Artigo | Principais Diferenças entre os Guardiões da Galáxia dos Filmes e dos Quadrinhos
Antes de Guardiões da Galáxia (2014) estrear, a equipe era praticamente desconhecida do grande público. Este cenário mudou drasticamente após o lançamento, fazendo todos quererem saber mais sobre esta pequena parte do Universo Marvel. Porém, o que muitos não sabem é das diversas alterações feitas para a adaptação nos cinemas. E este artigo aqui foi feito para mostrar as principais diferenças entre os Guardiões das telonas e dos quadrinhos.
Vale lembrar, falaremos de uma fase nas HQs pré-2014, pois depois da estreia do filme, alterações também foram feitas entre as páginas para que as duas mídias se aproximassem.
Uniformes:
Nos quadrinhos, os membros da equipe usam como uniforme um traje azul. Estes ainda possuem detalhes vermelhos e um símbolo no peito, que é o próprio dos Guardiões. Obviamente, há uma certa diferença entre as roupas, adequando-se aos poderes de cada um, mas, no geral, há traços padrões. Enquanto no cinema, não há nada do tipo definido, ou combinando. Somente no final de Guardiões 1 os heróis chegam o mais próximo disto, utilizando roupas que pertence aos saqueadores.
A origem do grupo
No filme, o time de foras da lei do espaço unido pelo acaso: Peter, Gamora, Groot e Rocket foram capturados pela Tropa Nova durante uma perseguição em Xandar, e, então, são mandados para Kyln, uma prisão intergaláctica. Lá dentro, eles conhecem Drax, que acaba se juntando numa investida de fuga planejada por Rocket. A intenção deles é entregar o Orbe, uma das joias do infinito, para o Colecionador, afim de ganharem uma recompensa. No entanto, Ronan, o Acusador, os encontra e captura o poderoso objeto. E assim eles se unem para derrotá-lo, antes que destrua toda a Xandar. Enquanto nas HQs, as conveniências são deixadas de lado. Após a invasão da raça alienígena Phanlax ao planeta natal dos Kree, Peter Quill tem ideia de formar o grupo que protege a Galáxia contra qualquer ameaça.
Os personagens
Peter Quill: O Senhor das Estrelas já passou por diversas alterações em ao longo de sua história nos quadrinhos, porém a considerada canônica é esta: Ele é filho de Jason de Spartax, herdeiro do império alienígena de Spartoi e da terráquea Meredith Quill. Sua mãe morreu quando ele tinha apenas 11 anos de idade, assassinada por alienígenas que desejavam acabar com a linhagem do pai de Peter. Então garoto, conseguiu escapar e foi parar em um orfanato, onde cresceu jurando vingança contra quem matou sua mãe. Anos mais tarde, ele entrou para a NASA e foi designado para ficar numa estação espacial junto de outros colegas, até que certo dia um ser chamado Mestre do Sol entra na nave e o escolhe para se tornar um viajante do espaço, conhecido como Star-Lord.
Em contrapartida, nos cinemas, a história é bem diferente... Ego, o Planeta Vivo, é seu pai, porém sua mãe continua sendo a mesma, que infelizmente também morre por uma causa diferente - doença terminal. Após seus últimos instantes, Quill sai correndo para fora do hospital, onde é abduzido por Yondu e os saqueadores a mando de seu pai biológico. Acontece que Yondu não cumpre parte do acordo com Ego, que era entregar Quill ao mesmo, e acaba adotando Peter - criando e treinando o jovem no mundo do crime. Quando mais velho, ele segue carreira solo como o já conhecido codinome.
Gamora: Poucas são as diferenças da personagem entre a material fonte e o que foi visto nos cinemas. Nas HQs ela é considerada como a última de sua raça após a espécie alienígena Badoon aniquilar todos de sua terra natal, então Thanos a encontra perdida e decide treiná-la. Já no filme isso muda um pouco. O Titã mata seus pais na sua frente e a leva a força para ser treinada, tornando-a uma arma. Por fim, em ambos os casos, "A mulher mais perigosa do Universo".
