A Biblioteca Nacional da Dieta (NDL), do Japão, tomou uma decisão importante. A instituição se recusou a arquivar os novos “cartões-chave de jogo” do Nintendo Switch 2 em seu acervo. O motivo, segundo a NDL, é simples. Os cartuchos não contêm o jogo em si. Em vez disso, eles trazem apenas uma chave para download. A decisão, portanto, acende um novo e grande debate sobre a preservação de videogames na era digital.

A NDL é uma das maiores bibliotecas do mundo. Por lei, ela deve receber e preservar uma cópia de todas as publicações feitas no Japão, incluindo jogos.

“Não se qualifica como conteúdo”

Representantes da biblioteca explicaram a decisão. Eles afirmaram que só podem preservar “mídias físicas que contêm o conteúdo em si”. O novo formato da Nintendo, no entanto, não se encaixa nessa definição. “Como um cartão-chave, por si só, não se qualifica como conteúdo, ele fica fora do nosso escopo de coleta e preservação”, disseram.

A polêmica dos “cartões-chave de jogo” do Switch 2

Os “Game-Key Cards” são uma novidade do Switch 2. Eles são cartuchos físicos. Contudo, para jogar, o usuário precisa baixar o jogo completo da loja online da Nintendo. A principal vantagem é que eles podem ser revendidos, diferente de um simples código em uma caixa.

O grande problema, no entanto, é a preservação. Muitos jogadores e ativistas argumentam que não há garantia. Eles temem que esses jogos deixem de funcionar para sempre no futuro. Isso aconteceria, por exemplo, quando a Nintendo decidir desativar os servidores do Switch 2.

A crítica dos desenvolvedores

A preocupação é compartilhada por profissionais da indústria. Stephen Kick, CEO da Nightdive Studios, criticou a Nintendo. Ele disse que a atitude é “desanimadora”. Além disso, afirmou que esperava que uma empresa com tanta história “levasse a preservação um pouco mais a sério”.

A decisão da Biblioteca Nacional do Japão, portanto, é um marco. Ela expõe a fragilidade da mídia física em uma era cada vez mais digital. O caso, por fim, levanta uma questão fundamental. Como garantiremos que os jogos do Switch 2 e de outras plataformas futuras não desapareçam para sempre?

Mostrar menosContinuar lendo

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

Mais posts deste autor