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Crítica | Incontrolável

Matheus Fragata Matheus Fragata
In Catálogo, Cinema, Críticas•8 de julho de 2016•10 Minutes

Mais uma vez outra história extremista chega as telas dos cinemas, no ano passado tivemos “Demônio” e “Enterrado Vivo” ambos com situações de arrancar os cabelos de tão desagradáveis. Agora o primeiro filme “missão impossível” do ano chega, só que desta vez baseado em fatos “reais” ocorridos há uma década.

Em um dia normal de trabalho na rede ferroviária da Pensilvânia um maquinista incompetente transforma o dia em um verdadeiro pesadelo. Por um “pequeno” descuido do maquinista e a ajuda de um fantasma camarada o trem #777 está desgovernado com chances de descarrilar na cidade de Stanton carregado com galões de combustível e produtos químicos que podem explodir a qualquer hora pondo milhares de vidas em risco.  No outro lado da linha férrea o trem #1206 está indo direto ao encontro do #777 podendo causar uma colisão frontal perigosa. Agora cabe ao maquinista Frank e o condutor Will parar o trem descontrolado antes que custe suas vidas e de várias pessoas.

Descontroladamente superficial

O roteiro maçante de Mark Bomback tenta elevar o suspense falho do filme, afinal todo mundo sabe que o maldito trem vai parar, mas mesmo assim cria umas passagens ridículas como a do trem cheio de criançinhas que também vai dar de encontro com o Triple 7 – o único trem vermelho da ferrovia, típico exemplo de personificação do mal. Ele resolve todos os conflitos que cria com uma única válvula de escape: o desvio dos trilhos. Sempre quando alguma coisa vai explodir com outra, BAM! Um desvio aparece e salva o dia novamente, claro que existem algumas coisas que o trem vai atropelar no meio do caminho para elevar o entusiasmo do público. Fora isso ele tenta abordar algumas questões interessantes sobre os velhos que são despedidos para contratar novos trabalhadores porque são mais baratos, porém ele faz isso de maneira rasa e deixa a mensagem passar sem relevância. Também existem alguns dramas familiares igualmente chatos e desinteressantes, fora a justificativa da briguinha de casal de Will que beira o ridículo.

Ele também tem a mania de descrever o que se passa na tela a quase todo instante, duvidando da inteligência do publico. Ele a realiza inserindo os noticiários com a repórter mais irritante do mundo que sempre está comentando o óbvio: “Agora a companhia tenta resolver o problema do trem descontrolado…; A situação realmente é muito apavorante…”. Fora isso os planos para resolver o problema do trem são dignas de prêmios da estupidez do ano, mas claro que Denzel já arquitetou o melhor plano do filme e o mais óbvio também. Além disso, conta com as sempre presentes frases de efeito: “We’re gonna run this bitch down!”

Dever de casa

As atuações seguem o trio principal da trama: Denzel Washington, Tiberius Quirk, mais conhecido como Chris Pine e Rosario Dawson. Denzel Washington está salvando o mundo novamente, afinal ele é o melhor ator do filme e parece reprisar um papel que já explorou em “O Sequestro do Metrô 123”. Destaque para a seqüência “Homem – Aranha” do filme porque ver o dublê de Denzel saltar de vagão a vagão em um trem na velocidade de 90 km/h é impagável. Chris Pine se esforça para humanizar seu personagem com problemas amorosos, mas não chega nem perto. Rosario Dawson tem uma personagem chata e sem carisma, sempre fazendo uma cara de preocupação de que a comida queimou. Kevin Dunn também dá as caras no filme sem grandes destaques.

Movimentando as câmeras

A fotografia do filme se apóia numa repetição sem fim de planos e movimentos de câmera irritantes. Ela explorou todos os ângulos possíveis para filmar o trem desgovernado, porém a repetição mal dosada dos ângulos torna o filme uma coisa inalterável sempre mostrando uma coisa que já vimos há dois minutos antes. Existem três movimentos de câmera que sobressaem os níveis da racionalidade de tantas vezes que são usados. O primeiro é um plano frontal com o Triple 7 onde a câmera levanta e o filma passando por baixo dela. A segunda é a rotação em 360º que sempre acontece na central da ferrovia. A terceira e favorita do diretor Tony Scott é a aproximação da imagem em um zoom acelerado, esta última repete demasiadas vezes além de dar um efeito irritante que chega a incomodar os olhos do espectador.

Além disso, existem vários erros seqüenciais que qualquer leigo pode perceber sem fazer esforço.  Uma hora o Triple 7 aparece com menos vagões que a cena anterior e depois os vagões retornam, outro erro a parte frontal do trem está destroçada e logo depois ela aparece toda brilhante e perfeita como se não tivesse destruído trocentas carretas no meio do caminho, de vez em quando o trem desacelera no meio da cena e logo depois está a todo vapor novamente. Porém o erro mais visível acontece quando dois helicópteros são usados para filmar o clímax, um helicóptero é o do noticiário e o outro é o da equipe de filmagem do longa, as imagens que ambos helicópteros filmam são utilizadas e de tempos em tempos o helicóptero do noticiário aparece de um lado do trem e depois aparece de outro fora que este é super irritante nas cenas que se passam na cabine onde ele sempre aparece na janela poluindo a imagem e o som graças ao barulho infernal das hélices.

Singular

A música do filme tende a repetir da mesma forma que os movimentos de câmera. Geralmente se escuta uma música igual e impulsiva o filme todo com raras exceções uma delas boa e outra ruim. A boa é o tema que conta com umas distorções proporcionadas pela guitarra, a ruim é a música que possui um ritmo irregular parecendo com aquelas que tocam em passeios sem graça nos brinquedos de trens fantasma. A música que certamente serviria para o filme seria o clássico “Crazy Train” de Ozzy Osbourne.

Eu já não vi isso antes?

Tony Scott não está em uma fase muito ousada ou está com uma tara por máquinas pesadas, compridas e de ferro maciço nos últimos tempos. Há alguns anos atrás ele dirigiu “O Sequestro do Metrô 123” com Washington e Travolta nas atuações e “Incontrolável” parece muito com sua obra passada, até mesmo nos cenários. Se for comparar repare que a central da empresa da ferrovia é o cenário reciclado do centro de controle dos metrôs onde Denzel dialogava com Travolta por um comunicador igualzinho ao que aparece no longa, até mesmo a frase: “Para falar apenas pressione o botão” é proferida nos dois filmes. Fora isso, parece que a maldição da previsibilidade cai em quase todos roteiros que seus filmes se baseiam. É chato dizer isso, mas Tony, não foi desta vez. Se ele ao menos tivesse editado o filme de forma variada, tirado a repetição sem fim dos ângulos desgastados que utiliza e sabido dosar o exagero do clímax (o trem faz uma manobra de skate de dedo no fim do longa) talvez o filme tivesse um resultado diferente.

Devo descarrilar meu carro até o cinema?

O filme diverte no meio de seus tantos exageros, mas é repetitivo e maçante em muitas cenas. Somente se você estiver super interessado em saber o final “surpreendente” do filme ou saber o que vai encarar na Sessão da Tarde daqui dois anos, mas fique ciente de uma coisa: desta vez não tem John Travolta para salvar o filme.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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