Drax: Originalmente, O Destruidor não é um alienígena, mas sim um humano que tem como nome Arthur Douglas. Durante uma viagem em família, eles avistam uma nave comandada pelo Titã Thanos, que acabou destruindo o carro em que estavam. A filha de Drax sobrevive, sendo levada por Mentor, pai de Thanos, mas sua esposa e ele mesmo foram a óbito. Passado algum tempo, Mentor reaparece junto de Kronos, avô de Thanos, para ressuscitá-lo, mas a alma do pobre homem não residia em seu corpo partindo para outro extremamente poderoso. Renovado, seu único objetivo em mente é matar Thanos a qualquer custo. Nos filmes isso muda por completo: aqui ele é um alienígena de fato, que perdeu sua família pelas mãos de Ronan, O Acusador, o qual ele também jura de morte.
Rocket Raccoon: Em ambas as versões, Rocket foi um guaxinim exposto a experimentos e por isso se tornou inteligente. É um excelente estrategista e afortunado pelos dons de sua espécie. Ele é originário do planeta Halfword, uma colônia para doentes mentais, onde animais são alterados geneticamente para tornarem-se aptos a serem cuidadores dos detentos. Nos cinemas ele não sabe que é um guaxinim, nem mesmo gosta de ser chamado, e seu sobrenome Raccoon não é mencionado uma vez sequer.
Groot: Este é outro que passou por alterações ao longo de sua história nas HQs. No início, ele veio à Terra para conquistá-la e capturar humanos para experimentos, e, acredite, nessa época ele falava mais que apenas "I am Groot". Eu diria que a maior alteração de Groot para os cinemas está em seu visual e tamanho. Nos quadrinhos ele parece mais assustador e é muito maior, chegando aos 7 metros de altura.
Lista | Os 10 melhores Power Rangers Vermelhos
Os Power Rangers vermelhos sempre são os personagens principais da série e os mais populares também, e na maioria das vezes o líder da grupo. Eles são guerreiros formidáveis, leais e os que mais ajudam nas batalhas, todos com certeza já devem ter se emocionando vendo um deles morfando ou entrando em combate.
Atualmente, já são mais de 23 Rangers vermelhos contados, e dentre estes 23, separamos os 10 melhores deles para montar esta lista.
Jason Lee Scott- Might Morphin Power Rangers
Ele foi o primeiro Ranger Vermelho de toda a franquia e o líder original dos Power Rangers. Ele é um talentoso artista marcial que gosta de ensinar aos outros essas técnicas de luta dando aulas no Centro da Juventude. Alguns anos mais tarde apos o fim de Mighty Morphin, Jason volta aos Power Rangers, recebendo temporariamente os poderes do Ranger Dourado Zeo. Ele é conhecido como Mighty Morphin Power Ranger Vermelho e como Zeo Ranger Dourado.
Tommy Oliver- Power Rangers Zeo
O famoso Tommy Oliver, o personagem que mais aparece nas séries de toda a franquia. Ele primeiramente foi o Ranger Verde e depois passou a ser o Ranger Branco e a agora ele assume o posto do Ranger Vermelho. Usando o poderoso cristal Zeo, Tommy batalhou lealmente e corajosamente durante a toda a série, sempre provando o melhor de si.
Leo Corbett- Power Rangers Lost Galaxy
O posto de Ranger Vermelho era para ter ido para o seu irmão, Mike Corbett, mas infelizmente Mike foi sugado por um buraco no chão, mas antes ele entrega o Sabre Quasar Vermelho para Leo, com isso transformando ele no ranger vermelho, sempre confiante e leal, durante toda a série ele foi um ótimo líder, sempre com boas intenções e ajudando quem precisasse.
Andros- Power Rangers in Space
Ele aparece primeiramente na série infiltrado na reunião do espectro negro, tentando descobrir onde o capturado Zordon estava. Porém, ele é descoberto por Astronema, mas felizmente ele consegue escapa do planeta facilmente. Mais tarde ele encontra os antigos Rangers Turbo e os entrega os Astro Morfadores, fazendo com que eles se tornem os Space Power Rangers, Andros liderou a equipe com muita bravura e coragem, sempre sendo cauteloso em suas decisões, mas seu objetivo primário na serie sempre foi encontrar sua irmã desaparecida, coisa que ele consegue no final da serie.
Cole Evans- Power Rangers Wild Force
A história de Cole lembra muito a do Tarzan, ele nasceu e cresceu na Amazônia e só depois que se tornou de maior que ele foi para a civilização. Muito ingênuo e com poucas informações sobre a civilização, ele passa por muitas situações constrangedoras em seus primeiros dias na cidade, mas depois ele foi recrutado pela Princesa Shayla para ser o Ranger vermelhada e lider dos Wild Force Power Rangers e com o tempo, conseguiu conquistar a confiança e amizade de cada um dos membros da equipe.
