolling Stones, Ben Harper e vários outros.

Com ajuda tudo fica fácil

Darren Aranofsky, o diretor perturbado de “Cisne Negro”, ajuda na produção do filme e é perceptível cada cena em que ele participa. Um exemplo disso está na cena onde acontece a confusão com os policiais e a difícil perda do vício de Dicky na prisão.

Quem dirige é David O. Russell conhecido pelo filme “Os Três Reis”. Sua direção deixou o filme leve, sem todo aquele melodrama que todos conhecem. Sua edição também é dinâmica é deixa o filme fluir naturalmente. Ele gosta de aproximar a câmera nos rostos dos personagens quando necessário para elevar o drama e garantir um lance físico entre o ator e o público. Fora isso, adiciona um filtro televisivo e alguns slow motions nas cenas das lutas de Micky a fim de deixar o filme com um tom original, visto que já foi amplamente explorado. Além do mais, conseguiu um resultado excelente com os coadjuvantes, mas desapontou com o pobre Wahlberg. Ele também foge dos clichês a respeito do tema – treinar como um touro e ganhar a luta e a mocinha “Adrian”, vide Rocky Balboa, tornando o filme completamente único.

Você sairá ganhando

“O Vencedor” é um filme inédito de boxe que foge de todos os padrões. Confira sem medo este concorrente ao Oscar e se deixe levar pelo seu ritmo energético e emocionante. E, claro, se encante com a atuação magnífica dos coadjuvantes que valem seu ingresso. Mas lembre-se que ele ocasiona alguns efeitos colaterais no espectador, é bem possível que você saia do cinema perambulando querendo desferir alguns jabs euppercuts no queixo de alguém.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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