Aurico- Mighty Morphin Alien Rangers
Aurico e os outros Rangers Aquitarianos foram chamados por Zordon durante um momento de precissão para evitar que a terra ficasse desprotegida. Eles eram os protetores do planeta Aquitar e amigos de Zordon e Alpha 5. Eles são liderados por Delphine, a ranger branca, mas mesmo não sendo o líder do grupo, Aurico se destaca bastante no grupo e por isso e por isso mereceu este lugar aqui.
Wesley Collins- Power Rangers Time Force
Apelidado de Wes, ele foi escolhido para se tornar o Ranger vermelho por conta de sua semelhança com Alex, o ranger vermelho original que infelizmente acabou morrendo. Ele cresceu numa família rica, mas abdicou de toda fortuna para se aventurar ao lado dos Power Rangers, liderando ele em inúmeras batalhas.
Shane Clarke- Power Rangers Ninja Storm
Ele foi escolhido pelo Sensei Kanoi Watanabe para se tornar o Ranger vermelho e líder dos Ninja Storm Power Rangers. Ele é um excelente skatista e adora voar, por isso seu elemento é o ar. Ele se preocupa demais com os seus companheiros de equipe e faz de tudo para que todos permanecem foram de perigo, sempre cuidadoso e atencioso com todos.
Jack Landors- Power Rangers S.P.D
Ele sempre sonhou em poder ajudar os necessitados e fazer a diferença no mundo, e ele conseguiu isso ao entrar para os S.P.D Power Rangers, ele cresceu nas ruas e nunca gostou de receber nem de obedecer a ordens. No início a equipe não aceitou o fato dele ser o líder da equipe, mas com o tempo ele foi provando seu valor ao lado deles. Ele tem a habilidade de atravessar objetos sólidos.
Conner McKnight- Power Rangers Dino Thunder
Ele foi escolhido pela Dino Pedra Vermelha para se tornar o próximo Power Ranger vermelho. Conner de inicio recusa entrar para equipe, pensando que isso iria atrapalhar a sua carreira como jogador de futebol na escola, mas apos de uma batalha onde ele resgata uma criança que estava em apuros, ele vê que ficar no grupo é o certo a se fazer, e então decidi ficar e liderar a equipe, e com a ajuda de Tommy Oliver, Conner cresceu muito como líder na serie.
Lista | Os muitos Rangers que Tommy Oliver assumiu
Interpretado pelo ator Jason David Frank, Tommy Oliver é considerado por muitos como o maior Ranger da história, e também foi o personagem que mais apareceu nas séries da franquia e também o único que já assumiu o posto de líder 3 vezes seguidas, ele é corajoso, destemido e sempre teve um bom coração.
E aqui, com o lançamento do novo filme dos Power Rangers, deixamos esta lista com os Rangers que Tommy já assumiu ao longo da franquia.
Green Ranger
O Primeiro Power Ranger que Tommy assumiu. Rita Repulsa viu potencial nele e o concedeu os poderes do Ranger Verde e o também o controle do gigantesco Dragonzord, só que ela também o enfeitiçou fazendo com que ele se virasse contra os seus amigos, mas após ter sido derrotado, ele voltou a si e se juntou aos Power Rangers. Mas com o tempo seus poderes foram enfraquecendo até que ele perdeu de vez o poder do Ranger verde, porém isso não impediu ele de voltar ao time.
White Ranger
Zordon e Alpha-5 prometeram a Tommy que ele voltaria a ser um Power Ranger após ele perder os poderes do ranger verde, e assim o fizeram. Tommy então virou o Power Ranger Branco, criado a partir da luz branca do bem. O seu Zord era um tigre branco que conseguia se transformar em um robô assim como o Zord do Ranger vermelho. Ele então virou o líder da equipe, a pedido de Zordon.
White Ninja Ranger
Quando Rito Revolto, o irmão de Rita Repulsa destruiu os Thunderzords e tirou os poderes dos Power Rangers, eles saíram em busca do Deserto do Desespero para se encontrarem com Ninjor. Com a ajuda de Ninjor, Tommy e os outros ganharam novos poderes e se tornaram os Ninja Rangers. Tommy virou o Ninja ranger branco, possuindo e controlando o White Ninja Falconzord.
Zeo Ranger V
Após os eventos de Mighty Morphin, Tommy retorna agora como o Power Ranger vermelho (Zeo ranger V) e novamente como líder do grupo, desta vez chamados de Zeo Rangers, mas agora ele e o grupo enfrentaram uma nova ameaça, que é o rei Mondo e seu Império Máquina que desejam a todo custo controlar a terra. Os novos Zords dele são o Zeozord 5 e seu próprio zord especial, o Battlezord Vermelho.
Red Turbo Ranger
Tommy retorna aqui como o Power Ranger vermelho novamente e líder dos Rangers Turbo. Após constatarem que os cristais Zeo não tinham poder suficiente para deter a pirata espacial Divatox, Zordon os concedeu os poderes turbo e assim se tornaram os Rangers Turbo. Tommy ganhou um enorme interesse em carros depois de ter conseguido os poderes e começou a passar muito tempo na pista de corrida. Seu novo Zord é o Red Lightning Turbozord.
Black Dino Thunder Ranger
Após anos sem assumir o posto como um ranger novamente, Tommy ressurge em Dino Thunder como um professor de ciências em uma escola na cidade de Reefside, Califórnia e desta vez servindo como mentor para os novos Power Rangers, mas isso não o impediu de se tornar novamente um Ranger, aqui ele assume a identidade do Black Dino Thunder Ranger. Seu Zord é o Brachiozord e ele também consegue ficar invisível graças a Dino pedra preta.
Crítica | Godzilla: Resurgence (2016)
Nos últimos anos tivemos aquele que talvez seja o início de um novo movimento em Hollywood: O universo Tokusatsu. Sim, ele já foi trabalhado diversas vezes antes de Círculo de Fogo em ambiente ocidental, mas o criativo exemplar de Guillermo Del Toro abriu portas para mais um segmento blockbuster. Em seguida, tivemos o dividido Godzilla de Gareth Edwards, que mesmo irritando o espectador com mais da metade da película em criação de expectativa, entrega no final a figura mais moderna do monstro já feita visualmente.
Em 2016, então, o país de origem do Rei dos Monstros entrega mais uma versão do monstro. Sugando totalmente o clássico cinquentista, Godzilla Resurgence trás de volta uma visão clássica do personagem, em pleno novo milênio.
O filme começa com o monstro emergindo das águas do oceano em direção a cidade. Causando destruição e pânico por onde ele passa, é interessante notar que em sua primeira aparição, o Godzilla está em uma forma bem inferior. Com o passar das cenas ele vai evoluindo, até chegar em sua forma final. Algo realmente nunca visto antes nos filmes do monstro, e é executada brilhantemente. As formas iniciais do Godzilla lembram em vários aspectos outras versões do monstro, e nos faz pensar que se trata de outra criatura em ação. Mas após uma evolução em sua forma e soltando seu famoso rugido, temos a confirmação de ser Godzilla.
Dirigido pela dupla Hideaki Anno e Shinji Higuchi, durante a película é clara a inspiração no clássico de 1954. Os diretores por vezes arriscam ao criar cenas e frames idênticos. A nova versão do monstro que eles criaram para Resurgence é totalmente magnífica: com 118.5 metro, o maior até agora, há uma mistura de efeito práticos com CGI e lembra muito as primeiras versões do monstro. Além do visual, há uma ligeira atualização em seus poderes: uma nova versão do raio atômico, que, com certeza, rendeu um dos melhores momentos do monstro em toda sua história. Um verdadeiro espetáculo de luzes e horror, que ainda acaba por mostrar o quanto a humanidade é impotente perante a ameaça de Godzilla.
No início do filme, na típica cena "humanos preso no trânsito" é onde ocorre a maior tensão durante a experiência. Os diretores acertam em cheio na inclusão de shaky cam colocando o espectador em meio ao desespero. Há também o uso de uma série de establishing shot bem utilizados, vislumbrando a cidade de Tóquio com sua população em fuga e a horrenda figura em meio os edifícios.
Os efeitos especiais do filme, considerando o orçamento e também que não se trata de um filme feito em Hollywood, estão consideravelmente bons, chegando a impressionar. A combinação de efeitos práticos com CGI no visual do monstro funcionou muito bem, gerando ótimos momentos no filme os quais seriam impossíveis de serem feitas sem o uso deste. No entanto, algumas partes o trabalho técnico chega a incomodar, como na cena em que atiram bombas nas costas de Godzilla - o sangue que sai fica na cara que é totalmente falso, causando uma má impressão. Isso se deve ao fato do uso de câmeras mais modernas. Sendo um filme gravado totalmente em HD, os efeitos muitas vezes não convencem, pedindo ao expectador uma maior imaginação.
Não é só no Kaiju que se utiliza muitos efeitos práticos, mas também em toda destruição da cidade. Há um forte uso de maquetes em miniatura aqui, muito bem caprichados.
O núcleo humano do filme se resume a várias pessoas preocupadas tentando desvendar o segredo por trás de Godzilla e como derrotá-lo, não deixando espaço para o aprofundamento ou desenvolvimento de nenhum deles. Não há nenhum vínculo forte com os personagens, com isso deixando eles sem nenhum sentimento por parte do público. Apenas uma figura consegue destacar-se em meio ao elenco, Satomi Ishihara, que interpreta a carismática Kayoko Ann Patterson. O roteiro, por meio dela, insere figuras americanas e referências, mas soa um pouco forçado como tentativa de comprar o mercado ocidental a assistir ao filme.
A trilha sonora de Resurgence mistura o velho com o novo. A trilha do clássico de 1954 é usada em várias partes, causando mais nostalgia, porém a trilha original composta por Shiro Sagisu serve muito bem para as cenas tanto dramáticas quanto as de ação, e ainda causa um ótimo clima para as cenas onde Godzilla ataca a população. O trabalho de mixagem de som é aprimorado. Os disparos de canhões são incriveis, os sons de naves sobrevoando Tóquio também. Mas é na inclusão do rugido clássico que ele se destaca (Sim, os sons de Godzilla também são retirados de filmes antigos).
Godzilla Resurgence certamente é uma boa pedida para aqueles que são fãs do personagem. Os contrários, sendo mais sincero, podem sair da experiência um pouco cansados com o método japonês de se fazer cinema. Não é inovador (a premissa é a mesma de sempre), nem mesmo arrisca em novos ares, porém cumpre sua função nostalgia através de uma trilha sonora de se dar arrepios seguido de efeitos práticos já envelhecidos.
Uma homenagem sincera e muito bem-vinda.
Obs: vale lembrar que o filme, originalmente chamado de Shin Godzilla, trata-se um reboot da franquia. A produtora Toho já confirmou uma continuação para este ano, com a data de estreia a ser definida.
Godzilla Resurgence (Shin Godzilla, Japão – 2016)
Direção: Hideaki Anno, Shinji Higuchi
Roteiro: Hideaki Anno
Elenco: Hiroki Hasegawa, Yutaka Takenouchi, Satomi Ishihara, Kengo Kora, Akira Emoto
Gênero: Aventura, ação, fantasia
Duração: 120 minutos.
Crítica | King Kong (1976)
Quando o produtor Dino De Laurentiis anunciou que um remake do filme King Kong (1933) seria feito e que estrearia no natal do ano de 1976, com direção de John Guillermin, todos ficaram ansiosos para assistir a essa nova versão do clássico. Mas o resultado infelizmente não agradou a maioria dos fãs do gorila gigante. Tanto pelo fato do filme ser bem inferior ao original de 1933 quanto pelas significativas mudanças na história. Mas o filme acaba por não ser uma decepção completa, conseguindo gerar vários momentos bons durante o desenrolar da trama. Mas, infelizmente, ele não consegue honrar o filme original.
O filme começa em Surabaya na Indonésia. O fotógrafo Jack Prescott (Jeff Bridges) embarca clandestinamente em um navio de uma empresa de petróleo que está partindo em busca de novas terras para extrair o recurso, mas no meio da viagem, Jack é descoberto e ao mesmo tempo ele avista um bote naufragando no mar. Dentro dele estava a jovem Dwan (Jessica Lange) que decide seguir viagem junto da equipe petrolífera no navio. Ao chegarem na ilha, a tripulação se depara com uma tribo indígena local ensaiando uma espécie de sacrifício, os nativos avistam a tripulação e oferecem trocar 6 mulheres pela Dwan, a oferta é recusada. Porém, de noite, a tribo a sequestra no navio e a dão como oferenda ao gigantesco gorila, King Kong.
Podemos notar logo pelo início que a trama deste já se difere bastante do filme de 1933. A começar que ao invés de uma equipe de filmagens, desta vez é uma equipe petrolífera que decide ir a ilha, com isso mudando todo o rumo da história e obviamente as intenções que os levaram a ilha. Os protagonistas também sofreram mudanças drásticas, tendo os nomes e origens mudados completamente, mas o que realmente mais chamou a atenção e soou como algo completamente forçado e desnecessário, foi o Kong ter escalado a torre do World trade center ao invés do Empire State Building. O motivo de tal mudança foi explicado no filme, mas isso não tirou o fato dela ter ficado completamente forçada e com isso tirando um dos elementos que mais marcou o original.
O roteiro de Lorenzo Semple Jr explora muito bem o relacionamento entre Dwan e o Kong. Ele dá um ar mais íntimo entre os dois, com isso fazendo com que ela se importe com o Kong e não o veja como uma ameaça como foi no filme original, isso acaba por gerar ótimos momentos entre eles, como por exemplo a cena da morte do Kong. Aqui ela se torna mais trágica por conta disso. Mas ao mesmo tempo que consegue gerar bons momentos, também acaba rendendo momentos totalmente vergonhosos como a cena em Kong a seca após o banho na cachoeira.
O núcleo humano do filme é satisfatório, nada muito pífio, mas também nada que esteja num nível elevado. A grande surpresa mesmo vinda do elenco foi a estreante Jessica Lange, que interpreta a naufraga Dwan (não é revelado em nenhum momento do filme o seu sobrenome), ela é claramente a reinvenção da personagem Ann Darrow do filme de 1933, ambas são aspirantes a atriz e foram sequestradas pelo gigantesco gorila Kong. A apresentação da intérprete de Lange foi totalmente forçada, nada orgânica e as suas falas são totalmente indignas e clichês, e ela também rende péssimos momentos para longa, porém, o problema da personagem está no roteiro e não na atuação de Lange. A atuação de Lange para uma estreante está muito boa, ela chegou a receber um globo de ouro de melhor estreia feminina por sua atuação no filme
King Kong, o grande astro do filme, ganhou vida aqui por meio de um ator fantasiado, neste caso o ator Rick Baker que veste a fantasia, bem diferente do filme de 1933 que foi feito pela técnica de animação Stop Motion. O visual da fantasia em si é muito bom, mas quando o ator a veste e o vemos em ação, o resultado não é nada satisfatório, chegando a parecer risível e nada orgânico em várias cenas.
Quanto a trilha sonora composta por John Barry, considero ela um dos maiores acertos do filme. Os temas que ele criou são marcantes e conseguem dar vida as cenas.
Enfim, o remake de King Kong não é uma decepção completa como muitos falam, mas suas falhas grotescas são totalmente perceptíveis e atrapalham a experiência. Mesmo mantendo parte da essência do filme original, ele nem chega perto de ser o que o original foi. Um bom filme de aventura, mas também ele não passa disso.
King Kong (King Kong, EUA – 1976)
Direção: John Guillermin
Roteiro: Lorenzo Semple Jr
Elenco: Jeff Bridges, Charles Grodin, Jessica Lange, Rick Baker, John Randolph, Rene Auberjonois
Gênero: Aventura, fantasia
Duração: 134 minutos.
Crítica | King Kong (1933)
Todos, com certeza, já devem ter ouvido falar do gigantesco gorila King Kong, o mesmo que sequestrou uma jovem moça indefesa e escalou até o topo do Empire State Building com ela. O personagem se tornou um grande ícone do cinema, criando uma legião de fãs ao redor do mundo. Até hoje ele é homenageado e referenciado em diversos filmes e programas, mas tudo se iniciou graças a este clássico lançado em 2 de março de 1933, sendo considerado por muitos cinéfilos como um marco na história do cinema e da história dos filmes de Kaijus também.
Dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, a trama segue o famoso diretor de cinema Carl Denham (Robert Armstrong) que após encontrar um mapa para a desconhecida Ilha da Caveira, segue viagem para ela junto de sua equipe de filmagens. Chegando lá eles se deparam com uma tribo indígena que acaba sequestrando a jovem atriz e estrela do filme de Denham, Ann Darrow (Fay Wray) para ser oferecida como oferenda ao gorila gigante que habita a ilha e, então, a equipe é obrigada a adentrar a floresta para resgatarem ela.
Ao passar que vão desbravando a floresta em busca da jovem atriz, descobrimos que o Kong não é o único monstro que vive por lá. Várias criaturas pré-históricas passam pelo caminho da equipe de filmagens e do próprio Kong também, todos feitos pela técnica de animação Stop-Motion, hoje é considerada como uma técnica datada para uma indústria dominada por efeitos visuais computadorizados, mas para a época, foi o único jeito de fazer os monstros na ilha, isso incluindo o próprio Kong e o resultado foi muito satisfatório. A utilização do Stop-Motion ao invés de pessoas fantasiadas foi um acerto em cheio pois confere mais dinâmica e realismo as criaturas. Todos os bonecos e maquetes confeccionadas são fascinantes, dando um verdadeiro espetáculo a combinação de ambos, principalmente nas cenas de luta.
O filme consegue transmitir muito bem a visão que os homens têm do Kong. Para eles o gorila gigante não passa de uma criatura irracional e com intenções nefastas. O filme consegue passar essa sensação também ao assistirmos, mas ao analisarmos o que o Kong faz durante o filme, vemos que a única coisa que ele queria era deixar a Ann Darrow a salvo e não a matar, tanto que ele a protege quando ela grita ao ver o Tiranossauro-Rex se aproximando. Essa ambiguidade presente é excelente, pois faz o espectador racionar sobre as ações que o gigantesco gorila toma ao longo do filme.
É unanimidade para todos que a melhor cena do filme é a que o King Kong sobe até o topo do Empire State Building e luta com os aviões, realmente uma excelente cena, com um desfecho totalmente trágico e inesperado, não é à toa que ela se tornou tão icônica. Outras cenas muito bem executadas do filme são as cenas de luta dele, principalmente a contra um Tiranossauro-Rex. A única cena em que ele realmente ficou ridículo, na verdade a única cena ridícula do filme todo é quando eles dão um close na cara dele sorrindo, totalmente risível e sem necessidade.
Todo o núcleo humano do filme é excelente, nenhum personagem fica deslocado ou perdido na trama, mas os que mais se destacam no filme são Fay Wray, Robert Armstrong e Bruce Cabot. Fay Wray interpreta a aspirante a atriz, Ann Darrow que é capturada pelo poderoso Kong, ela entrega uma atuação digna para a personagem, conseguindo colocar na tela todo o horror que a personagem passa nas mãos do temível gorila. Robert Armstrong interpreta o famoso diretor de cinema, Carl Denham, ele traz uma atuação um tanto excêntrica para o personagem, mostrando todo o lado interesseiro e aventuroso dele. Já Bruce Cabot que interpreta o corajoso marinheiro Jack Driscoll, de início pensamos que seu personagem será desprezível e arrogante, mas ao passar do filme vemos que na verdade ele é muito amoroso e que fara de tudo para resgatar a Ann, com isso conseguindo tirar essa primeira impressão que temos dele.
A trilha sonora composta por Max Steiner para o filme é bem caprichada e marcante. Ela consegue passar muito bem toda emoção necessária as cenas, dando um bom clima a elas, principalmente na cena em que o King Kong aparece pela primeira vez no filme e sequestra a Ann. O trabalho de mixagem de som também não fica atrás, com os barulhos e rugidos das criaturas na ilha da caveira e dos aviões na cena final do filme.
King Kong é com toda certeza um verdadeiro marco do cinema. Ele é inovador e corajoso considerando a época em que foi produzindo, não cansa o espectador e é ótima pedida para qualquer fã de filmes de monstros gigantes. O filme só não irá receber nota máxima por conta dos horríveis closes que dão na cara do King Kong durante o filme, mas esse também é o único demérito que enxergo no filme, de resto ele é excelente, ninguém ira se decepcionar ao assistir este clássico.
King Kong (King Kong, EUA – 1933)
Direção: Ernest B. Schoedsack, Merian C. Cooper
Roteiro: James Creelman, Ruth Rose
Elenco: Bruce Cabot, Fay Wray, Robert Armstrong, Frank Reicher, Noble Johnson, Sam Hardy
Gênero: Aventura, fantasia, terror
Duração: 105 minutos.